Irmãozinho? (cap.63)

556 57 13
                                    

    Depois de alguns minutos, ela retorna a sala.

   — O que aconteceu, mãe? Por que você saiu correndo daquele jeito? — pergunto preocupada.

   — Eu senti um enjôo muito forte assim que senti esse cheiro, mas já estou bem. — Minha mãe responde ao se sentar do meu lado.

   — Primeiro foi aquela tontura e agora esse enjôo. A última vez que você se sentiu assim foi quando você estava grávida da Evellyn. — Meu pai conclui ao se sentar ao nosso lado.

   Ela não pode estar grávida! Não pode! Pelo menos não agora. Eu não quero que eles se esqueçam de mim, que não me amem mais. Se ela estiver realmente grávida, eles vão preferir mais o bebê do que a mim, pois, vão vê-lo dizer as primeiras palavras, dar o primeiro passo, vão viver todo tempo com ele e isso é completamente o oposto do que houve comigo.

   — Não, Pedro. Isso não é possível. Desde que eu tive a Evellyn, sempre tentei engravidar, mas nunca consegui. — Minha mãe abaixa a cabeça. — Se bem que... a minha menstruação está atrasada há alguns dias.

   — Júlia, é possível sim. — Meu pai segura na mão dela. — Nós fomos em vários médicos e todos disseram que você poderia engravidar, eles concluíram que você só não tinha engravidado pelo trauma de ter perdido a nossa filha, mas ela já está aqui com a gente. — Ele sorri para mim.

   — Você acha mesmo? — Ela pergunta sorrindo ao levantar a cabeça.

   — Sim. — Ele retribui o sorriso. — Que tal irmos para o hospital amanhã? Assim nós poderemos ter certeza.

   — Vamos sim. — Ela responde ainda sorrindo.

   Fico olhando os dois conversarem sem dizer nada, estou morrendo de medo que isso seja verdade.

   Enquanto os dois se olham fixamente um para o outro, subo as escadas cautelosamente sem chamar a atenção deles.

   Estou com muito medo de que a suspeita deles seja verdade. Sei que isso parece algo bobo, mas é o que eu estou sentindo.

   Depois de alguns minutos deitada e pensando em tudo o que houve, alguém bate na porta e eu peço para que a pessoa entre.

   — Filha, o almoço já está pronto. — Meu pai avisa ao caminhar até mim.

   — Uhum. — digo ao me sentar na cama.

   — O que foi? Você está estranha. — Ele senta ao meu lado. — É por causa do enterro?

    Não posso dizer a ele o que está acontecendo, ele irá me achar uma boba e eu também nem tenho certeza que a minha mãe está realmente grávida.

   — Nada. Estou bem. Vamos? — pergunto ao me levantar da cama.

  — Eu sei que você está mentindo para mim, mas não vou te forçar a dizer nada. — Ele se levanta. — Vamos.

   Em seguida, saímos do quarto e caminhamos até a sala de jantar.

    Assim que chegamos lá, vejo minha mãe sentada à mesa. Eu e meu pai nos sentamos também.

   Assim que terminamos de jantar, subo para o meu quarto novamente e fico lendo um livro.

   No dia seguinte...

   Hoje é sábado e finalmente consegui dormir até um pouco mais tarde.

   — Filha! Acorda! — Escuto meu pai dizer calmamente ao passar a mão no meu cabelo.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora