Briga com o professor. (cap.29)

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  Chegando lá, vejo meu pai sentado na cadeira e escrevendo alguma coisa no computador.

   — Pai, nós precisamos conversar. — Me sento na cadeira que está na frente da mesa dele.

   — Tem que ser agora, filha? Eu estou um pouco ocupado.  — Ele pergunta com os olhos fixos no computador.

   — Tem. — respondo seriamente.

   Ele desvia o olhar da tela do computador e olha sorrateiramente para mim.

   — Você não tinha o direito de me fazer passar aquela vergonha com o Daniel.

   — Que vergonha eu te fiz passar? Eu só estava conversando com o seu amigo.

   — Uhum... Sei. — digo um pouco desconfiada.

   — O que você acha de nós assistimos um filme a noite? Faz um bom tempo que não fazemos nada em família. — Ele pergunta.

   Eu não posso contar para ele que eu vou sair com o Daniel, pois se eu contar, tenho certeza que ele não vai me  ir e eu não estou a fim de me estressar.

  — É... não dá, eu estou muito cansada e amanhã eu tenho aula cedo. — respondo ao me levantar.

   — Poxa. — Ele faz uma cara triste. — Tudo bem então.

   Em seguida, saio do escritório e subo em direção ao meu quarto.

   +++

   Já são seis horas. Olho o closet, pego uma blusa quadriculada e uma calça jeans. Não vou me vestir de um jeito que eu não me sinta confortável, como aconteceu mais cedo.

   Quando termino de me vestir, coloco o celular no bolso e saio do quarto em direção a sala.

   Quando passo pelo quarto da Alice, escuto o som de uma pessoa chorando. Me aproximo da porta e o som do choro fica mais forte. Abro a porta cautelosamente e a vejo aos prantos sentada no chão com a cabeça abaixada, em meio a várias fotos rasgadas.

   Caminho até ela e me agacho cautelosamente.

   — O que aconteceu, Alice? — pergunto preocupada.

   — Nada. — Ela diz ainda com a cabeça abaixada enquanto as lágrimas descem pelo seu rosto molhando as fotos no chão. — Eu sou uma idiota!

   — Me diz o que está acontecendo, por favor. — pergunto angustiada por vê-la de tal forma.

   — Eu não quero falar nada agora. — Ela levanta a cabeça e olha para mim.  — Você vai sair, né? Pode ir, eu vou ficar bem.

   Ela levanta lentamente, deita na cama e seus olhos derramam mais lágrimas. Me sinto péssima por ela, não posso deixá-la assim.

   — Eu não vou deixar você aqui desse jeito. — digo ao me levantar e me sentar ao lado dela na cama.

   Não sei o que está acontecendo comigo de uns dias para cá. Estou mudando radicalmente. Eu não consigo mais ver uma pessoa mal e simplesmente deixá-la.

   A Alice me conquistou, assim como o meu pai, a minha mãe, a Kelly e a Sophia.

   — Pode ir, é sério. — Ela diz ainda chorando.

   — Eu já disse que não! — Me deito ao seu lado na cama e a abraço.

   Depois de uns minutos em silêncio, ela diz:

   — Obrigada por estar aqui. Obrigada mesmo.

   Não digo nada, apenas sorrio.

   Alguns minutos se passam. Nesse momento, sinto a Alice encostando sua cabeça lentamente em cima do meu ombro e logo em seguida, sinto suas lágrimas encostando em minha pele.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora