Capítulo 6: Namorada do Miguel.

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   No dia seguinte, o despertador toca e eu acordo assustada. Quando estou prestes a virar para o outro lado e dormir novamente, escuto alguém entrar pela porta.

   — Bom dia, meu amor. Está na hora de ir para a escola. — Pedro diz sorrindo.

    — Eu sei, não sou burra, sei ver as horas. — retruco ao coçar os olhos e me sentar.

     — Nossa, que mau humor. Ontem você estava tão carinhosa. — Ele diz ironicamente.

     — Ontem eu não estava bem, mas hoje estou ótima. Não vou deixar ninguém me entristecer.

    Me sinto bem melhor. Estou decidida a agir como sempre, a ser forte como sempre, porém, eu não tenho a mínima ideia de como será a minha reação ao ver aquele idiota.

     — Isso mesmo, querida, nunca deixe ninguém estragar esse sorriso. — Ele sorri.

    Ele sai pela porta e eu me arrumo rapidamente.

   +++

   — Nossa, Eve! Você já se arrumou? — Pedro pergunta ao me avistar chegando à sala de jantar.

    — Óbvio que já, não está vendo?! — pergunto rudemente ao revirar os olhos.

    — Bom dia pra você também, Evellyn. É, Pedro... parece que a nossa filha já voltou ao normal. — Júlia diz sorrindo.

    — Já estou indo. — digo ao pôr a mochila nas costas.

     — Seu horário de entrada é sete horas e ainda são seis da manhã. Pra que você quer ir tão cedo? — Pedro pergunta ao olhar para o relógio.

    — Porque eu quero ir na biblioteca antes da aula. — respondo ao me sentar no "braço" do sofá.

    — Não sabia que você gostava de ler. — Júlia diz sorrindo novamente.

    — Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim. — digo ao me levantar e sair pela porta.

    Se tem uma coisa que eu adoro é ler. Quando eu leio esqueço de todos os meus problemas, das minhas aflições, eu esqueço do mundo.

    Enquanto caminho com os meus fones no ouvido, avisto uma mulher. Ela está um pouco distante de mim agredindo um cachorrinho. Ao ver a cena, fico com raiva e resolvo ir lá tirar satisfações com ela.

   — Você está louca?! — pergunto ao pegar a madeira que ela estava segurando e jogar pra longe.

    — Esse bicho estava revirando o lixo! Olha só aquilo... — Ela aponta para o lixo que está todo revirado. — Agora eu vou ter que limpar tudo!

    Que raiva! Como uma pessoa é capaz de maltratar um animal indefeso?! Como?! Só de ter visto as pessoas passando sem sequer dizer uma palavra a esta mulher, me faz desacreditar no ser humano. Eu odeio injustiça.

    — Não importa! Ele podia feito algo pior, mas não justificaria a senhora agredí-lo! É só um animalzinho que com certeza só estava revirando o lixo por sentir fome... A senhora deveria sentir vergonha! — Cuspo as palavras inconformada com a situação.

   Em seguida, pego o cachorrinho nos braços sem nenhum receio e saio andando com ele.

   Ele está tão desnutrido que chega a dar pena. Apesar de ser um poodle, não tem muitos pelos. Com certeza esse cachorrinho deve ter sofrido muito.

   Caminho com ele até uma praça que fica há alguns metros de distância de onde o salvei das mãos daquela mulher.

    Compro uma garrafa de água e dou para ele. Um menininho se aproxima de nós com a sua mãe e fica olhando a cena.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora