Uma "conversa" difícil. (cap.73)

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   Ao descermos do palco, uma menininha caminha até a gente. Ela parece ser só um pouquinho mais velha que a Sophia.

   — Você é muito bonito! Você é um príncipe de verdade? — A menina pergunta sorrindo ao olhar fixamente para o Daniel.

    Daniel se abaixa na altura dela.

   — Obrigada. Você também é muito bonitinha. — Ele sorri para ela. — Eu não sou um príncipe de verdade, mas eu tenho uma princesa e ela é muito bonita, assim como você. — Ele diz ainda sorrindo ao olhar para mim.

    Quando ele diz isso eu fico completamente vermelha. Eu não estava esperando que ele dissesse isso para ela.

    — Vem brincar, Juju! — Uma menina grita.

   — Tenho que ir. Tchau príncipe, tchau princesa. — Ela diz ao dar um beijo em mim e no Daniel.

   Em seguida, ela corre até a outra menina.

    Daniel se levanta e olha para mim sorrindo. O sorriso dele é tão lindo, o mais lindo do mundo.

   — Então quer dizer que eu sou sua princesa? — pergunto enquanto ele me olha.

   — Sim, a princesa mais linda e encantadora de todas. — Ele diz sorrindo.

   — Tá bom, agora chega de melação, senão o meu pai vai começar com as crises de ciúmes dele. — afirmo ao segurar a mão dele e caminhar até os meus pais.

    Assim que chegamos até eles, meu pai olha seriamente para mim e para o Daniel, ele só faz essa cara quando vai ter um das suas crises de ciúmes.

   — Posso saber que beijo foi aquele? — Ele pergunta ainda sério.

    Olho para a minha mãe e vejo que ela fica apenas observando em silêncio.

    — Tio, olha só... — Daniel tenta dizer, mas meu pai o interrompe.

   — Garoto, eu não sou irmão do seu pai e nem da sua mãe, então não me chame de tio. — Meu pai responde rudemente.

    — Pai, para de ser grosso! — digo em defesa do Daniel.

   — Desculpa, Daniel. Você está certa, filha. — Ele suspira. — Vocês dois estão namorando?

    Quando Daniel ia responder a pergunta, é interrompido por Sophia.

    — Mamãe! Você veio! — Sophia grita ao correr em direção a Paloma, que está sentada em uma das cadeiras.

    — Claro que eu vim, você acha que eu iria perder a sua peça? — Ela pergunta ao pegar a Sophia no colo.

   As duas caminham até a gente.

    — Bom dia. — Paloma diz.

   — Bom dia. — Todos respondemos em coro, menos a minha mãe.

    A partir daí, o clima pesa e ninguém fala mais nada.

    Desde que souberam de tudo, a Alice e o Guilherme não falam direito com a Paloma, apenas o necessário.

    — Bom, acho melhor eu ir. — Paloma afirma ao pôr a Sophia no chão.

    Quando ela já está perto do portão da saída do orfanato, corro atrás dela.

   — Paloma, espera! — grito enquanto corro.

    Ela para e se vira em minha direção.

    — Aconteceu alguma coisa, Evellyn? — Ela pergunta.

   — Não, eu só queria te perguntar se mais tarde nós podemos ter aquela conversa. — respondo.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora