Ao descermos do palco, uma menininha caminha até a gente. Ela parece ser só um pouquinho mais velha que a Sophia.
— Você é muito bonito! Você é um príncipe de verdade? — A menina pergunta sorrindo ao olhar fixamente para o Daniel.
Daniel se abaixa na altura dela.
— Obrigada. Você também é muito bonitinha. — Ele sorri para ela. — Eu não sou um príncipe de verdade, mas eu tenho uma princesa e ela é muito bonita, assim como você. — Ele diz ainda sorrindo ao olhar para mim.
Quando ele diz isso eu fico completamente vermelha. Eu não estava esperando que ele dissesse isso para ela.
— Vem brincar, Juju! — Uma menina grita.
— Tenho que ir. Tchau príncipe, tchau princesa. — Ela diz ao dar um beijo em mim e no Daniel.
Em seguida, ela corre até a outra menina.
Daniel se levanta e olha para mim sorrindo. O sorriso dele é tão lindo, o mais lindo do mundo.
— Então quer dizer que eu sou sua princesa? — pergunto enquanto ele me olha.
— Sim, a princesa mais linda e encantadora de todas. — Ele diz sorrindo.
— Tá bom, agora chega de melação, senão o meu pai vai começar com as crises de ciúmes dele. — afirmo ao segurar a mão dele e caminhar até os meus pais.
Assim que chegamos até eles, meu pai olha seriamente para mim e para o Daniel, ele só faz essa cara quando vai ter um das suas crises de ciúmes.
— Posso saber que beijo foi aquele? — Ele pergunta ainda sério.
Olho para a minha mãe e vejo que ela fica apenas observando em silêncio.
— Tio, olha só... — Daniel tenta dizer, mas meu pai o interrompe.
— Garoto, eu não sou irmão do seu pai e nem da sua mãe, então não me chame de tio. — Meu pai responde rudemente.
— Pai, para de ser grosso! — digo em defesa do Daniel.
— Desculpa, Daniel. Você está certa, filha. — Ele suspira. — Vocês dois estão namorando?
Quando Daniel ia responder a pergunta, é interrompido por Sophia.
— Mamãe! Você veio! — Sophia grita ao correr em direção a Paloma, que está sentada em uma das cadeiras.
— Claro que eu vim, você acha que eu iria perder a sua peça? — Ela pergunta ao pegar a Sophia no colo.
As duas caminham até a gente.
— Bom dia. — Paloma diz.
— Bom dia. — Todos respondemos em coro, menos a minha mãe.
A partir daí, o clima pesa e ninguém fala mais nada.
Desde que souberam de tudo, a Alice e o Guilherme não falam direito com a Paloma, apenas o necessário.
— Bom, acho melhor eu ir. — Paloma afirma ao pôr a Sophia no chão.
Quando ela já está perto do portão da saída do orfanato, corro atrás dela.
— Paloma, espera! — grito enquanto corro.
Ela para e se vira em minha direção.
— Aconteceu alguma coisa, Evellyn? — Ela pergunta.
— Não, eu só queria te perguntar se mais tarde nós podemos ter aquela conversa. — respondo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...