Orfanato. (cap.38)

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   Corro rapidamente em direção a saída do shopping, até que esbarro em alguém.

   — Me desculpe. — digo chorando ao abaixar para pegar a bolsa da pessoa que eu esbarrei.

   — Evellyn, é você? — A pessoa pergunta.

   Levanto minha cabeça com a bolsa na mão e vejo a Kelly ao lado do Miguel.

   — Tudo bem, Evellyn? Você parece estar chorando. — Miguel pergunta.

   Eu não posso acreditar que eles voltaram depois de tudo que ele fez a ela. Isso não pode ser verdade. A Kelly é uma trouxa mesmo.

   — Tudo. — Limpo o meu rosto com a mão.

   Olho para trás e vejo minha mãe vindo em minha direção.

   — Preciso ir, Kelly. Depois eu te ligo. — digo ao sair correndo em direção a saída.

   Ao correr a escuto dizer algo, mas não entendo muito bem.

   Quando saio, pego um táxi. Dou ao motorista o endereço de casa e o mesmo dirige rapidamente até a residência.

   Ao chegar em casa, vejo meu pai caminhando em direção ao escritório. Corro em sua direção e lhe dou um abraço bem apertado.

   — O que aconteceu, meu amor? Por que você está chorando? Cadê a sua mãe? — Ele pergunta enquanto nos abraçamos.

   — Eu não quero responder nenhuma pergunta agora. — Mais lágrimas rolam pelo o meu rosto. — Eu só quero ficar com você.

   — Tá bom, mas fique calma. Eu estou aqui com você. — Ele passa as mãos pelo meu cabelo.

   Depois de alguns minutos, escuto alguém abrir a porta.

   — Filha, nós precisamos conversar. — Minha mãe diz ao entrar em casa.

   — Eu não tenho nada para conversar com você! — Solto o meu pai. — Se você acredita mais na Isabela do que em mim, não vai adiantar eu falar mais nada.

   Olho para ela seriamente. Nesse momento, não estou mais chorando.

   — Não é isso, filha. É claro que eu acredito em você. — Ela suspira. — É que quando eu voltei a mesa, foi você que eu vi insultando a Isa.

   — Eu a insultei porque foi ela que me insultou primeiro. — digo em prantos.

   — Será que dá para uma das duas me dizer o que está acontecendo? — Meu pai pergunta.

   — Pede para ela te explicar. — digo rudemente. — Vou para o meu quarto.

   Em seguida, subo a escada rapidamente.

   Chegando no local, olho para a janela e vejo que já está anoitecendo. Então, olho para o relógio e vejo que já são seis horas.

   Me deito na cama e começo a chorar. Eu já estava um pouco sensível por causa do pesadelo, agora estou pior.

   Estou me sentindo um lixo. Odeio me sentir assim. Eu só queria saber o motivo pelo qual os meus pais me abandonaram naquele orfanato. Eu nunca vou perdoá-los pelo que fizeram comigo. Nunca!

   POV JÚLIA

   Faz um tempo que a Evellyn subiu para o quarto e o Pedro não disse nada desde então.

   Às vezes, eu não entendo a Evellyn. Eu tenho consciência de que agi mal ao julgá-la daquele jeito, mas depois eu tentei explicar a ela os motivos pelo qual eu agi assim, mas ela nem sequer quis me ouvir.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora