Depois de um tempo abraçados, nos soltamos.
— Por que você fez isso comigo, Eve? Eu te amo tanto. — Carlos pergunta chorando ao pôr a mão na ferida.
Apesar de tudo, eu não queria dar uma facada nele, mas se eu não fizesse isso eu teria que beijá-lo e isso é algo que eu não quero de jeito nenhum.
— Acho melhor amarrarmos ele. — Kevin diz.
Não sei porquê, mas estou sentindo pena dele. Eu sei que eu não deveria sentir, mas eu não controlo os meus sentimentos.
Kevin e Daniel o pegam e o amarram no chão. Eu e as meninas fazemos o mesmo com a Victória.
— Acho melhor procurarmos um celular. A mamãe deve estar muuuito preocupada. — Malu diz.
— Você está certa. Por aqui deve ter algum celular. Procurem, mas não saiam da casa. Eu vou falar com a Eve. — Daniel diz para as crianças.
Carlos me encara com o rosto todo molhado por conta das lágrimas e seus olhos também estão bem vermelhos.
— Está tudo bem, Eve? Você está muito quieta. — Daniel pergunta ao chamar minha atenção.
— Está. — digo ainda sem tirar os olhos do Carlos. — Eu só estou preocupada com ele.
— Não precisa ficar, esse miserável não merece sua pena. Mas vai passar, ele não vai morrer. — Ele olha para o Carlos.
Olho para o Daniel e vejo que ele está me olhando seriamente, acho que ele não gostou de me ver sentindo piedade do Carlos.
— Achei! — Kevin grita ao entrar correndo dentro do cômodo com um celular na mão. Sophia e Malu também entram.
Kevin entrega o celular para mim e eu começo a digitar o número do celular do meu pai.
— O Erick ainda está dormindo. Não sei como ele não acordou com todo o barulho. — Sophia diz.
Olho para as crianças e percebo que a boca deles está toda suja de chocolate.
— O que é isso na boca de vocês? — pergunto ao franzir a testa.
— Ah, é chocolate. Nós achamos um bolo bem grande na cozinha, e como a gente tava com muuuuita fome, a gente comeu. — Sophia diz rindo com os dentes todos sujos de chocolate.
Começo a rir deles balançando a cabeça negativamente.
Viro meu olhar novamente para o Carlos e vejo que ele está bem pálido e suando muito.
— Alô. — figo assim que meu pai atende.
— Alô! É você filha? — Meu pai pergunta desesperadamente.
— Sim, pai. Sou eu. — respondo.
Olho para fora por uma janela e vejo que já está de noite.
— Meus Deus! Você está bem? Onde você está? Você sumiu! — Meu pai diz rapidamente. Ele parece bem nervoso.
— Calma, pai! Eu estou bem. A Sophia, o Daniel, o Kevin e a Malu estão comigo.
— Eles estão com você? Os pais deles estão apavorados aqui em casa. Onde você está? — Ele pergunta novamente.
— Sim. Diga a todos que estamos bem. Eu não sei onde estou, mas vou descobrir e depois te ligo. Preciso desligar, a bateria está acabando.
— Não! A polícia está rastreando de onde você está me ligando, amor. Fica na linha.
Olho para o celular e vejo que só resta 1% de bateria.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...