Finalmente. (cap.58)

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   — Fica calma, meu amor. — Minha mãe pede ao se afastar de mim.

    A última vez que eu estive com a Paloma, eu não sabia de tudo que ela tinha feito. Ao vê-la novamente, agora sabendo de tudo, um ódio começa a preencher meu corpo de um modo que eu nunca achei que fosse possível antes.

   A olho furiosamente enquanto ela se afasta de Sophia e caminha até mim.

   — Evellyn, eu... — Ela tenta dizer, mas eu a interrompo.

    — Você nada, Paloma! Você tem noção do que fez comigo? Você destruiu a minha vida! Me privou do amor e do carinho dos meus pais por anos! — grito enquanto lágrimas começam a descer pelo meu rosto.

    Olho para as crianças e vejo que elas estão um pouco assustadas, principalmente a Sophia.

   — Se acalma, filha. Por favor. — Meu pai pede.

   — Não, pai! Eu não vou me acalmar! Eu não quero me acalmar! Por causa dessa louca a minha vida foi um inferno! — grito furiosamente enquanto as lágrimas ainda descem sob o meu rosto.

    Estão todos surpresos com a minha reação, acho que eles nunca me viram assim.

   — Evellyn... — Ela tenta dizer novamente ao se aproximar mais de mim.

   — Eu não quero ouvir nada! NADA! — grito ao subir as escadas em prantos e correr o mais rápido que consigo em direção ao quarto.

    Tudo que aconteceu comigo foi por culpa dela. Se ela não tivesse forjado a minha morte, eu não teria sofrido tanto.

    A vida é tão injusta. Eu não merecia tudo aquilo. Eu era só um bebê!

   Quando chego no quarto, tranco a porta, me deito na cama e começo a chorar.

   Depois de alguns minutos, escuto alguém bater na porta.

  — Eve, abre! Sou eu, a Kelly. — Kelly diz do outro lado da porta.

   — Vai embora, por favor. — peço em prantos. — Eu quero ficar sozinha.

    Em seguida, não escuto mais nenhuma palavra. Parece que ela foi mesmo embora.

    Fico pensando por um tempo em quanto a minha vida seria diferente se não fosse o ciúme doentio da Paloma.

   Escuto o barulho da porta se destrancando, então vejo a Kelly entrando no quarto.

   — Vai embora! Eu disse que eu queria ficar sozinha! Você é surda? — pergunto ainda chorando ao me levantar da cama.

   Ela não diz nada, apenas vem até mim e me abraça fortemente.

   — Eu sei o quanto você está sofrendo... — Ela diz baixinho no meu ouvido. — Mas eu sou a sua irmã, e não vou te deixar sozinha. Enquanto eu existir,  você nunca vai ficar sozinha novamente. Eu te amo.

    Essas palavras mexeram profundamente comigo.

   — Obrigada. — digo ainda chorando com a cabeça encostada no ombro dela.

    Em seguida, me deito na cama, ela deita atrás de mim, fica passando as mãos no meu cabelo e depois de um tempo acabo dormindo.

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   Quando acordo, olho para o lado e não vejo a Ke, ela já deve ter ido embora.

    Me levanto, e então, percebo que já está de noite. Acho que dormi muito, mas é normal, já que eu estava bem cansada.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora