... Até que a roda gigante começa a se mover novamente, o que faz nós nos afastarmos rapidamente.
— Me desculpe por isso. — Ele diz sem jeito.
— Tudo bem, mas eu não quero que se repita. — digo ao olhar para o outro lado.
Confesso que eu também me senti intimidada. Algo assim nunca aconteceu comigo.
Estou começando a sentir algo diferente por Daniel, não sei o que é, mas sei o que sinto por ele o faz diferente dos outros garotos.
A roda gigante dá mais algumas voltas e para a alegria do Daniel, que estava morrendo de medo, ela para.
Descemos sem dizer nenhuma palavra, aliás, não conversamos desde o "quase beijo".
Caminhamos até um dos bancos que se localiza no parque e nos sentamos.
— Eve, me perdoe. Eu não quero que esse clima estranho fique entre nós. — Ele diz ao segurar a minha mão novamente.
Quando ele segura a minha mão, sinto um calafrio.
— Não se preocupe, está tudo bem. — digo sorrindo.
Olho para o horário no meu celular e vejo que já são uma e quarenta, também vejo cinco ligações perdidas do meu pai.
— Ah, não! Meu pai vai me matar. Temos que ir, eu prometi que voltaria cedo. — digo.
— Mas já? — Ele faz uma cara triste. — Tudo bem. Vamos.
Em seguida, nos levantamos do banco e caminhamos até o carro. No caminho, ele diz que irá me buscar para irmos para o colégio juntos amanhã.
O motorista nos leva até a casa dele e logo depois, me leva até a minha casa.
Meu pai vai me matar! Já são mais duas da manhã e eu prometi que chegaria antes de meia-noite.
Ao chegar em casa, abro a porta com o mínimo possível de barulho, mas não adianta, pois quando olho para a sala, vejo meu pai e minha mãe sentados no sofá. Eles estão abraçados e pela aparência deles, parece que estavam chorando. Seus olhos estão vermelhos e inchados, principalmente os da minha mãe. Fico parada por um tempo os observando até que eles me vêem, então eles vem correndo em minha direção e quando chegam até mim, me abraçam tão forte que chego a ficar com um pouco de falta de ar.
— Filha! — Meu pai diz ao me abraçar enquanto chora.
— Meu amor, eu te encontrei! Eu te amo muito! — Minha mãe diz também a chorar.
Não estou entendendo nada. Eu nunca os vi assim. O que será que houve? Será que eles estão assim só porque eu cheguei tarde? Eu não deveria ter esquecido da hora e ter deixado eles tão preocupados assim.
— O que está acontecendo? Eu sei que cheguei um pouco atrasada, mas eu estou bem. — afirmo enquanto minha mãe me solta e toca o meu rosto.
Em seguida, meu pai também me solta e diz:
— Não é isso, filha. É que você é a ...
— Não, Pedro! Não diz nada a ela. Não sabemos qual será a sua reação. É melhor dizermos amanhã quando estivermos mais calmos. — Minha mãe diz ao interrompê-lo.
— Você está certa. — Os dois voltam os seus olhares para mim.
Não consigo entender nada. O que eles tem para me dizer? Pela reação deles deve ser algo bastante importante.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...