Desabafando. (cap.34)

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   Quando acordo, vejo que já está anoitecendo. Então, avisto Guilherme mexendo nas minhas miniaturas do Harry Potter.

   — Você ainda está aqui? — pergunto enquanto coço os meus olhos, que no momento estão formigando.

   — Sim. — Ele desvia o olhar das miniaturas e olha para mim. — Você está se sentindo melhor?

   — Sim. Obrigado por ter ficado aqui comigo. — Me sento na cama.

   — De nada. — Ele sorri.

   Ele foi tão fofo por ter ficado aqui e se preocupado comigo. Eu não esperava isso dele. Na verdade, achava que ele não gostava muito de mim.

   Ouço alguém bater na porta e eu mando entrar.

   — Oi. — Alice diz ao entrar no quarto ao lado de Sophia.

   — Oi. — Eu e Guilherme respondemos em coro.

   — O que vocês estão fazendo aqui sozinhos? — Alice pergunta ao olhar em volta.

   — Não estamos fazendo nada. — Guilherme responde sinceramente.

   — Uhum... Sei. — Ela diz desconfiada.

   Sophia caminha até mim com um semblante triste e se senta ao meu lado. Ela é tão fofa, até mesmo tristinha. Confesso que aperta meu coração vê-la assim.

   — O que foi? Por que você está assim? — pergunto ao acariciar suas bochechas rosadas.

   — Estou assim porque a mamãe mentiu para mim. Ela disse que nós íamos ficar juntas, mas ela foi embora e nem se despediu de mim.

   — Sua mãe estava aqui? — pergunto.

   Será que a mãe da Sophia é aquela mulher que eu vi chorando quando eu cheguei?

   — Sim. Ela estava conversando com o titio.

   É ela mesmo! Mas por qual motivo será que ela estava chorando? Será que o meu pai fez alguma coisa? Acho que não, ele não seria capaz de fazer nada.

   — Não fique assim. Eu aposto que aconteceu alguma coisa para a sua mãe ter ido embora sem falar com você.

   — Pera aí... A minha mãe está no Brasil? — Alice pergunta ao se aproximar da gente.

   — Sim. — Sophia responde sorrindo.

   — O que será que ela veio fazer aqui? — Guilherme pergunta.

   — Ela veio buscar a gente, Gui. — Sophia responde empolgada.

   — Veio nada! A nossa mãe só pensa nela. Ela não gosta da gente. — Guilherme retruca.

   — Isso é mentira! A nossa mamãe ama muito a gente! — Sophia grita.

   Alice e Guilherme se entreolham. Eles sabem que retrucar com Sophia não fará a mesma mudar de ideia.

   — Tá bom, Sophia. Que tal você ir brincar de boneca no seu quarto? — Alice pergunta.

   — Tá. Eu vou, mas depois eu volto. — Ela desce da cama e vai correndo em direção a porta.

   Alice e Guilherme ficam conversando sobre a mãe, mas eu não presto muita atenção. Apenas fico imaginando como seria a minha volta para aquele lugar horrível.

   Depois de um tempo, Alice fica mexendo as mãos em frente ao meu rosto tentando me fazer voltar para a vida real.

   — Ei! Terra chamando, Evellyn! — Ela diz ainda gesticulando com as mãos.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora