Sonho ruim. (cap.19)

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   Amanhece e eu acordo com a minha mãe me enchendo de beijos.

   — Para com isso, mãe! Que nojo! — digo limpando as minhas bochechas.

   — Para de frescura, filha. — Ela diz ironicamente ao me dar outro beijo.

   — Agora sai, eu vou colocar o uniforme da escola e arrumar a minha mochila. — digo ao me sentar na cama.

   — Está bem, mas não demora, se não eu vou voltar e vou te dar tantos beijos que você vai ficar cheia de marcas de batom. — Ela diz sorrindo ao sair pela porta.

   Reviro os olhos e me levanto para me arrumar.

+++

   — Já se arrumou? — Minha mãe pergunta enquanto eu desço uniformizada pela escada.

   — Não! Ainda estou de pijama! — digo sarcasticamente ao me sentar na mesa de jantar.

   — Como sempre de mau humor. — Ela diz.

   — Mau humor nada, aliás, hoje é sexta e toda a sexta eu fico de bom humor. — digo sorrindo. — Cadê o meu pai?

   — Ele está no escritório, daqui a pouco ele vem. — Ela diz sorrindo.

   — Primaaaaaaa! — Sophia grita chorando ao descer rapidamente da escada e vir em minha direção.

   Ela está com um pijama branco com vários corações rosas e com o cabelo todo bagunçado.

   — O que aconteceu, pirralha? — pergunto enquanto ela me abraça fortemente.

   — Eu tive um sonho ruim. — Ela responde ainda junto a mim.

   — Sonho ruim? — pergunto olhando para a minha mãe.

   — Ela quer dizer que teve um pesadelo. — Minha mãe responde.

   — O que eu tenho a ver com os seus ''sonhos ruins'' ? — Pergunto enquanto eu a afasto de mim.

   — É que eu tive um sonho ruim com você. — Ela responde chorando.

   — Que tipo de sonho ruim? — pergunto curiosamente.

   — Um homem mau te levava embora, ele disse que ia te levar para sempre. Eu tentei te defender, mas eu não consegui. Desculpa. — Ela diz em prantos e me abraçando novamente.

   Eu e minha mãe nos entreolhamos.

   A Sophia realmente está abalada com o pesadelo. O pesadelo também me deixa um pouco atordoada, principalmente por saber que o Carlos está solto.

   — Foi só um pesadelo, meu amor. Não fica assim. — Minha mãe diz enquanto Sophia caminha até ela e senta em seu colo.

   — O que está acontecendo? — Alice pergunta ao descer da escada.

   Ao contrário da Sophia, ela está arrumada e seu cabelo está penteado.

   — Nada. Eu já estou indo, mãe. — respondo ao me levantar da mesa.

   — Nãããão! — Sophia grita ao correr e agarrar minhas pernas.

   — Me solta, Sophia! — peço enquanto balanço as pernas.

   — Larga ela agora, Sophia! — Alice manda ao puxá-la brutalmente para perto de si.

   — Prima, não vai, por favor! — Sophia pede com os seus olhinhos cheios de lágrimas.

    Confesso que estou com pena dela. Poxa, ela está assim por minha causa. Ela está preocupada comigo.

   — Sophia... — digo baixinho ao me aproximar dela, mas a Alice a afasta rapidamente.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora