Não digo nada, pois não sei o que dizer, então, apenas caminho até ela e lhe abraço bem forte novamente.
- Vai ficar tudo bem. - digo enquanto ela chora em meus braços.
Em seguida, o médico sai do quarto e nos afastamos rapidamente.
- Eu sinto muito. A Silvia faleceu. - O médico diz da maneira mais calma que consegue.
Isabela me abraça novamente, só que agora bem mais forte que antes. Nós já sabíamos que a mãe dela tinha morrido, mas ao ouvir o médico confirmar, começo a chorar novamente.
Eu nunca vi uma pessoa morrer e ao ver a mãe da Isabela ali naquela cama com os olhos fechados e com aquele som apitando, me senti muito mal.
Como será que a minha mãe vai reagir a esta notícia? Ela e a Silvia eram muito amigas. É melhor que ela saiba por mim.
- Isa, fica aqui... - A coloco sentada em um banco enquanto chora. - Não sai daqui, tá? Eu preciso contar o que aconteceu para a minha mãe.
Ela diz que sim ao mexer a cabeça ainda em prantos.
Me dói muito deixá-la sozinha, principalmente agora, mas eu preciso conversar com a minha mãe.
Lágrimas descem pelo meu rosto enquanto caminho até a sala de espera, eu tento segurá-las, mas não consigo, não sei o que está acontecendo comigo.
Já são sete horas da noite. O tempo passou tão rápido que eu nem percebi.
Durante o caminho, me lembro de que não vejo o meu pai desde que saí de casa. Onde será que ele está? Acho melhor eu ligar para ele.
- Alô. - Escuto ele dizer assim que atende a ligação.
- Pai, onde você está? - pergunto ainda chorando.
- Acabei de chegar em Cancún, querida. A sua mãe não te contou? Quando eu voltei para a casa depois de te levar para o colégio, me ligaram dizendo que havia um problema aqui no cruzeiro, então eu tive que vir pra cá. Mas o que está acontecendo? Por que você está chorando?
- Pai, você precisa voltar. Eu e a mamãe precisamos de você. - afirmo já soluçando por tanto chorar.
- Você está me deixando muito preocupado, Eve. Me diz o que está acontecendo.
- A Silvia, mãe da Isabela, acabou de morrer. - afirmo enquando mais lágrimas saem dos meus olhos. - Volte, por favor.
- Ai, meu Deus! Eu vou pegar o primeiro avião de volta. Como são quase onze horas de viagem, eu só vou conseguir chegar aí amanhã, por isso, fique bem para consolar a sua mãe. - Ele pede surpreso com a notícia.
- Não se preocupe, eu vou cuidar dela. Tchau, volta logo. Te amo.
- Vou voltar o mais rápido que eu conseguir. Também te amo. Qualquer coisa me liga. - Assim que ele termina de falar, eu encerro a ligação.
A minha mãe ficou tão preocupada com a Silvia, que até esqueceu de me contar que o meu pai viajou.
Meu pai está certo, eu preciso ser forte pela minha mãe, ela vai precisar de mim.
Limpo o meu rosto e volto a caminhar novamente.
Assim que chego na entrada da sala de espera, eu vejo a minha mãe sentada no sofá, ainda com o mesmo semblante triste, então, caminho até ela.
A professora não está mais aqui, acho que já foi embora.
- Mãe, eu preciso conversar com você. - digo ao me sentar no sofá.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...