124 - Apoie-se em mim

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Os dois permaneceram abraçados por vários minutos. Andrew chorou em silêncio, molhando o terno e a bata de Grey.

-Está tudo bem. Está tudo bem - ela afrouxou o abraço entre os dois e segurou o rosto dele entre as duas mãos -você está seguro, ok? Eu estou aqui agora, vai ficar tudo bem - ela disse enquanto continuava a olhá-lo nos olhos e enxugar suas lágrimas. -Gostaria de me contar o que aconteceu ou como está se sentindo?

-Eu operei o Lucas e ele foi salvo,- disse ele em um só fôlego.

-Eu ouvi, você foi ótimo- disse ela, sorrindo para ele.

-Mas nunca é o suficiente.

-O que nunca é suficiente?

-Salvar vidas nunca é suficiente, se as pessoas olham para você como se você pudesse se tornar um monstro.

-Não estou entendendo, o que aconteceu?

-Lembra-se de quando eu lhe contei sobre Lauren?

-Sim.

-Eu lhe disse que deixamos de nos ver em um determinado momento. Ela me mandou uma mensagem e paramos de nos ver. Algumas horas atrás ela me contou tudo.

-Continue.

-Você sabe por que ela parou de me ver?

-Não, por quê?

-Ela viu meus remédios.

-Psiquiatricos?

-Sim, ela disse que não podia sair com um doente mental, porque a prima dela tinha um parceiro esquizofrênico violento. Apesar de eu estar bem, ela preferiu me evitar porque não podia correr o risco de ficar na mesma situação que a prima, ainda por cima com uma criança.

-Isso deve tê-lo machucado, sinto muito - disse ela com tristeza.

-As pessoas vão me ver como uma pessoa normal e não como um monstro?

-Você não é um monstro, Andrew, a não ser que Ellis o chame assim por causa de Lady Gaga, mas você não é um monstro de jeito nenhum - ele deu um meio sorriso.

-Você tem medo de que eu a machuque?

-Não, Andrew, e você precisa parar de se deixar influenciar sempre pelas opiniões de outra pessoa, que nem sequer o conhece.

-É fácil para você, não é você que tem problema de saúde mental.

-Não é fácil para você, eu sei, mas você precisa colocar uma barreira entre você e as pessoas que não entendem, que não o conhecem. Caso contrário, você se machucará o tempo todo.

-Eu só gostaria de me sentir menos como uma bomba, se não fosse...

-Por seu transtorno bipolar?

-Sim.

-Tendo isso ou não, não faz diferença para mim e eu não tenho medo de você, Andrew, não tenho...

-Você nunca tem medo de mim ou de que eu possa fazer algo com as crianças?

-Não.

-Você já teve medo de mim no passado? - ele perguntou e ela ficou quieta - Não posso culpá-la...

-Andrew... foi no começo, quando você ainda não tinha um diagnóstico e não queria buscar ajuda e eu não sabia o que fazer...

-Você realmente não tem medo de mim com crianças?

-Não, porque mesmo quando estava doente, você instintivamente não fazia mal a ninguém além de si mesmo. Não tenho medo de deixá-lo na companhia das crianças porque sei que elas estão seguras com você.

Deluca's Anatomy - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora