Amanhece e eu acordo com a minha mãe me enchendo de beijos.
— Para com isso, mãe! Que nojo! — digo limpando as minhas bochechas.
— Para de frescura, filha. — Ela diz ironicamente ao me dar outro beijo.
— Agora sai, eu vou colocar o uniforme da escola e arrumar a minha mochila. — digo ao me sentar na cama.
— Está bem, mas não demora, se não eu vou voltar e vou te dar tantos beijos que você vai ficar cheia de marcas de batom. — Ela diz sorrindo ao sair pela porta.
Reviro os olhos e me levanto para me arrumar.
+++
— Já se arrumou? — Minha mãe pergunta enquanto eu desço uniformizada pela escada.
— Não! Ainda estou de pijama! — digo sarcasticamente ao me sentar na mesa de jantar.
— Como sempre de mau humor. — Ela diz.
— Mau humor nada, aliás, hoje é sexta e toda a sexta eu fico de bom humor. — digo sorrindo. — Cadê o meu pai?
— Ele está no escritório, daqui a pouco ele vem. — Ela diz sorrindo.
— Primaaaaaaa! — Sophia grita chorando ao descer rapidamente da escada e vir em minha direção.
Ela está com um pijama branco com vários corações rosas e com o cabelo todo bagunçado.
— O que aconteceu, pirralha? — pergunto enquanto ela me abraça fortemente.
— Eu tive um sonho ruim. — Ela responde ainda junto a mim.
— Sonho ruim? — pergunto olhando para a minha mãe.
— Ela quer dizer que teve um pesadelo. — Minha mãe responde.
— O que eu tenho a ver com os seus ''sonhos ruins'' ? — Pergunto enquanto eu a afasto de mim.
— É que eu tive um sonho ruim com você. — Ela responde chorando.
— Que tipo de sonho ruim? — pergunto curiosamente.
— Um homem mau te levava embora, ele disse que ia te levar para sempre. Eu tentei te defender, mas eu não consegui. Desculpa. — Ela diz em prantos e me abraçando novamente.
Eu e minha mãe nos entreolhamos.
A Sophia realmente está abalada com o pesadelo. O pesadelo também me deixa um pouco atordoada, principalmente por saber que o Carlos está solto.
— Foi só um pesadelo, meu amor. Não fica assim. — Minha mãe diz enquanto Sophia caminha até ela e senta em seu colo.
— O que está acontecendo? — Alice pergunta ao descer da escada.
Ao contrário da Sophia, ela está arrumada e seu cabelo está penteado.
— Nada. Eu já estou indo, mãe. — respondo ao me levantar da mesa.
— Nãããão! — Sophia grita ao correr e agarrar minhas pernas.
— Me solta, Sophia! — peço enquanto balanço as pernas.
— Larga ela agora, Sophia! — Alice manda ao puxá-la brutalmente para perto de si.
— Prima, não vai, por favor! — Sophia pede com os seus olhinhos cheios de lágrimas.
Confesso que estou com pena dela. Poxa, ela está assim por minha causa. Ela está preocupada comigo.
— Sophia... — digo baixinho ao me aproximar dela, mas a Alice a afasta rapidamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...