— É que o Pedro e a Júlia são os meus pais verdadeiros. — digo ao abraçá-lo fortemente.
— Como assim seus pais verdadeiros? — Ele fica um pouco confuso.
— Eu fui adotada por eles e acabei de descobrir que eles são os meus verdadeiros pais. — respondo ainda chorando.
Em seguida, ele me guia até a cama e nos sentamos.
— Que história, hein... Até eu ficaria confuso. — Ele passa a mão no meu rosto novamente. — Eu estou aqui com você, tá?
— Tá. Eu só preciso de um tempo, eu acho. — afirmo ao me afastar dele e abaixar a cabeça.
— Vou deixar você um pouco sozinha. Acho que você precisa disso.
Digo que sim ao mexer a cabeça, logo depois, ele me dá um beijo na bochecha e sai do quarto.
Eu tento com todas as minhas forças, mas não consigo ficar feliz com essa notícia. Eu sei que a culpa de absolutamente tudo é da Paloma, mas eu estou sentindo uma raiva dentro de mim que está me consumindo.
Choro mais e mais, então abaixo a cabeça e começo a pensar em tudo o que passei. Eu passei coisas horríveis por causa da Paloma, acho que nunca vou conseguir perdoá-la.
Tiro meu celular do bolso e vejo que a Alice está me ligando. Eu e ela ficamos mais próximas no tempo em que ela morou lá em casa. Penso em desligar, mas sei que preciso falar com alguém.
— Eve! Que bom que você atendeu. Estamos muito preocupados com você. Onde você está? — Alice diz assim que eu atendo o celular. Pela sua voz, ela parece bem aflita.
— Eu estou bem. Não vou dizer onde estou, porque sei que você vai dizer ao Pedro e a Júlia. — afirmo chorando. — Você está com eles?
— Sim, eles estão aqui. Eve, me diz onde você está, eu prometo que não direi a ninguém. — Ela diz.
Durante a ligação, escuto frases como: "Me deixa falar com ela", " Eu preciso falar com ela, Alice!", "Me dá o celular" e etc.
— Eu vou desligar, Alice. Quando você estiver sozinha me ligue.
— Mas, Eve... — Desligo o celular.
Assim que desligo, sinto vontade de chorar novamente, pois ao ouvir a voz dos meus pais, me sinto angustiada.
Me deito na cama do Daniel e assim que meu corpo encosta no colchão, sinto um peso enorme cair sobre ele, então, durmo profundamente.
POV DANIEL
Faz um bom tempo que a Eve está no quarto. Resolvi deixá-la sozinha porque acho que ela precisa disso para pensar melhor em tudo que aconteceu.
Nesse momento, estou na sala com a minha irmã.
Minha mãe foi ao supermercado e preciso dizer a ela que a Eve está aqui.
— Dani, brinca de boneca comigo? — Malu pergunta.
— Ah, não, Malu. — afirmo ao cruzar os braços.
Ela me olha fazendo uma cara triste. Eu odeio isso, ela sempre me convence a fazer o que ela quer com essa carinha.
— Não fique triste... Eu vou brincar com você. — digo sorrindo.
— Mesmo? — Ela pergunta com os olhinhos brilhando.
— Sim, maninha. — respondo ao revirar os olhos.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...