Olho para o garoto que está segurando o meu braço e vejo que tem um cicatriz no canto esquerdo do rosto. Em seguida, olho para os outros dois e vejo pelas roupas deles que eles parecem moradores de rua.
— Essa aí parece que é bravinha. — diz um dos dois garotos que estavam sentados ao se levantar.
Olho para eles seriamente.
— Bravinha é a sua mãe! Me solta! — grito ao tentar soltar meus braços das mãos do garoto.
— Eu não vou te soltar, garota. Você agora é minha! Só minha! — Ele me puxa para perto de si e começa a me dar vários beijos enquanto tento me soltar.
— Me solta, seu nojento! Socorro! Alguém me ajuda! — grito o mais alto que consigo. Meus olhos lagrimejam rapidamente.
Por incrível que pareça, a rua está completamente vazia. O Daniel mora em um lugar bem pobre da cidade, mas eu não imaginava que algo assim poderia acontecer comigo.
— Solta ela agora! Senão quiser que eu chame a polícia. — Escuto alguém dizer atrás de mim.
Viro o rosto para trás e vejo o Miguel olhando seriamente para eles com o celular na mão.
O garoto que estava me segurando me empurra em cima do Miguel e em seguida, ele e os outros dois garotos que estavam sentados saem correndo.
— Você está bem? — Miguel pergunta enquanto me segura em seus braços.
— Estou. — respondo enquanto me equilibro e fico de pé. — Obrigada.
— De nada. — Ele responde sorrindo.
Não gosto do Miguel, mas se ele não tivesse aparecido, não sei o que aqueles nojentos teriam feito comigo.
— Preciso ir. Obrigada novamente. — digo ao sair andando.
— Espera! — Ele grita, me fazendo parar de imediato. — Quer que eu te acompanhe?
Me viro em direção a ele e o olho seriamente.
— Olha, Miguel, eu sei que você acabou de me salvar, mas eu quero que você saiba que eu não quero me aproximar de você e nem quero que você se aproxime de mim. — digo rudemente.
— Eu estou arrependido de tudo o que fiz, Eve. — Ele afirma.
Começo a rir sarcasticamente.
— Eu não sou trouxa igual a Kelly para cair nesse seu papinho barato. — digo. — Se você se aproximar de mim, você vai se arrepender.
Em seguida, saio andando rapidamente, o deixando para trás.
Não posso acreditar que a Kelly foi tão ingênua a ponto de voltar com ele. Espero que eu esteja enganada e que ele não a faça sofrer.
+++
Depois de alguns minutos, chego na praça e logo avisto a Alice sentada em um banco. Assim que ela me vê, vem correndo e me abraça.
— Eve! Você nem imagina o quão eu estava preocupada com você. — Ela afirma ao me abraçar fortemente.
Depois de alguns minutos abraçadas, eu digo:
— Já chega. Assim, eu vou morrer sufocada.
— Desculpa, é que eu estava...
— Muito preocupada comigo... Eu já sei disso, Alice. Vamos sentar. — digo ao interrompê-la.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...