104 - Problemas

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-Meredith?- disse ele, aproximando-se dela até ficar de frente para ela. Ela abriu bem os braços, ainda incrédula, e ele aproveitou a oportunidade para abraçá-la. Os braços dela se fecharam após alguns segundos. Eles permaneceram abraçados em silêncio até o momento em que Zola apareceu na sala de estar para pegar um copo de água.

-Andrew! - disse ela, correndo em direção a ele. Os dois se abraçaram sorrindo.

-Quando você chegou? - perguntou Zola.

-Não faz muito tempo.

-Você poderia ter me cumprimentado, eu estava no meu quarto lá.

-Você estava estudando e eu não queria incomodá-la.

-Você vai ficar para o jantar? -Meredith ainda estava imóvel, ouvindo.

-Na verdade, eu trouxe lasanha, se vocês quiserem comer.

-Ótimo, mãe, Andrew pode ficar para o jantar? -Grey acordou de seu estupor e respondeu com um simples.

-Claro.

-Vou avisar os outros - Zola saiu correndo.

-Espero sinceramente não tê-la incomodado - disse ele, vendo o rosto sério dela.

-O que está fazendo aqui?

-Queria vê-la antes de ir ao hospital amanhã.

-Por quê?

-Porque... - mas Andrew não teve tempo de explicar antes que Bailey e Ellis chegassem até a sala de estar para cumprimentá-lo.

As crianças atraíram toda a atenção de Andrew para elas. Elas lhe contaram sobre a escola, projetos escolares, Ellis mostrou alguns desenhos, Bailey quis lhe mostrar o último modelo do homem de ferro com efeitos especiais. Todos comeram lasanha juntos, que as crianças adoraram. Quando chegou a hora de dormir, ele lhes deu boa noite. Meredith fingiu que nada havia acontecido, se comportou normalmente, mas quando ficou sozinha com Andrew, exigiu uma explicação.

-Onde estávamos? Por que você está aqui?

Carina estava certa, ele não precisava esconder as coisas dela, muito menos lhe fazer essa surpresa, mas estava feito.

-Eu estou de volta a Seattle.

-Sério?

-Sim, eu aceitei uma oferta de emprego, vou substituir Barnett no Grey-Sloan. Serei chefe de pediatria.

-Isso é uma piada?

-Não.

-E o Presbyterian?

-Eu pedi demissão.

-E você deixou o Presbyterian depois de nove meses? Por quê?

-Por que o motivo de minha demissão é tão importante?

-Porque não quero ser a causa de seu arrependimento.

-Não tem nada a ver com você, Meredith, eu lhe asseguro.

-E então?Isso tem a ver com o quê?

-Não é tão importante assim.

-Você está enganado, para mim é. Nos últimos meses, você tem sido bastante reservado em relação ao trabalho, ao passo que nos primeiros quatro meses falava constantemente em cirurgia. Sei que algo aconteceu e o que mais me incomoda é que você não quer falar sobre isso comigo. Sei que você é introvertido quando algo acontece com você e prefere sofrer sozinho, mas nós somos parceiros. Toda essa pregação sobre sermos parceiros e nos apoiar não importa o que aconteça, envolve contarmos um ao outro as coisas que nos acontecem, sem guardá-las para nós mesmos.

Deluca's Anatomy - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora