Tensão. (cap.26)

922 83 30
                                    

   Ele desce as escadas lentamente olhando fixamente para mim e para o Daniel, que se levanta e se aproxima de mim.

   — Como você entrou aqui? — pergunto surpresa ao deixar o celular cair no chão.

   Ele me manda um sorriso maléfico, se aproxima de mim e diz:

   — Eu tenho meus truques, Evellyn.

   — Se afaste dela! — Daniel diz em um tom de voz alto.

   — Olha só! Parece que temos um audacioso por aqui. — Carlos diz sarcasticamente.

   — Deixe ele em paz, Carlos! É comigo que você quer falar, não é?! — digo em um tom de voz alto.

   — É sim. — Ele sorri novamente. — Eu queria te pedir desculpas por ter te sequestrado, mesmo sendo obrigado. E eu também queria te dizer que eu me apaixonei por você.

   Isso não é possível! O homem que me sequestrou e me tratou como lixo me deixando naquele quarto imundo, diz que me ama? Síndrome de estocolmo não cola comigo.

   Daniel entra na minha frente diz:

   — Deixe ela em paz! Ela não te ama! Seu doente!

    — Você me chamou de que?! — Carlos pergunta ao pegar uma faca no bolso traseiro de sua calça.

   — Do - en - te! — Daniel diz pausadamente.

   Fico aflita em ver aquilo. Olho para o bolso do Daniel disfarçadamente e vejo o celular dele.

   — Calma, Carlos. — digo por cima dos ombros do Daniel. — Por favor, isso é entre nós dois. Não liga pra ele.

   — Eu estou calmo, Evellyn! — Ele sorri.  — Olhando bem para você, você nem parece tão nova assim.

   Quando diz isso meu corpo estremece novamente.

   Vejo que ele está distraído com a faca, então, pego o celular no bolso do Daniel, digito o número do meu pai cautelosamente e quando começa a chamar, o coloco de volta no bolso dele, pois se eu colocar no chão ou algo do tipo, o Carlos irá perceber.

   — Carlos, eu jamais me envolveria com alguém como você! Você me dá nojo! Nojo! — grito chorando. — Eu tenho vontade de vomitar quando estou perto de você!

   Os olhos dele lacrimejam, mas não de tristeza e sim de raiva.

   Ele me puxa brutalmente para perto de si, o que me faz esbarrar no Daniel.

   — Solta ela, seu desgraçado! — Daniel grita, mas Carlos nem liga.

   — Evellyn, apesar de te amar, eu não admito que você e nem ninguém fale assim comigo. — Ele diz bem pertinho do meu ouvido ao enrolar o braço direito no meu pescoço e com o esquerdo ele põe a faca encostada também no meu pescoço.

   — Me solta, Carlos! Por favor! — peço chorando.

   Depois de alguns segundos, ele me empurra fortemente em cima do Daniel, o que me faz cair em cima dele.

   Quando nos levantamos, Carlos fica olhando seriamente para mim.

   — Eu vou te levar embora, aí você vai aprender a me amar. É isso... — Ele diz sorrindo.

   Começo a tremer e acabo segurando a mão do Daniel instintivamente.

   — Você gosta dele? — Carlos pergunta ao olhar para mim e para o Daniel. Seus olhos enchem de lágrimas e ele começa a chorar.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora