— Provavelmente sim. — Ele responde.
Meu Deus! Eu não consigo acreditar. Finalmente eu vou conhecer a minha filha.
— Qual o nome dela? — pergunto com os olhos lagrimejados por causa da emoção.
— Eu acho melhor responder essa pergunta pessoalmente. Tudo bem se eu for à sua casa mais tarde?
— Tudo bem. Vou ficar lhe aguardando. — Desligo o celular.
Que emoção! Finalmente eu vou conhecer a minha menininha. Eu perdi tantos momentos da vida dela, mas eu prometo que irei recompensar tudo.
Volto para o quarto da Evellyn e vejo ela e a Júlia conversando. Olho para a bandeja que está em cima da cama e vejo que a mesma está quase vazia.
— Está se sentindo melhor, filha? — pergunto ao me aproximar delas.
Avisto o rosto dela e reparo que está mais corado.
— Estou, pai. — Ela responde com um meio sorriso.
— Ju, eu posso conversar com você um pouquinho lá fora?
Tenho que contá-la o que o investigador me contou sobre a nossa filha. Tenho certeza que ela ficará muito feliz.
— O que você tem para dizer à ela? E por que eu não posso ouvir? — Evellyn pergunta.
— Filha, não começa. O que eu tenho para falar com a Júlia é algo de extrema importância, e é algo que envolve só nós dois. — digo seriamente.
— Tá bom... — Ela revira os olhos.
Em seguida, eu e Júlia saímos do quarto. Ao fechar a porta, ela se afasta um pouco, ficando não muito longe de mim.
— O que aconteceu, Pedro? — Ela pergunta. — Quem te ligou?
— Era o investigador. Ele disse que no ano em nossa filha nasceu, só entrou uma criança no Orfanato Santa Luz.
— Essa criança é a nossa filha? — Ela pergunta com os olhos brilhando.
— Ele disse que provavelmente sim. — respondo sorrindo.
Os olhos de Júlia se enchem de lágrimas. Então, caminho até ela e lhe dou um abraço.
Não vejo a hora de poder dar uma abraço na minha filha, de poder dizer que ela não está mais sozinha e que os seus pais lhe amam muito.— Pai. — Escuto Evellyn me chamar ao abrir a porta.
— O que foi, filha? — pergunto ao me afastar de Júlia.
— Será que tem como você ficar comigo no quarto? — Ela pergunta ao encostar a cabeça no batente da porta.
— Claro que sim, meu amor. Está tudo bem? — pergunto apesar de reparar que a sua aparência está melhor.
— Acho que sim, eu só quero ficar com você. — Ela diz serenamente.
A Evellyn mudou radicalmente. Antes, ela jamais me pediria para ficar com ela e acho que isso também aconteceu por ela estar indisposta.
— Tudo bem. Volte para a cama, eu já vou.
Em seguida, ela entra e fecha a porta. Olho para a Júlia e vejo que está com o semblante triste.
— Por que a Eve só gosta de você? — Ela pergunta depois de alguns segundos em silêncio.
— Ei... — Me aproximo dela novamente. — Eu tenho certeza que a Evellyn também gosta de você, só que de uma maneira diferente. — Suspiro. — Para você conquistar a nossa filha, você precisa sempre confiar, defender e principalmente, amá-la incondicionalmente. Tente passar mais tempo com ela, desse jeito você vai conhecê-la melhor e aí as duas finalmente vão se aproximar.
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Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]
Teen FictionSerá que depois de tanto sofrimento, uma pessoa é capaz de voltar a sorrir? Conheça a história de Evellyn, uma menina que foi abandonada em um orfanato com apenas um mês de vida e pelo fato ter passado por vários pais adotivos e nunca ser aceita...