Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]

Não é o que parece. (cap.65)

   Deixo os meus pensamentos de lado e começo a prestar atenção na conversa deles.

   — Então quer dizer que eu vou ter outro irmão? — Kelly pergunta sorrindo.

   — Sim! — Minha mãe responde ao retribuir o sorriso.

   Em seguida, Kelly caminha até ela e lhe dá um beijo na bochecha, minha mãe faz a mesma coisa, em seguida, a Kelly se senta ao lado dela e as duas ficam conversando alegremente.

   A minha mãe e a Kelly ficaram bem unidas depois que a minha mãe descobriu que ela é filha do meu pai. Eu achava que ela não iria aceitar a Kelly, mas ela fez totalmente o contrário.

   Ao vê-las juntas e felizes, como uma mãe e uma filha, meu coração se aperta.

   Estou sentindo um sentimento que eu simplesmente odeio sentir. O que eu estou sentindo se chama ciúmes.

   Vejo que todos estão conversando, menos eu. Eu fico observando a minha mãe e a Kelly juntas, até que fico com tanta raiva de vê-las, que saio da sala de jantar e subo em direção ao quarto.

    Assim que chego no quarto, me deito e começo a pensar em várias coisas.

    Será que algum dia a minha mãe vai me amar verdadeiramente?

    Isso é uma das coisas que eu penso enquanto uma lágrima desce pelo meu rosto.

    Escuto a porta se abrir, então vejo a face do meu pai.

    — Podemos conversar? — Ele pergunta ao caminhar até mim.

   — Agora não. — respondo ao me sentar na cama enquanto seco o meu rosto.

    Ele caminha até mim em silêncio, se senta ao meu lado e segura a minha mão.

    Levanto a cabeça e olho para ele. Vejo que ele está sorrindo, seu sorriso me faz sentir melhor. Ele pega uma das mãos e passa no meu rosto, limpando minhas lágrimas.

   — Odeio ver você chorar, filha. — Ele diz assim que termina de secar meu rosto. — Diz para o seu pai, o que está acontecendo?

    O meu pai é incrível! É tão bom ver que ele se preocupa comigo e que me ama. Se a minha mãe fosse como ele, tudo seria mais fácil.

   — É a minha mãe. — Suspiro. — Eu não entendo o porquê dela não gosta de mim.

    — Filha, ela gosta de você sim. Ela te ama, só não demostra isso da melhor forma.

    — Não, papai, ela nunca gostou de mim. Eu ouvi a conversa de vocês, ela queria que eu fosse de outro jeito. — Abaixo a cabeça. — Ela vai dar tudo o que não deu para mim, para esse bebê.

    — Para com isso, meu amor. — Ele levanta a minha cabeça com uma das mãos. — Sua mãe te ama sim! Eu acho que vocês duas deveriam conversar, aí você diz a ela tudo o que sente.

    — Não sei, acho melhor não. — digo baixinho.

   — Você é quem sabe, querida, mas pense no que eu te falei. — Ele me dá um beijo na testa. — Eu te amo.

    Em seguida, ele sai do quarto.

    Será que devo mesmo contar tudo o que eu estou sentindo para a minha mãe? Será que o meu pai está certo? São tantas dúvidas.

   Estou sentindo muita falta do Daniel, então, decido ligar para ele.

    Depois de tanto ligar e ele não atender, decido ir até a casa dele.