58 - O pior dia

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Eram 11h30 da manhã, as escolas haviam reaberto alguns dias após as férias de verão. Era uma manhã como qualquer outra, quando o noticiário de última hora mostrou uma notícia arrepiante. Um tiroteio em uma escola de ensino fundamental e médio nos arredores de Nova York. Um rapaz de 19 anos entrou com uma arma e atirou em pessoas inocentes. Foi o próprio Johnston, com o rosto escuro, que alertou, por meio de uma ligação para o 911, que muitas crianças feridas seriam levadas para vários hospitais infantis da cidade, incluindo a seu próprio. Não se sabia exatamente quantas eram, porque o número estava sendo atualizado a cada momento, a confusão era grande.

Os bancos de sangue foram alertados, várias ambulâncias circulavam pelas ruas como se estivessem correndo a Fórmula 1 em um circuito de rua. Não havia tempo para fazer uma triagem completa, mas já havia um número desconhecido de vítimas aumentando a cada 10 minutos.

Em Seattle, igualmente ensolarada, Bailey entrou e encontrou pessoas em frente aos monitores no saguão dando as últimas notícias. Link e Jo estavam olhando aos monitores com rostos petrificados. Bailey os viu e foi até eles.

-O que aconteceu? - ela olhou para os médicos de frente para o monitor novamente e então olhou Miranda tambem, que imediatamente entendeu e ficou surpresa.

-Ah, não, de novo não! Diga-me que isso não aconteceu de novo!

-Uma escola de ensino fundamental e médio - disse Jo em voz baixa.

-Um garoto de 19 anos entrou e...

-Onde? - perguntou Bailey, perturbada.

-Nos arredores de Nova York - acrescentou Wilson.

Webber se aproximou deles.

- Vejo que vocês ouviram... eles estão levando as crianças para o Presbyterian.

-É o hospital onde DeLuca está? - perguntou Bailey.

-Acho que sim - disse Webber com amargura.

-Meu Deus, Andrew - disse Jo com tristeza - Eu me lembro das histórias de Alex quando houve o tiroteio aqui.

-Acredite em mim, Wilson, aconteceu dez vezes pior do que Karev lhe contou. Lembro-me de quando aquele senhor apontou a arma para mim, perguntando se eu era cirurgiã, e eu, apavorada, neguei com todas as minhas forças. Em vez disso, aquele pobre estagiário morreu em meus braços porque contou a verdade àquele assassino louco. Shepherd e Hunt quase morreram...

-Ainda me lembro do rosto do homem antes de ele se matar na minha frente. Ele tinha uma última bala, ou para mim ou para ele mesmo. Eu o convenci a tirar sua própria vida e se juntar à sua esposa, em vez de cumprir uma pena de prisão perpétua.

-Eu não fazia ideia - disse Link chateado.

-Também houve o tiroteio na universidade. Ninguém morreu naquela ocasião - disse Bailey, pensativa.

-Sim. Nunca houve um tiroteio em massa em uma escola primária, não desde que trabalhei aqui no Grey-Sloan. Sinceramente, não invejo nem os médicos-chefes nem os médicos desses hospitais.

-DeLuca está lá - disse Bailey, olhando diretamente para o monitor - Ele está lá e vai ter que extrair balas de crianças da idade das crianças da Grey.

-DeLuca não está sozinho, Robbins está com ele. Eles vão conseguir, vão tentar de todas as formas possíveis salvar todas as crianças que foram feridas. Esse é o melhor hospital infantil do país - disse Webber para convencer os outros e a si mesmo.

-Vamos fazer nosso trabalho também - disse Bailey, convidando-os para o vestiário.

Enquanto isso, em Nova York, os médicos estavam na sala de emergência esperando os feridos, todos sérios e prontos para operar, Roberts tomou a palavra.

Deluca's Anatomy - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora