Depois de alguns minutos abraçadas, nos soltamos e abraço meu pai.
- Eu acho que eu sempre soube que era você. - Ele diz baixinho no meu ouvido.
Não digo nada, apenas continuo o abraçando fortemente.
Eu sempre amei o meu pai desde a primeira vez que o vi no orfanato, porém, com a minha mãe foi diferente, quando a vi não tive uma boa impressão dela.
Depois de alguns instantes, nos soltamos e então meu pai diz:
- Eu e a sua mãe vamos fazer de tudo para sermos os pais que você sempre desejou.
- E eu vou fazer de tudo para conseguir amá-los como uma filha ama os seus pais. - afirmo com um sorriso no rosto. - Na verdade, já amo.
Os dois retribuem o sorriso.
- Que tal assistirmos um filme mais tarde? - Minha mãe pergunta.
- Ótima ideia, amor. - Meu pai responde sorrindo. - O que acha, Eve?
- Pode ser. Vou para o meu quarto, tá?
- Tá. Desça daqui à vinte minutos para almoçar. - Minha mãe pede.
Digo que sim ao mexer a cabeça e em seguida subo para o quarto.
Chegando lá, vejo a Alice sentada na cama penteando seus lindos cabelos loiros.
- Achei que você tinha ido embora. - digo ao entrar no quarto.
- Achei melhor deixar vocês um pouco sozinhos. - Ela diz ao se levantar da cama e colocar o pente em cima da penteadeira. - Vocês se resolveram?
- Sim, está tudo bem. Obrigada por me convencer a vir.
- De nada. - Ela sorri.
+++
Já anoiteceu, e nesse momento, eu e os meus pais estamos assistindo um filme (um romance bem chato que eles escolheram) na sala de cinema. A Alice foi embora há poucos minutos.
O tempo vai passando e o meu tédio só aumenta. Eu ODEIO filmes clichês.
Olho para minha mãe e vejo que ela está chorando enquanto uma cena triste do filme aparece durante a duração. Sorrio e balanço a cabeça negativamente e fecho os olhos, o que me faz dormir profundamente.
Estou tendo um sonho, que no caso, mais parece uma lembrança.
Vejo que estou com três anos de idade e que também estou no orfanato em que eu ficava trancada no porão quase todo o dia.
Estou no sentada no chão do pátio, até que vejo uma menina um pouco mais alta que eu pulando corda. Fico olhando para ela atentamente, até que entre um pulo e outro, ela acaba esbarrando um uma prateleira com flores, (as únicas que tinham no local) deixando todos os vasos caírem no chão e fazerem um enorme estrondo ao se quebrarem.
A menina sai correndo e eu me levanto assustada con o ocorrido.
A diretora do orfanato caminha até o local onde os vasos foram derrubados. Ao ver todos os objetos quebrados no chão, ela me olha furiosamente.
- Foi você que fez isso, não foi? - Ela pergunta brava.
- Não fui eu, senhora. - afirmo com os olhos cheios de lágrimas.
Ela começa a rir de uma maneira estranha, como a risada de uma bruxa.
- Além de destruir os meus vasos de flores, você ainda mente? Você vai ver só o que vai acontecer com você.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...