— Para de frescura, Miguel. Levanta logo. — Daniel diz rindo.
Fico olhando para o Daniel por um tempo. Os cabelos dele são pretos igual aos dos Miguel.
— Cala o boca, Daniel! — Kelly diz furiosamente. — Tudo bem, meu amor? — Ela pergunta ao se abaixar e colocar as mãos encima das dele.
— Não. — Ele responde gemendo de dor ao encostar a mão no braço.
Fico em silêncio, pois não sei o que dizer.
Olho para ele e não sinto nenhuma pena. Dá pra ver na cara dele que ele não está com tanta dor, ele só está querendo chamar atenção.
— Vem, eu vou te levar para a enfermaria. — O professor diz ao ajudá-lo a levantar.
— Eu vou com vocês. — Kelly diz ao andar junto com eles em direção a área hospitalar da escola.
Todas as meninas que estavam na quadra os seguem.
— Você jogou muito bem! — Daniel diz sorrindo. — Não se preocupe, ele está exagerando.
— Obrigada. — digo seriamente ao olhá-los saindo da quadra. — Não estou nenhum pouco preocupada. — Dou ombros.
— Então tá. — Ele diz com um sorriso meio torto. Parece que não está acreditando. — Vamos para a sala?
— Vamos. — respondo ao caminhar junto com ele.
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Depois de um tempo, o professor volta à sala junto com o Miguel, a Kelly e as outras garotas que os seguiram.
Miguel está com o braço enfaixado e todas as garotas estão em cima dele. Kelly parece não estar gostando disso.
— Você quase quebrou meu braço hein, Evellyn. — Ele diz ao se sentar na cadeira.
— Ah! Agora você me chama de Evellyn, né? — digo com um sorriso debochado.
— Não falei que ele estava exagerando? O professor disse que a médica falou que o braço dele só vai ficar um pouco inchado. — Daniel diz ao se aproximar da gente.
— Daniel, sai daqui! Eu estou conversando com a Evellyn. — Miguel manda sem dar atenção ao amigo.
— Não vou a lugar nenhum. Acho que a Kelly não vai gostar de saber que vocês dois estão aqui sozinhos. —Daniel diz com um sorriso maléfico.
Se tem uma coisa que eu não compreendo é como a Kelly pode ser tão ingênua. O Miguel dá em cima de mim na frente dela e ela não faz nada.
— Não estou nem aí. — digo ao dar ombros.
O sinal da saída toca e todos saem apressados da sala.
— Tchau, Evellyn. — Daniel diz ao me dar um beijo na bochecha e sair da sala.
— Tchau. — digo um pouco surpresa.
Isso pode soar estranho, mas eu nunca tinha ganhado um beijo de um garoto antes.
Kelly se despede de Miguel, que acena para mim ao passar pela porta.
— Vamos? — pergunto quando só há eu e ela na sala.
— Para onde? — Ela pergunta enquanto arruma a mochila.
— Para onde você acha? — pergunto sarcasticamente. — Para a minha casa, né? Você não falou que iria me ajudar?
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Fiksi RemajaSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...