SETE ANOS DEPOIS

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Setembro de 2008.  - Sul da França - La Vernése - Toulouse.

Paro diante do espelho, sorrio pelo vestido escolhido depois de revirar as lojas de Paris, a sete anos não voltava para o meu país, e ela continuava a mesa, charmosa e elegante, assim era o que deveríamos ser, charmosos e elegantes.

- Está linda Monika... - Diz minha irmã Juliette se aproximando, estendi a mão para ela, dei-lhe um beijo em seu rosto.

- Não sou eu que tenho que arrasar... - Rimos com a minha fala. - Você está linda, Juliette!

Juliette soube escolher o mais belo vestido de noiva, todo de renda, estilo sereia, justo até as coxas, depois abria-se, seus cabelos estavam presos e com muitas mechas soltas, um dourado que encantava, sua maquiagem deixava seus lábios carnudos.

Juliette tem apenas 26 anos, acabou de se formar em História em Oxford, seu noivo Maurice, em engenharia eletrônica, um gênio eu diria, simpático e atencioso, o amor que brotava dos olhos dos dois era de dar inveja, eram verdadeiramente felizes, um casal que não tinha brigas, não tinha contratempo e muito menos birras entre eles, o que um dizia que queria fazer, o outro atendia, isso sim daria certo.

- Louis vai estar na festa, me perguntou de você várias vezes. - Juliette se sentou para calçar os saltos.

- Pare de jogar pretendentes para mim... - A olhei depois de passar o batom. - Estou feliz solteira e meu trabalho me consome... Não sobra tempo para namoro.

- Eu estou com 26 anos e já estou me casando...

- Isso não quer dizer que eu tenha que correr e me casar! - Me sentei ao seu lado.

Sorri amável, suspiramos juntas, mamãe entrou no quarto, reclamando e gesticulando para levantarmos, estava na hora de Juliette ir no carro com o papai, nos colocamos de pé, a maquiadora ajustou o véus que saia debaixo do coque, nos abraçamos e lhe dei um beijo na testa.

- Nos vemos no galpão...

Consenti com um aceno de cabeça e vi minha irmã sair do quarto.

- Não fique aí parada. - Disse mamãe me chamando, ela estava brava por não ter aceito ser uma das madrinhas.

- Estou indo, mãe...

Segui todos, meu carro estava estacionado um pouco longe da casa, caminhei lentamente até ele, quando escutava meus pais me mandando ir logo, chegaria atrasada ao galpão, apenas sorri para eles acenando um tchau, entrei no carro, a limusine já estava saindo, outros dois carros também acompanhou, liguei o carro, fiz a volta e os segui, estava bem lá trás, mas sabia onde ficava o galpão da fazenda de vinho do meu tio Edgar.

A noite já estava caindo quando consegui um lugar para estacionar o meu pequeno Fiat 500, acionei as travas das portas, me olhei pelo vidro de um dos carros que era escuro para ver minha imagem, agora começava a achar que meu vestido era curto demais e com muito brilho, mas eu adorava brilhar, era uma mania desde pequena, sorri, olhei para a entrada do galpão, a música tocava baixo, a limusine estava estacionada, alguns seguranças faziam o cerco para que pudessem abrir a porta e minha irmã finalmente pisar no tapete vermelho e jurar amor eterno ao seu marido.

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