Revelando a verdade. (cap.33)

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   — Não é nada, filha. — respondo tentando manter a calma.

   — Se fosse não nada, essa mulher não estaria chorando. — Eve diz ao olhar para a Paloma.

   — Então, você é a Evellyn? — Paloma pergunta ao limpar as lágrimas que descem sob seu rosto.

   — Sim. E você? Quem é?

   — Ela não é ninguém. — respondo antes que Paloma diga algo.

   Evellyn olha para mim com um olhar confuso, porém sei ela têm consciência de que está acontecendo algo e que eu não quero contar-lhe a verdade. Não agora.

   — Olá, Paloma. — Júlia diz ao aparecer do nada na sala.

   Paloma não a responde, apenas fica com os olhos fixos nos meus. Acho que ela percebeu que eu não contei nada pra ninguém.

  — O que está havendo aqui? — Júlia pergunta assim que percebe que tem algo errado.

   Sinto muita raiva da Paloma. Como ela teve coragem de fazer o que fez? Estou cansado de fingir que está tudo bem. Estou me sentindo muito mal por estar mentindo para a minha esposa e para a minha filha. Já está na hora de dar um basta nisso.

   — Vocês querem mesmo saber o que está acontecendo? — Desvio o meu olhar da Paloma e olho para a Júlia. — Tudo bem então. A nossa filha está viva, Júlia.

   Olho para ela e não vejo nenhuma reação. Acho que ela não acreditou. Talvez eu não tenha dito da melhor forma, mas eu estou morrendo de raiva e tristeza.

   — O que? Isso não pode ser verdade. — Os olhos dela começam a lacrimejar.

   Olho para Evellyn e vejo que está muito surpresa com a notícia. Ela sobe a escada lentamente em direção ao quarto sem dizer nem sequer uma palavra. Desvio meu olhar das escadas e olho para a Paloma, que está com um semblante triste olhando para o chão. Em seguida, olho para a Júlia, seus olhos estão cheios de lágrimas e ela está inspirando e expirando rapidamente. Me aproximo dela lentamente e quando estou a um centímetro dela, a vejo se desequilibrar e a seguro antes que a mesma desmaie.

   — Tudo bem, meu amor? — pergunto enquanto a seguro fortemente e a coloco sentada no sofá.

   — Pedro, isso não pode ser verdade. Os médicos disseram que ela tinha morrido. — Júlia diz enquanto chora. Seus olhos já estão começando a ficar um pouco avermelhados.

   Olho para a Paloma novamente, agora lágrimas descem pelo seu rosto.

   — Vai embora daqui, Paloma! Eu vou contar tudo a ela, mas tem que ser a sós. — Abraço Júlia fortemente.

   Paloma diz que sim ao mexer a cabeça e sai para fora sem dizer nenhuma palavra. Ainda não consigo acreditar que ela foi capaz de fazer aquilo com um bebezinho.

   — Meu amor, eu vou te contar tudo o que aconteceu, mas você precisa ser forte. — digo ao limpar com o dedo indicador a lágrima que desce pelo seu rosto.

   Começo a contar-lhe da melhor maneira possível tudo o que Paloma fez.

   Quando termino, ela me abraça fortemente, acho que ela nunca me abraçou tão forte assim.

   — Isso não pode ser verdade. E o médico que falou que a nossa filha tinha morrido? Ele mentiu também? — Ela pergunta ao apoiar a cabeça em meu ombro.

   — Eu não sei. Ela pode ter comprado ele, ou ter trocado a nossa filha com outro bebê. — digo ainda com os braços envoltos em seu corpo.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora