— Acho melhor não, Daniel. — afirmo ao acariciar o rostinho da Malu.
Até agora eu não acredito que o Daniel foi capaz de fazer aquilo comigo. Se eu permitir que ele converse comigo, com certeza ele vai mentir.
— Por favor, Eve. Eu só te peço uma chance para que eu possa me explicar. — Ele se aproxima de mim, mas eu me afasto imediatamente e me levanto.
— Eu já disse que não! — Meus olhos lacrimejam. — Eu vou para a sala e não quero que você me siga.
Em seguida, saio do quarto quase chorando, mas consigo me segurar. Não vou derramar mais nenhuma lágrima por ele.
Chego a sala e vejo a Ana cozinhando na cozinha.
Olho pela janela e vejo que já está anoitecendo.
Eu quero ir embora, mas eu prometi a Malu que ficaria e eu não costumo descumprir promessas.
— Posso te ajudar? — pergunto ao caminhar até a Ana.
— Pode sim, querida. Corta aquelas cenouras para mim. — Ela pede.
Eu nunca ajudei ninguém na cozinha. Quando eu morava no orfanato, a moça que cozinhava lá não deixava nenhuma das crianças chegarem perto da cozinha enquanto ela cozinhava.
— Como a Malu está? — Ana pergunta enquanto mexe algo na panela.
— Ela está dormindo no quarto. O Daniel está com ela. — afirmo. — O que você está fazendo?
— Eu estou fazendo lasanha para o jantar, em falar nisso, você quer jantar conosco? — Ela pergunta sorrindo para mim.
Nossa! Faz muito tempo que eu não como lasanha. A última vez que eu comi foi no orfanato, raramente eles nos davam algo assim para comer, geralmente eles davam arroz, feijão e ovo.
Eu até penso em aceitar convite, mas eu não quero mais ficar perto do Daniel.
— Melhor não, eu tenho que ir para casa, só estou esperando a Malu acordar.
— Evellyn, quando terminarmos de preparar o jantar você pode conversar comigo no quarto? — Ela pergunta e dá para perceber que ela está um pouco preocupada.
— Claro. — respondo sorrindo.
Depois de alguns minutos, terminamos de fazer o jantar e caminhamos para o quarto dela.
O quarto dela, como os outros cômodos da casa, é bem simples, tem apenas uma cama, um armário uma televisão e um ventilador.
Assim que entramos no cômodo, eu e a Ana nos sentamos na cama.
— Sabe, eu tenho reparado algo estranho entre você e o Daniel. O que está havendo? — Ela pergunta ao olhar para mim.
— Não é nada de mais. — afirmo ao abaixar a cabeça.
— Evellyn, eu sei que está acontecendo alguma coisa. O meu filho fez alguma coisa de errado? Se ele fez algo que te magoou me diga.
Do nada, vem a minha mente a imagem do Daniel beijando aquela garota e então começo a chorar. Ao me ver chorando, Ana vem e me abraça.
A Ana é a mãe que qualquer um gostaria de ter, eu queria tanto que a minha mãe fosse igual ou até mesmo parecida com ela.
— Não chore, meninas lindas como você não merecem chorar. — Ela diz ao secar as minhas lágrimas. — Me diz o que está acontecendo com você, por favor.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...