Decepção. (cap.47)

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   — Eu estava muito triste, Evellyn. Eu queria morrer. — Ela diz em meio as lágrimas.

   — Não diz isso, Kelly. — Seguro a mão dela. — Se cortar não vai resolver os seus problemas e muito menos aliviar essa decepção que você está sentindo. Eu estou aqui com você e tudo vai isso vai passar. — Suspiro. —  Me prometa que você nunca mais vai fazer isso.

   — Eu prometo. — Ela diz em um tom de voz baixo.

   Não posso acreditar que ela tenha feito isso. Eu jamais poderia imaginar que justo ela faria tamanha loucura. Ela realmente deve ter ficado muito mal com o que descobriu.

   — Eu te amo. Você é a minha melhor amiga e eu estou aqui para o que você precisar. — digo sorrindo ao apertar a mão dela bem forte.

   Ela olha para mim retribuindo o sorriso.

   — Você também é a minha melhor amiga, Eve. Obrigada por tudo.

   Em seguida, nos levantamos e ela me abraça.

   Depois de alguns segundos abraçadas, nos soltamos, então eu digo:

   — Vamos embora? Eu te levo até a sua casa.

   — Eu não quero ir embora, Eve. Eu quero sumir. — Os olhos dela lagrimejam novamente. — Eu acho que eu vou fugir.

   — Ah... E você acha que fugir vai resolver alguma coisa? — pergunto ao franzir a testa.

   — Não sei, eu só não quero voltar para aquela casa.

   — Mais cedo ou mais tarde você vai ter que enfrentar essa situação, mas se você quiser, pode ficar lá em casa comigo.

   Ela fica em silêncio por alguns segundos. Parece estar pensando em algo.

   — Obrigada, Eve, mas você está certa, eu preciso resolver essa situação e vai ser agora. — Ela pega a mochila. — Vamos.

   Eu também pego a minha mochila e caminho atrás dela.

   — Aonde você vai? — pergunto enquanto apresso meus passos para alcançá-la.

   — Para a minha casa. — Ela para e olha para mim. — Se você quiser pode ir embora. Eu já estou melhor.

   — Não, eu vou te acompanhar lá.

   — Então tá. — Ela sorri para mim.

   Em seguida, caminhamos lado a lado até a casa dela.
  
   — Eu te contei que o Pedro e a Julia são os meus verdadeiros pais? — pergunto sorrindo.

   — Não, como assim seus verdadeiros pais? — Ela pergunta.

   — É uma longa história... Depois eu te conto.

   Acabamos de chegar, e nesse momento, estamos na frente do portão da casa dela.

   — Você quer entrar? — Ela pergunta.

   — Não. Eu vou embora, já está ficando tarde. — respondo ao olhar para o relógio que está no meu pulso.

   Em seguida, nos despedimos e eu sigo em direção a minha casa.

   POV KELLY

   Acabo de entrar em casa e não vejo ninguém.

   Estou me sentindo muito mal com tudo o que aconteceu. Eu jamais poderia imaginar que a minha mãe, a mulher que eu idolatrava, poderia fazer isso com o meu pai.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora