— Por que será que ele estava te seguindo? — Miguel pergunta enquanto olha para trás.
— Não sei. — respondo olhando pela janela. — Meu pai disse que ele estava preso.
— Não se preocupe, eu vou te proteger. — Ele diz ao segurar a minha mão.
— Eu não preciso de proteção, eu sei me defender muito bem sozinha. — digo ao retirar as minhas mãos debaixo das dele.
Alguns minutos depois, o táxi para em frente a minha casa.
— Posso entrar com você? — Miguel pergunta. — A Kelly disse que está aí dentro com os pais dela.
— Pode, mas só porque você me ajudou. — respondo ao descer do táxi.
Quando abro a porta, Pedro caminha rapidamente até mim e me abraça.
— Filha! Eu estava tão preocupado com você. — Ele diz.
— Você está bem, meu amor? — Júlia pergunta ao se aproximar de mim.
— Estou. — digo enquanto Pedro se afasta de mim.
Olho em volta e vejo os pais da Kelly olhando para mim.
— Evellyn, nós não queríamos te assustar, a nossa intenção não foi essa, nós só queremos descobrir se você é ou não a nossa filha. — A mãe da Kelly diz ao se levantar do sofá, mas logo se senta novamente.
Miguel caminha até a Kelly e fica ao seu lado.
— O que está acontecendo? — Escuto ele cochichar no ouvido dela.
— Longa história. Depois te conto. — Ela responde.
A família da Kelly é tão linda. Eu adoraria ser filha deles, mas eu não sou, eu sei que eu não sou. Preciso arranjar um jeito delicado de dizer que eu não sou a bebezinha que eles perderam.
Caminho até a mãe da Kelly, sento do seu lado e seguro a sua mão.
— Eu até que queria ser a filha que vocês perderam, mas eu não sou. Meus pais me abandonaram em um orfanato quando eu tinha um mês de vida e vocês perderam a filhinha de vocês quando ela tinha apenas quinze dias de vida. — digo olhando para ela.
— Pode ter acontecido muitas coisas, Evellyn, nós não estávamos lá para saber. — Ela aperta a minha mão bem forte.
Olho para o Pedro e a Júlia e vejo que eles estão com um semblante triste.
— Como é que vocês tem tanta certeza que eu sou a filha que vocês procuram? — pergunto olhando para o pai da Kelly.
— É só você olhar para essa foto. — Ele responde ao pegar um álbum de fotos das mãos da Kelly e depois me entregar.
Abro o álbum e na primeira página aparece a foto de uma bebezinha sorrindo. Quando a vejo, meus olhos enchem de lágrimas. Olho atentamente para a foto e vejo que ela parece mesmo comigo.
— É verdade, nós somos muito parecidas, mas isso não quer dizer que somos a mesma pessoa. — digo ao devolver o álbum para ele.
A mãe da Kelly começa a chorar e o marido dela a abraça.
— Susan, Diego, acho melhor vocês irem. Eu conheço a Evellyn, vocês estão perdendo tempo aqui. — Pedro afirma delicadamente.
— Acho melhor irmos mesmo. Você e as crianças precisam descansar, meu amor. — diz Diego (o pai da Kelly).
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...