As crianças vestem a fantasia empolgadamente. Eu as ajudo e logo em seguida me arrumo.
Eu estou me sentindo muito estranha com essa fantasia. A Cinderela tem cabelos loiros e o meu cabelo é roxo. A Sophia não quis que eu botasse peruca, ela disse que a peça é dela e é ela que decide as coisas.
— Eu estou me sentindo uma palhaça com essa roupa. — digo para a Alice ao me sentar em uma poltrona no centro do camarim.
— Para de falar besteira, você está linda de Cinderela. — Ela diz sorrindo.
A Alice fica bonita de qualquer jeito, até mesmo com a fantasia da irmã má da Cinderela.
— Eve, eu estou bonita? — Sophia pergunta ao vir até mim junto com o Kevin e com a Malu.
— Sim, aliás, os três estão lindos. — Afirmo sorrindo.
Depois de alguns instantes, Daniel aparece no centro do camarim fantasiado. Ele está tão lindo.
— Eve, você está... Linda. — Ele diz assim que me vê.
— Não precisa mentir para mim, eu sei que estou toda estranha com essa roupa. — afirmo ao me levantar e ajeitar a coroa.
— Não está nada. — Ele se aproxima de mim. — Você é a princesa mais linda do mundo. — Ele diz ao segurar a minha cintura.
— E você o príncipe mais lindo do universo. — digo sorrindo.Em seguida, nos beijamos, mas logo somos interrompido pelo Guilherme.
— Desculpe atrapalhar os pombinhos, mas acho que já está quase na hora de nos apresentarmos e vocês ainda não se maquiaram.
Nos afastamos e então caminhamos até onde uma moça está maquiando as pessoas.
Assim que terminamos de nos maquiar, a Sophia grita:
— Pessoal! Vem todo mundo aqui!
Todos caminhamos até ela. Reparo que ela está um pouco preocupada.
— Está tudo bem, Sôsô? — pergunto assim que chego até ela.
— Não, Eve, está tudo errado. — Ela se senta na poltrona e começa a chorar.
— O que está errado, irmãzinha? — Guilherme pergunta.
— A gente não tem ninguém para contar a história, como as pessoas vão entender se ninguém contar o que está acontecendo? — Ela diz ainda chorando.
Acho que entendi o raciocínio dela, ela quer que tenha um narrador na história, só que tínhamos que ter visto isso antes e não agora. Ensaiamos tanto e não prestamos atenção nisso.
Em seguida, escuto várias pessoas gritando: "Começa! Começa! Começa!". Ao ouvir os gritos, me lembro de uma menina que vivia contando história para as crianças menores enquanto eu morava aqui, ela tinha mais ou menos a minha idade e até tentava fazer amizade comigo, mas como eu era meio anti-social, nunca deixava ela se aproximar.
— Não chora, fadinha. Eu tive uma ideia. — digo ao me agachar e limpar as lágrimas que descem no rosto dela.
— Que ideia? — Ela pergunta.
— Antes de eu contar, Bela você pode ir lá no palco dizer que a peça vai demorar mais um pouquinho? — peço.
Ela diz que sim. Em seguida, sai do camarim e caminha em direção ao palco.
— Olha, aqui nesse orfanato tinha uma menina que contava histórias muito bem, mas eu não sei se ela ainda mora aqui. — Chamo a moça da maquiagem. — Será que dá para a senhora ir lá fora procurar uma menina? O nome dela é Natasha, ela é ruiva, eu acho.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...