Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]

Abrindo o coração. (cap.66)

   Assim que entro no quarto, me jogo na cama e dou vários socos no travesseiro.

   Que ódio! Eu nunca vou perdoar ele por isso! Nunca!

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    Já são meia-noite e eu não consigo mais chorar, acho que é porque eu já gastei todas as minhas lágrimas. Sinto o meu rosto inchado e meus olhos estão formigando.

    Não consigo dormir, apenas fico pensando no Daniel e no que ele fez comigo.

   A porta do meu quarto se abre, então, a minha mãe entra no quarto.

   — Posso entrar? — Ela pergunta sorrindo.

   — Você já entrou. — afirmo seriamente.

   Ela caminha até mim e se senta ao meu lado.

   — Você está sem sono? — Ela pergunta.

   — Não te interessa. — respondo rudemente.

   — Não seja grossa! Eu só vim ver como você está. — Ela afirma ao alterar o tom de voz.

   — Eu sei que foi o meu pai que mandou você vir aqui. Você não gosta de mim. — digo ao me virar para o outro lado.

    — Para de falar besteira. Eu vim aqui porque eu quis, o seu pai esta dormindo. Você é minha filha e eu te amo. — Ela afirma ao passar a mão no meu cabelo.

    — Isso é mentira! — afirmo ao aumentar o tom de voz e me sentar na cama. — Você queria que eu fosse diferente, mas eu entendo. Eu sou cheia de problemas. Eu nunca deveria ter sido adotada por vocês.

   — Não diga isso! O seu lugar é nessa casa, de onde você nunca deveria ter saído. Sabe, eu não vou mentir pra você, eu realmente queria que você fosse diferente, mas a culpa de você ser assim não é sua. — Ela suspira. — Me perdoa por ter me afastado de você? Depois que eu descobri que eu estava grávida, eu só passei a me preocupar com o bebê e não liguei para os seus sentimentos.

   É tão bom ouví-la me pedir desculpa, confesso que me sinto melhor.

   — Está tudo bem. — Olho para ela. — Eu queria tanto que a nossa relação fosse diferente.

   — Eu também, meu amor. — Ela sorri e passa a mão no meu rosto. — A partir de hoje, eu vou fazer de tudo para ser a mãe que você merece.

   Sorrio para ela.

   Tomara que isso tudo que ela me disse seja verdade, eu não vou aguentar ser iludida de novo.

   Em seguida, ela me abraça fortemente.

   — Eu te amo. — Ela diz no meu ouvido.

   — Eu também te amo. — afirmo ainda sorrindo.

    Depois de alguns segundos, nos soltamos e dormimos juntas.

   Quando acordo, vejo minha mãe dormindo calmamente no meu lado. Olho para a barriga dela e me sinto mal. Por que esse bebê teve que vir justo agora?

   Olho para o despertador e vejo que ainda são seis da manhã.

    Me levanto e pego meu celular. Vejo que há mais de vinte mensagens do Daniel.

    Não ligo muito para as mensagens, então visto um robe e desço para a sala.

    Assim que piso no último degrau, vejo o Guilherme sentado no sofá e enrolado em uma coberta assistindo um filme de ação.

   — Bom dia. — digo ao me sentar ao lado dele.

   — Bom dia. — Ele diz sorrindo. — Por que você acordou tão cedo no domingo?