Empatia. (cap.59)

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   — Olá, senhor Bittencourt. — Daniel diz um pouco sem jeito.

   — Posso saber o que você está fazendo aqui a essa hora? — Meu pai pergunta ao descer os degraus.

    Ufa! Acho que ele não viu o beijo, se ele tivesse visto, estaria surtando agora.

   — Ele veio me ver, pai. — respondo um pouco nervosa.

   — O que está acontecendo? Por que vocês estão nervosos? — Ele pergunta desconfiadamente ao caminhar até a gente.

    — O senhor está enganado. Nós não estamos nervosos. — Daniel diz gaguejando um pouco.

   Vejo que o meu pai está nos olhando um pouco desconfiado e que o clima na sala está bem pesado.

   — Uhum, sei. — Meu pai diz nos olhando seriamente. — Acho melhor você ir embora.

    — Não dá para ele ir embora agora, pai. Já se passou da meia-noite e está muito frio lá fora, sem contar que ele mora longe. — afirmo.

   Meu pai fica pensando por alguns segundos e depois diz:

   — Você está certa. — Ele olha para o Daniel. — Você vai dormir no quarto do Guilherme.

    Daniel mexe a cabeça positivamente sem dizer nada. Então, meu pai o leva até o quarto do Guilherme e eu vou até meu quarto.

    Assim que chego, me deito na cama e fico pensando no beijo.

   Há um tempo atrás, eu achava que o meu primeiro beijo seria com o Miguel. Deus me livre!

   Depois de alguns instantes, acabo dormindo.

   +++

   Assim que acordo, tomo banho, visto o uniforme do colégio e desço.

   Assim que chego na sala da jantar, vejo meu pai, minha mãe e o Daniel tomando café da manhã.

   — Bom dia, filha. — Minha mãe diz assim que me vê.

   — Bom dia! — respondo sorrindo.

    Estou me sentindo tão feliz, será que toda essa felicidade é por causa daquele beijo?

   Caminho até o Daniel e me sento ao lado dele.

   Meu pai nos olha seriamente enquanto trocamos olhares e sorrisos.

   — Acho melhor você ir embora logo, Daniel. Você precisa se arrumar para ir ao colégio e o seu uniforme não está aqui. — Meu pai diz.

   — O uniforme dele está aqui sim. Eu pedi para o motorista ir buscar na casa dele. — Minha mãe afirma ao beber um pouco de suco.

   Meu pai a olha seriamente. Acho que não gostou do que acabou de ouvir.

   Meu pai está morrendo de ciúmes do Daniel, dá para perceber isso só pela maneira que ele o olha.

    Quando terminamos de tomar café da manhã, Daniel sobe para se arrumar e minha mãe diz que precisa conversar comigo.

   Nós duas caminhamos até o quarto dela e nós sentamos lado a lado na cama.

   — Sobre o que você quer conversar, mãe? — pergunto olhando para ela.

   — Sobre você. Por que você está tão feliz? Até a sua aparência está melhor. — Ela diz sorrindo.

   Será que eu conto para ela sobre o meu primeiro beijo? Realmente estou muito feliz.

   — Não é nada, mãe. — digo sem jeito.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora