Peça. (cap.70)

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    Eu e ele entramos no quarto e nos sentamos na cama.

   — É sobre a sua irmã, né? — pergunto.

    — Sim, mas eu não estou aqui para te criticar, eu só quero saber o motivo pelo qual você quer conversar com ela. — Meu pai responde.

    — É que eu queria ouvir o lado dela da história, eu não quero perdoá-la ou algo do tipo, eu só quero dar a ela a oportunidade de se explicar. Entende?

   — Claro que sim. — Ele sorri. — Estou muito orgulhoso por você ter a maturidade de encarar isso de frente.

    Eu fui uma boba em achar que justo o meu pai ficaria contra mim. Ele é o homem mais compreensivo que eu conheço.

    — Obrigado por me apoiar. — Retribuo o sorriso. — Aposto que a minha mãe vai ficar brava quando souber que você não brigou comigo.

    — Eu sempre vou te apoiar. — Ele diz ainda sorrindo. — Eu já conversei com ela, ela ficou um pouco chateada, mas entendeu. — Ele suspira. — Vamos almoçar?

   — Vamos. — respondo sorrindo.

    Em seguida, nós descemos a escada e caminhamos até a sala de jantar.

    Ao caminhar escuto uma sequência de barulhos estrondosos vindo de trás da casa.

   — Que barulheira é essa? — pergunto enquanto caminhamos.

    — É que estão construindo a piscina, filha. — Meu pai responde.

    Bem que eu estranhava uma casa enorme como esta não ter nenhuma piscina.

    Assim que chegamos na sala de jantar, vejo que todos estão no recinto.

    Eu e meu pai nos sentamos e então a empregada começa a servir o almoço.

   — Eve, quando a gente vai começar a fazer a peça? — Sophia pergunta.

    Ela parece estar bem empolgada com o trabalho.

   — Quando você quiser. — respondo sorrindo.

   — Pode ser depois do almoço? — Ela pergunta.

   — Sim. — respondo.

   — Que peça é essa que vocês duas tanto falam? — Minha mãe pergunta.

   — É um trabalho do colégio, titia, mas vamos ficar em silêncio, porque é falta de educação falar enquanto as pessoas almoçam. — Sophia afirma ao começar a comer.

    Em seguida, todos ficamos em silêncio até terminarmos o almoço.

    Assim que terminamos, eu e Sophia subimos para o quarto.

   — Sophia, qual é o seu conto de princesas preferido? — pergunta ao me sentar na cama.

   — Cinderela! — Ela exclama empolgadamente ao pular na cama.

   — Então vamos fazer uma peça sobre a Cinderela. — digo ao pegar um caderno e uma caneta de dentro do criado-mudo.

    Em seguida, escuto batidas na porta do quarto e eu peço para que a pessoa entre.

    Me surpreendo ao ver Alice, Guilherme, Daniel, Malu, Kelly e Kevin entrando no quarto.

     Kevin e Malu correm até mim e me abraçam, enquanto Sophia cumprimenta o Daniel e a Kelly.

   — Oi, crianças! O que vocês estão fazendo aqui? — pergunto quando eles se afastam de mim.

   — A Sophia chamou a gente para ajudar ela com a peça. — Kelly responde sorrindo.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora