Um momento delicado {part.2} (cap.61)

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Não digo nada, pois não sei o que dizer, então, apenas caminho até ela e lhe abraço bem forte novamente.

- Vai ficar tudo bem. - digo enquanto ela chora em meus braços.

Em seguida, o médico sai do quarto e nos afastamos rapidamente.

- Eu sinto muito. A Silvia faleceu. - O médico diz da maneira mais calma que consegue.

Isabela me abraça novamente, só que agora bem mais forte que antes. Nós já sabíamos que a mãe dela tinha morrido, mas ao ouvir o médico confirmar, começo a chorar novamente.

Eu nunca vi uma pessoa morrer e ao ver a mãe da Isabela ali naquela cama com os olhos fechados e com aquele som apitando, me senti muito mal.

Como será que a minha mãe vai reagir a esta notícia? Ela e a Silvia eram muito amigas. É melhor que ela saiba por mim.

- Isa, fica aqui... - A coloco sentada em um banco enquanto chora. - Não sai daqui, tá? Eu preciso contar o que aconteceu para a minha mãe.

Ela diz que sim ao mexer a cabeça ainda em prantos.

Me dói muito deixá-la sozinha, principalmente agora, mas eu preciso conversar com a minha mãe.

Lágrimas descem pelo meu rosto enquanto caminho até a sala de espera, eu tento segurá-las, mas não consigo, não sei o que está acontecendo comigo.

Já são sete horas da noite. O tempo passou tão rápido que eu nem percebi.

Durante o caminho, me lembro de que não vejo o meu pai desde que saí de casa. Onde será que ele está? Acho melhor eu ligar para ele.

- Alô. - Escuto ele dizer assim que atende a ligação.

- Pai, onde você está? - pergunto ainda chorando.

- Acabei de chegar em Cancún, querida. A sua mãe não te contou? Quando eu voltei para a casa depois de te levar para o colégio, me ligaram dizendo que havia um problema aqui no cruzeiro, então eu tive que vir pra cá. Mas o que está acontecendo? Por que você está chorando?

- Pai, você precisa voltar. Eu e a mamãe precisamos de você. - afirmo já soluçando por tanto chorar.

- Você está me deixando muito preocupado, Eve. Me diz o que está acontecendo.

- A Silvia, mãe da Isabela, acabou de morrer. - afirmo enquando mais lágrimas saem dos meus olhos. - Volte, por favor.

- Ai, meu Deus! Eu vou pegar o primeiro avião de volta. Como são quase onze horas de viagem, eu só vou conseguir chegar aí amanhã, por isso, fique bem para consolar a sua mãe. - Ele pede surpreso com a notícia.

- Não se preocupe, eu vou cuidar dela. Tchau, volta logo. Te amo.

- Vou voltar o mais rápido que eu conseguir. Também te amo. Qualquer coisa me liga. - Assim que ele termina de falar, eu encerro a ligação.

A minha mãe ficou tão preocupada com a Silvia, que até esqueceu de me contar que o meu pai viajou.

Meu pai está certo, eu preciso ser forte pela minha mãe, ela vai precisar de mim.

Limpo o meu rosto e volto a caminhar novamente.

Assim que chego na entrada da sala de espera, eu vejo a minha mãe sentada no sofá, ainda com o mesmo semblante triste, então, caminho até ela.

A professora não está mais aqui, acho que já foi embora.

- Mãe, eu preciso conversar com você. - digo ao me sentar no sofá.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora