Chegando na sala do diretor, eu solto a mão do Daniel, bato na porta e entro.
— Evellyn... Você aqui de novo? — O diretor pergunta logo quando me vê.
— Sim. Eu e o Daniel viemos delatar uma coisa. — digo seriamente.
— Tudo bem. Sentem-se. — Ele diz diz gentilmente.
— Nós não queremos sentar. — Daniel afirma.
— Está bem. O que ou quem vocês vieram delatar?
— Nós viemos delatar o professor de inglês, o Arthur. — respondo.
— Evellyn, o que você aprontou agora? Foi só eu te elogiar, né? — O diretor se remexe na cadeira.
— Mas eu não fiz nada, diretor, foi ele que foi grosso comigo e não deixou eu entrar na sala. Dessa vez eu não tenho culpa. Ele apenas disse que ninguém chega atrasado na aula dele e me expulsou da sala. Ele não me deixou nem explicar que eu estava com você. — digo com o tom de voz um pouco elevado.
— Isso é verdade? — Ele pergunta olhando para o Daniel.
Daniel balança a cabeça afirmando que sim.
— Tudo bem. Vamos resolver isso. — O diretor diz ao se levantar.
Ele sai da sala e eu e Daniel o seguimos. Enquanto ele caminha a nossa frente, Daniel fica fazendo umas caretas para mim, tentando me fazer rir, mas ele não consegue arrancar nenhum sorriso dos meus lábios. Tenho que confessar que ele se esforçou.
Os olhos dele são muito lindos e o sorriso... Ah, o sorriso... acho que não há nenhum adjetivo para caracterizar tamanha lindeza.
Chegando na sala de aula, o diretor entra e eu e Daniel entramos em seguida.
— Arthur, esses alunos irão assistir a sua aula. A Evellyn estava na minha sala, por isso ela se atrasou. E eu não admito que você seja grosso com os alunos. Entendido?
Todos na sala voltam seus olhares para mim, para Daniel, para o diretor, para o professor e começam a cochichar. Miguel quase fuzila Daniel com o olhar.
— Sim, senhor diretor. — O professor Arthur responde sem jeito.
Dou um enorme sorriso de satisfação. Me sinto vitoriosa e amo me sentir assim.
Depois disso, o diretor sai da sala e eu me sento na frente do Daniel.
POV PEDRO
Nesse momento, eu estou no escritório vendo alguns documentos da adoção da Evellyn. A Júlia saiu com a Sophia e a Eve está no colégio.
Estou concentrado nos papéis até que meu computador começa a emitir um som indicando que há uma chamada de vídeo, clico em aceitar e logo aparece a imagem de Paloma. Ela parece aflita, tenho a impressão de que ela está tentando segurar o choro.
— Oi, Pedro. — Ela diz.
— Oi. Aconteceu alguma coisa, Pa?
Eu e a Paloma sempre fomos muito unidos desde a infância. Somos irmãos companheiros e que sempre ajudam uns aos outros, mas nos últimos anos a gente se afastou um pouco, infelizmente.
Nós somos muito diferentes fisicamente. Ela é loira e tem olhos azuis e eu sou moreno com os olhos castanhos, do mesmo tom que os da Evellyn.
— Sim, acontece que eu cansei de esconder a verdade, Pedro. — Agora começam a descer lágrimas dos olhos dela. — Eu não aguento mais!
— O que foi? Se for as crianças não se preocupe, elas estão bem. — afirmo sem entender a situação.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...