Pai e mãe. (cap.18)

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   — Por que será que ele estava te seguindo? — Miguel pergunta enquanto olha para trás.

   — Não sei. — respondo olhando pela janela. — Meu pai disse que ele estava preso.

   — Não se preocupe, eu vou te proteger. — Ele diz ao segurar a minha mão.

   — Eu não preciso de proteção, eu sei me defender muito bem sozinha. — digo ao retirar as minhas mãos debaixo das dele.

    Alguns minutos depois, o táxi para em frente a minha casa.

    — Posso entrar com você? — Miguel pergunta. — A Kelly disse que está aí dentro com os pais dela.

    — Pode, mas só porque você me ajudou. — respondo ao descer do táxi.

   Quando abro a porta, Pedro caminha rapidamente até mim e me abraça.

   — Filha! Eu estava tão preocupado com você. — Ele diz.

    — Você está bem, meu amor? — Júlia pergunta ao se aproximar de mim.

   — Estou. — digo enquanto Pedro se afasta de mim.

   Olho em volta e vejo os pais da Kelly olhando para mim.

   — Evellyn, nós não queríamos te assustar, a nossa intenção não foi essa, nós só queremos descobrir se você é ou não a nossa filha. — A mãe da Kelly diz ao se levantar do sofá, mas logo se senta novamente.

    Miguel caminha até a Kelly e fica ao seu lado.

   — O que está acontecendo? — Escuto ele cochichar no ouvido dela.

   — Longa história. Depois te conto. — Ela responde.

    A família da Kelly é tão linda. Eu adoraria ser filha deles, mas eu não sou, eu sei que eu não sou. Preciso arranjar um jeito delicado de dizer que eu não sou a bebezinha que eles perderam.

   Caminho até a mãe da Kelly, sento do seu lado e seguro a sua mão.

   — Eu até que queria ser a filha que vocês perderam, mas eu não sou. Meus pais me abandonaram em um orfanato quando eu tinha um mês de vida e vocês perderam a filhinha de vocês quando ela tinha apenas quinze dias de vida. — digo olhando para ela.

    — Pode ter acontecido muitas coisas, Evellyn, nós não estávamos lá para saber. — Ela aperta a minha mão bem forte.

   Olho para o Pedro e a Júlia e vejo que eles estão com um semblante triste.

   — Como é que vocês tem tanta certeza que eu sou a filha que vocês procuram? — pergunto olhando para o pai da Kelly.

   — É só você olhar para essa foto. — Ele responde ao pegar um álbum de fotos das mãos da Kelly e depois me entregar.

   Abro o álbum e na primeira página aparece a foto de uma bebezinha sorrindo. Quando a vejo, meus olhos enchem de lágrimas. Olho atentamente para a foto e vejo que ela parece mesmo comigo.

   — É verdade, nós somos muito parecidas, mas isso não quer dizer que somos a mesma pessoa. — digo ao devolver o álbum para ele.

   A mãe da Kelly começa a chorar e o marido dela a abraça.

   — Susan, Diego, acho melhor vocês irem. Eu conheço a Evellyn, vocês estão perdendo tempo aqui. — Pedro afirma delicadamente.

    — Acho melhor irmos mesmo. Você e as crianças precisam descansar, meu amor. — diz Diego (o pai da Kelly).

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora