— Carlos... — digo baixinho enquanto choro.
Ele me segura e me obriga a lhe dar um beijo.
Em seguida eu acordo assustada.
Quando acordei depois do desmaio eram seis horas da manhã e agora o relógio está marcando onze e meia. Como eu posso ter dormido tanto? E que pesadelo foi esse?
— Está tudo bem? Você dormiu bastante. — A enfermeira pergunta.
— Estou sim. Será que dá para você chamar o meu pai? Quer dizer, o Pedro. — pergunto angustiada.
— Sim. — Ela responde ao sair do recinto.
Por que será que eu tive esse pesadelo? Será que é uma premonição? Não, não pode ser...
Estou com medo, me sentindo desprotegida e com uma enorme vontade de chorar.
Escuto a porta abrir e vejo a Júlia entrar.
— Cadê o Pedro? — pergunto ao perceber que ele não entrou no quarto.
— Ele está na lanchonete. Você está precisando de alguma coisa? Parece angustiada. — Ela responde.
— Não estou precisando de nada. — respondo ao desviar o olhar dela.
Ela fica olhando para mim por um tempo e os meus olhos acabam cruzando com os dela novamente.
— O que foi? — pergunto.
— Nada. — Ela sorri. — Você sabe que você pode confiar em mim, não sabe?
Balanço a cabeça positivamente.
A Júlia até que não é tão chata assim... Às vezes ela até que é legal.
— Eu sei que aconteceu alguma coisa, mas se você não quer me contar tudo bem. Eu vou chamar o Pedro. — Ela diz ao andar até a porta.
— Espera! — peço antes que ela saia.
Ela se vira e olha para mim com um enorme sorriso.
— O que foi? — Ela pergunta ao caminhar até mim.
— Eu... — digo pensando se falo ou não.
— Você o que, Eve? — Ela olha para mim.
Será que eu conto para ela sobre o pesadelo? Eu estou me sentindo tão angustiada, preciso contar para alguém.
— Eu tive um pesadelo. — digo ao abaixar a cabeça.
Ela se senta ao meu lado na cama.
— Com as pessoas que te sequestraram? — Ela pergunta.
— Só com um deles. — respondo ao levantar a cabeça e olhar para ela com os olhos lagrimejados.
— Você quer conversar sobre isso? — Ela pergunta.
Digo que não ao balançar a negativamente.
— Você não sabe a alegria que me dá ver você começando a se aproximar de mim, filha. — Ela afirma sorrindo e me depois me abraça.
Me sinto mal, pois realmente estou começando a me aproximar dela e do Pedro. Sempre que me aproximo de alguém, sou abandonada e eu não quero mais isso.
— Júlia, eu... — Tento dizer até ser interrompida pelo Pedro.
— Olá, como estão as mulheres da minha vida? — Pedro pergunta ao entrar no quarto.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...