Será que haverá reconciliação? (cap.68)

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    — Acho melhor não, Daniel. — afirmo ao acariciar o rostinho da Malu.

    Até agora eu não acredito que o Daniel foi capaz de fazer aquilo comigo. Se eu permitir que ele converse comigo, com certeza ele vai mentir.

   — Por favor, Eve. Eu só te peço uma chance para que eu possa me explicar. — Ele se aproxima de mim, mas eu me afasto imediatamente e me levanto.

    — Eu já disse que não! — Meus olhos lacrimejam. — Eu vou para a sala e não quero que você me siga.

    Em seguida, saio do quarto quase chorando, mas consigo me segurar. Não vou derramar mais nenhuma lágrima por ele.

    Chego a sala e vejo a Ana cozinhando na cozinha.

    Olho pela janela e vejo que já está anoitecendo.

   Eu quero ir embora, mas eu prometi a Malu que ficaria e eu não costumo descumprir promessas.

   — Posso te ajudar? — pergunto ao caminhar até a Ana.

   — Pode sim, querida. Corta aquelas cenouras para mim. — Ela pede.

    Eu nunca ajudei ninguém na cozinha. Quando eu morava no orfanato, a moça que cozinhava lá não deixava nenhuma das crianças chegarem perto da cozinha enquanto ela cozinhava.

   — Como a Malu está? — Ana pergunta enquanto mexe algo na panela.

   — Ela está dormindo no quarto. O Daniel está com ela. — afirmo. — O que você está fazendo?

   — Eu estou fazendo lasanha para o jantar, em falar nisso, você quer jantar conosco? — Ela pergunta sorrindo para mim.

    Nossa! Faz muito tempo que eu não como lasanha. A última vez que eu comi foi no orfanato, raramente eles nos davam algo assim para comer, geralmente eles davam arroz, feijão e ovo.

   Eu até penso em aceitar convite, mas eu não quero mais ficar perto do Daniel.

    — Melhor não, eu tenho que ir para casa, só estou esperando a Malu acordar.

   — Evellyn, quando terminarmos de preparar o jantar você pode conversar comigo no quarto? — Ela pergunta e dá para perceber que ela está um pouco preocupada.

   — Claro. — respondo sorrindo.

   Depois de alguns minutos, terminamos de fazer o jantar e caminhamos para o quarto dela.

    O quarto dela, como os outros cômodos da casa, é bem simples, tem apenas uma cama, um armário uma televisão e um ventilador.

   Assim que entramos no cômodo, eu e a Ana nos sentamos na cama.

   — Sabe, eu tenho reparado algo estranho entre você e o Daniel. O que está havendo? — Ela pergunta ao olhar para mim.

   — Não é nada de mais. — afirmo ao abaixar a cabeça.

   — Evellyn, eu sei que está acontecendo alguma coisa. O meu filho fez alguma coisa de errado? Se ele fez algo que te magoou me diga.

    Do nada, vem a minha mente a imagem do Daniel beijando aquela garota e então começo a chorar. Ao me ver chorando, Ana vem e me abraça.

   A Ana é a mãe que qualquer um gostaria de ter, eu queria tanto que a minha mãe fosse igual ou até mesmo parecida com ela.

    — Não chore, meninas lindas como você não merecem chorar. — Ela diz ao secar as minhas lágrimas. — Me diz o que está acontecendo com você, por favor.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora