Visita. (cap.40)

792 72 23
                                    

   — Provavelmente sim. — Ele responde.

   Meu Deus! Eu não consigo acreditar. Finalmente eu vou conhecer a minha filha.

   — Qual o nome dela? — pergunto com os olhos lagrimejados por causa da emoção.

   — Eu acho melhor responder essa pergunta pessoalmente. Tudo bem se eu for à sua casa mais tarde?

   — Tudo bem. Vou ficar lhe aguardando. — Desligo o celular.

   Que emoção! Finalmente eu vou conhecer a minha menininha. Eu perdi tantos momentos da vida dela, mas eu prometo que irei recompensar tudo.

   Volto para o quarto da Evellyn e vejo ela e a Júlia conversando. Olho para a bandeja que está em cima da cama e vejo que a mesma está quase vazia.

   — Está se sentindo melhor, filha? — pergunto ao me aproximar delas.

   Avisto o rosto dela e reparo que está mais corado.

   — Estou, pai. — Ela responde com um meio sorriso.

   — Ju, eu posso conversar com você um pouquinho lá fora?

    Tenho que contá-la o que o investigador me contou sobre a nossa filha. Tenho certeza que ela ficará muito feliz.

   — O que você tem para dizer à ela? E por que eu não posso ouvir? — Evellyn pergunta.

   — Filha, não começa. O que eu tenho para falar com a Júlia é algo de extrema importância, e é algo que envolve só nós dois. — digo seriamente.

   — Tá bom... — Ela revira os olhos.

   Em seguida, eu e Júlia saímos do quarto. Ao fechar a porta, ela se afasta um pouco, ficando não muito longe de mim.

  — O que aconteceu, Pedro? — Ela pergunta. — Quem te ligou?

   — Era o investigador. Ele disse que no ano em nossa filha nasceu, só entrou uma criança no Orfanato Santa Luz.

   — Essa criança é a nossa filha? — Ela pergunta com os olhos brilhando.

   — Ele disse que provavelmente sim. — respondo sorrindo.

   Os olhos de Júlia se enchem de lágrimas. Então, caminho até ela e lhe dou um abraço.
 
   Não vejo a hora de poder dar uma abraço na minha filha, de poder dizer que ela não está mais sozinha e que os seus pais lhe amam muito.

   — Pai. — Escuto Evellyn me chamar ao abrir a porta.

   — O que foi, filha? — pergunto ao me afastar de Júlia.

   — Será que tem como você ficar comigo no quarto? — Ela pergunta ao encostar a cabeça no batente da porta.

   — Claro que sim, meu amor. Está tudo bem? — pergunto apesar de reparar que a sua aparência está melhor.

   — Acho que sim, eu só quero ficar com você. — Ela diz serenamente.

   A Evellyn mudou radicalmente. Antes, ela jamais me pediria para ficar com ela e acho que isso também aconteceu por ela estar indisposta.

    — Tudo bem. Volte para a cama, eu já vou.

   Em seguida, ela entra e fecha a porta. Olho para a Júlia e vejo que está com o semblante triste.

   — Por que a Eve só gosta de você? — Ela pergunta depois de alguns segundos em silêncio.

   — Ei... — Me aproximo dela novamente. — Eu tenho certeza que a Evellyn também gosta de você, só que de uma maneira diferente. — Suspiro. — Para você conquistar a nossa filha, você precisa sempre confiar, defender e principalmente, amá-la incondicionalmente. Tente passar mais tempo com ela, desse jeito você vai conhecê-la melhor e aí as duas finalmente vão se aproximar.

Uma garota nada comum [COMPLETO - EM REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora