Ele desce as escadas lentamente olhando fixamente para mim e para o Daniel, que se levanta e se aproxima de mim.
— Como você entrou aqui? — pergunto surpresa ao deixar o celular cair no chão.
Ele me manda um sorriso maléfico, se aproxima de mim e diz:
— Eu tenho meus truques, Evellyn.
— Se afaste dela! — Daniel diz em um tom de voz alto.
— Olha só! Parece que temos um audacioso por aqui. — Carlos diz sarcasticamente.
— Deixe ele em paz, Carlos! É comigo que você quer falar, não é?! — digo em um tom de voz alto.
— É sim. — Ele sorri novamente. — Eu queria te pedir desculpas por ter te sequestrado, mesmo sendo obrigado. E eu também queria te dizer que eu me apaixonei por você.
Isso não é possível! O homem que me sequestrou e me tratou como lixo me deixando naquele quarto imundo, diz que me ama? Síndrome de estocolmo não cola comigo.
Daniel entra na minha frente diz:
— Deixe ela em paz! Ela não te ama! Seu doente!
— Você me chamou de que?! — Carlos pergunta ao pegar uma faca no bolso traseiro de sua calça.
— Do - en - te! — Daniel diz pausadamente.
Fico aflita em ver aquilo. Olho para o bolso do Daniel disfarçadamente e vejo o celular dele.
— Calma, Carlos. — digo por cima dos ombros do Daniel. — Por favor, isso é entre nós dois. Não liga pra ele.
— Eu estou calmo, Evellyn! — Ele sorri. — Olhando bem para você, você nem parece tão nova assim.
Quando diz isso meu corpo estremece novamente.
Vejo que ele está distraído com a faca, então, pego o celular no bolso do Daniel, digito o número do meu pai cautelosamente e quando começa a chamar, o coloco de volta no bolso dele, pois se eu colocar no chão ou algo do tipo, o Carlos irá perceber.
— Carlos, eu jamais me envolveria com alguém como você! Você me dá nojo! Nojo! — grito chorando. — Eu tenho vontade de vomitar quando estou perto de você!
Os olhos dele lacrimejam, mas não de tristeza e sim de raiva.
Ele me puxa brutalmente para perto de si, o que me faz esbarrar no Daniel.
— Solta ela, seu desgraçado! — Daniel grita, mas Carlos nem liga.
— Evellyn, apesar de te amar, eu não admito que você e nem ninguém fale assim comigo. — Ele diz bem pertinho do meu ouvido ao enrolar o braço direito no meu pescoço e com o esquerdo ele põe a faca encostada também no meu pescoço.
— Me solta, Carlos! Por favor! — peço chorando.
Depois de alguns segundos, ele me empurra fortemente em cima do Daniel, o que me faz cair em cima dele.
Quando nos levantamos, Carlos fica olhando seriamente para mim.
— Eu vou te levar embora, aí você vai aprender a me amar. É isso... — Ele diz sorrindo.
Começo a tremer e acabo segurando a mão do Daniel instintivamente.
— Você gosta dele? — Carlos pergunta ao olhar para mim e para o Daniel. Seus olhos enchem de lágrimas e ele começa a chorar.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...