Corro rapidamente em direção a saída do shopping, até que esbarro em alguém.
— Me desculpe. — digo chorando ao abaixar para pegar a bolsa da pessoa que eu esbarrei.
— Evellyn, é você? — A pessoa pergunta.
Levanto minha cabeça com a bolsa na mão e vejo a Kelly ao lado do Miguel.
— Tudo bem, Evellyn? Você parece estar chorando. — Miguel pergunta.
Eu não posso acreditar que eles voltaram depois de tudo que ele fez a ela. Isso não pode ser verdade. A Kelly é uma trouxa mesmo.
— Tudo. — Limpo o meu rosto com a mão.
Olho para trás e vejo minha mãe vindo em minha direção.
— Preciso ir, Kelly. Depois eu te ligo. — digo ao sair correndo em direção a saída.
Ao correr a escuto dizer algo, mas não entendo muito bem.
Quando saio, pego um táxi. Dou ao motorista o endereço de casa e o mesmo dirige rapidamente até a residência.
Ao chegar em casa, vejo meu pai caminhando em direção ao escritório. Corro em sua direção e lhe dou um abraço bem apertado.
— O que aconteceu, meu amor? Por que você está chorando? Cadê a sua mãe? — Ele pergunta enquanto nos abraçamos.
— Eu não quero responder nenhuma pergunta agora. — Mais lágrimas rolam pelo o meu rosto. — Eu só quero ficar com você.
— Tá bom, mas fique calma. Eu estou aqui com você. — Ele passa as mãos pelo meu cabelo.
Depois de alguns minutos, escuto alguém abrir a porta.
— Filha, nós precisamos conversar. — Minha mãe diz ao entrar em casa.
— Eu não tenho nada para conversar com você! — Solto o meu pai. — Se você acredita mais na Isabela do que em mim, não vai adiantar eu falar mais nada.
Olho para ela seriamente. Nesse momento, não estou mais chorando.
— Não é isso, filha. É claro que eu acredito em você. — Ela suspira. — É que quando eu voltei a mesa, foi você que eu vi insultando a Isa.
— Eu a insultei porque foi ela que me insultou primeiro. — digo em prantos.
— Será que dá para uma das duas me dizer o que está acontecendo? — Meu pai pergunta.
— Pede para ela te explicar. — digo rudemente. — Vou para o meu quarto.
Em seguida, subo a escada rapidamente.
Chegando no local, olho para a janela e vejo que já está anoitecendo. Então, olho para o relógio e vejo que já são seis horas.
Me deito na cama e começo a chorar. Eu já estava um pouco sensível por causa do pesadelo, agora estou pior.
Estou me sentindo um lixo. Odeio me sentir assim. Eu só queria saber o motivo pelo qual os meus pais me abandonaram naquele orfanato. Eu nunca vou perdoá-los pelo que fizeram comigo. Nunca!
POV JÚLIA
Faz um tempo que a Evellyn subiu para o quarto e o Pedro não disse nada desde então.
Às vezes, eu não entendo a Evellyn. Eu tenho consciência de que agi mal ao julgá-la daquele jeito, mas depois eu tentei explicar a ela os motivos pelo qual eu agi assim, mas ela nem sequer quis me ouvir.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Ficção AdolescenteSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...