— Não é nada. — Ela diz ainda chorando e com a cabeça abaixada.
— Sophia, olha para mim. — Ela levanta a cabeça lentamente e me olha.
Os olhinhos dela estão totalmente vermelhos. Me parte o coração vê-la assim. Eu nunca tinha visto ela desse jeito.
— Eu te conheço e sei que está acontecendo alguma coisa. Me conta, por favor. Você confia em mim, não é?
Ela balança a cabeça afirmando que sim, em seguida, ela olha para a porta e vejo que ela se assusta com algo, viro o meu olhar para a porta e não vejo ninguém. É estranho, mas tenho a impressão de que alguém estava ali.
— Eu não tenho nada. — Ela diz ao se levantar.
— Não mente pra mim, Sôsô. Eu estou preocupada com você. É a sua mãe, não é?
— A mamãe não está fazendo nada. — Ela responde. Vejo que ficou um pouco nervosa com a pergunta que lhe fiz.
Fico olhando para o rostinho lindo dela esperando que ela tome coragem para me dizer o que está acontecendo, mas os minutos se passam e ela não diz nada.
— Sôsô, eu não vou te forçar a me dizer nada, eu só quero que você saiba que eu estou aqui e que eu te amo muito. — digo ao limpar o rostinho dela.
Em seguida, ela me abraça bem forte novamente e sai para fora do banheiro.
Me levanto do chão e a Alice entra no recinto.
— Por que você e a Sophia demoraram tanto aqui no banheiro? — Ela pergunta.
— Eu estava tentando convencê-la a me contar o que está acontecendo, mas ela não quis me dizer nada. — respondo ao me encostar na parede
— Eu também reparei que ela não está bem. Ela já está assim desde ontem quando eu vim para o hospital. — Alice afirma ao caminhar até mim.
— Você não perguntou o que ela tinha?
— Perguntei, mas ela disse que não era nada.
— Sabe, eu acho que a sua mãe está fazendo alguma coisa com ela. — afirmo ao morder o lábio inferior.
A Paloma tem agido muito estranho com a Sophia desde que elas chegaram no hospital.
— Eu também acho, Eve. — Alice diz seriamente. — Nós precisamos tirar isso a limpo.
— Sim, nós temos que conversar a sós com ela, mas a Paloma não pode estar por perto.
Em seguida, eu e a Alice saímos do banheiro e caminhamos até a sala de espera, onde estão todos, menos a Kelly e o Guilherme. Caminho até o Daniel e me sento ao seu lado. Sophia está sentada no colo da Paloma e evita olhar para mim.
— Por que você demorou tanto? — Daniel pergunta.
— Porque eu estava conversando com a Alice. — respondo. — Cadê a Kelly e o Guilherme?
— Estão na lanchonete. — Meu pai responde.
Olho para o lado e vejo a médica vindo em nossa direção.
— Olá, se vocês quiserem, vocês podem ver a Júlia novamente, ela já acordou. — Ela diz sorrindo.
Meu pai se levanta e pergunta:
— Você quer vir comigo, filha?
— Eu já fui, acho melhor você ir agora, Paloma. — afirmo ao olhar para ela.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...