Deluca's Anatomy - Parte 1

117 - Como eu saberia

Depois de mais algumas semanas, Andrew e Meredith agora dormiam quase todas as noites juntos e sua proximidade havia aumentado consideravelmente. Eles eram mais parceiros do que nunca e Meredith sentia uma forte necessidade de tê-lo por perto o tempo todo, fosse em casa ou no hospital. A essa altura, DeLuca sempre trazia roupas para o dia seguinte e, mesmo que dirigissem em dois carros separados, quem estacionasse primeiro esperava pelo outro.

A essa altura, eles não se escondiam mais dos olhos dos colegas e sempre entravam no hospital de mãos dadas, sorrindo e sem se preocupar com os outros. Helm os admirava descaradamente, seu sonho era ir ao casamento deles e ser madrinha.

Os dois amantes até trocavam carinhos no meio dos corredores. Nada muito ousado, um beijo quando ninguém estava olhando, uma escapada ocasional para o dormitório de dermatologia, sorrisos em profusão, piscadelas, apalpadas nas nádegas por diversão.

Embora Grey fosse superprofissional com seus pacientes, ela era brincalhona com seus colegas e borbulhava de felicidade por todos os poros. Ninguém a tinha visto tão brilhante e alegre provavelmente por um longo tempo.

-Aqui está a médica, "sou feliz pra caramba e faço sexo todas as noites", Grey, na nossa mesa. Você não fugiu com seu pediatra favorito para algum lugar?- disse Amelia fazendo uma piada na mesa da cantina.

-Essa piada só pode ser inveja Amelia.

-Sim, eu a invejo, mas não pelo que você pensa.

-E por quê então?

-Aqui ninguém me acha normal, quem é normal mesmo, mas nem me deram um apelido, enquanto você já está na seu segundo Meredith...- Maggie se conteve para não rir, enquanto Amelia deu um sorriso diabólico.

-Eu sou Medusa.

-Você, minha querida Meredith, não é mais a Medusa, você se tornou a pequena sereia.

-O que????

-Sim, a alegre pequena sereia cantando, enquanto Andrew é o príncipe Eric, lindo, com olhos claros.

-Você está brincando comigo?

-Meredith, Amelia tem razão. Eu também não estou tão visivelmente feliz, sorrio sim, mas você parece aceitar bem o que lhe dizem, como "Dra. Grey, o tecido está se desfazendo". Normalmente você diria 'Droga' ou 'Merda', mas agora você responde com 'Não importa, vou tentar de novo, bisturi'.

-Eu não faço isso... oh, meu Deus, estou fazendo isso - e suas mãos foram ao rosto com vergonha - não ria! Eu estava contando com o respeito dos residentes por mim e, em vez disso, aconteceu o que eu queria evitar, que é ser ridicularizada por meus colegas e subordinados.

-Vamos, Meredith, é bonito, você está feliz e isso transparece. Não é só o sexo, e eu me lembro de como Andrew era. Eu lhe asseguro que não se trata disso, mas sim do tempo que vocês passam juntos e como o passam. É muito incomum vê-la assim, especialmente para os residentes que não a conheceram quando ainda era casada com Derek.

-Você era feliz assim com Derek? -Amelia perguntou ironicamente, mas Meredith permaneceu em silêncio.

-Com licença, tenho um paciente que preciso atender- Meredith ficou com o rosto escuro.

-Eu disse algo errado? -Amelia perguntou.

-Receio que sim, falou do Derek.

-Não achei que o assunto ainda fosse um tabu, pensei que ela tivesse superado isso - Maggie balançou a cabeça.

Meredith se refugiou entre várias operações e seu laboratório. Ela não viu Andrew nem uma vez sequer depois de entrar no hospital com ele. Ele havia tido um dia agitado, salvara por pouco um paciente de 13 anos e se perguntava como seria quando perdesse seu primeiro paciente como chefe. Ele havia perdido pacientes enquanto estava em Anchorage e levou dias para se recuperar da tristeza e da raiva que o acometeram. Depois disso, havia aquelas crianças mortas no tiroteio, mas ele não as havia operado.