Maurice questiona Monika

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Monika Brumi

TRÊS ANOS DEPOIS

É aniversário de Daniel, seus quarto ano de vida, um menino feliz, risonho e inteligente.

Louis e ele são muito agarrados, e época de colher uvas, vamos todos para lá, eu fico abaixo de sua escada e o ajudo a colher, explicando com paciência como fazer, cortar o caule sem machucar ou desmanchar os cachos.

A tarde seria sua festina de aniversário, Daniel tinha mais amigos em Lá Vernèse do que em Nova York, aqui ele corria solto com seus amiguinhos da fazenda, e ao ser perguntado onde queria a sua festinha, não exitou em dizer.

Finalmente Juliette resolver ser mãe, gravida de cinco meses, era a alegria de papai e de Maurice, dois babões. Confesso que não tenho muita intimidade com meu cunhado, gosto dele por ser um ótimo marido e trabalhador, sempre em busca de melhorar seu padrão de vida para dar o melhor para minha irmã, agora sim, com a promoção que recebeu podiam ter um apartamento maior e um filho, Juliette não tardou para providenciar um.

Os convidados foram chegando, nessa época algumas coisas vinham a minha mente, mas logo fugiam, aprendi a não dr importância a elas.

O casarão começou a ficar cheio de gente, e para complicar a neve chegou junto com os convidados, cheguei a me abraçar na porta pelo frio e pela angustia que senti ao ver a grana perder o verde para o branco, os ultimos convidados foram entrando e se acomodaram.

O vinho era a bebida preferida dos convidados, para as crianças sucos de vários tipos, já que Daniel era alérgico a corantes que haviam em bebidas de refrigerantes, então para ele tinha que ser tudo natural, o bom é que para as crianças da fazenda, aquilo era ótimo, não eram exigentes.

Minha irmã e meu cunhado estavam sentados no sofá da sala, papai e Louis conversavam animados, Maurice não parava de olhar para Daniel, que estava com seu chapéu  de magico na cabeça e uma capa preta, todo bem vestido em seus traje de gala, mas usando tênis de pisca-pisca.

- Ansioso? - Perguntei me sentando na poltrona a frente de meu cunhado, sorri animada ao ver minha irmã tão linda, grávida.

- Sim... Essa semana vamos ver o sexo do bebê, até agora não conseguimos ver.

- O que aca que é, mana? - Juliette sorriu feliz.

- Eu aposto que é uma menina. - Peguei um salgadinho e levei a boca.

- Eu acho que é um menino! - Disse Louis estendendo a mão para mim, cruzamos nossos dedos.

Maurice nos olhou de uma forma estranha, depois sorriu e voltou a olhar para Daniel.

- Faz tempo que não o vê, não é? - Perguntei a Maurice, buscando sua atenção para mim.

- Não... Quando o vi era ainda um bebê careca. - ele sorriu, mas não era um sorriso de quem estava bem.

- Você está bem? - Perguntei preocupada.

- Claro! - Ele se ajeitou no sofá, disfarçando sua preocupação.

Louis e eu nos olhamos, não conseguíamos entender porque ele estava daquele jeito, me levantei para ir atras de uma criança chorando, e me ocupei com algumas outras coisas.

Era hora de cantar parabéns, levei o bolo até a grande mesa, os convidados se juntaram ao redor dela, Maurice, Juliette e papai ficaram praticamente na ponta da outra mesa, dei a câmera para Juliette tirar fotos nossas, acendi as velinhas, tirei o chapéu da cabeça do meu filho para não cair no bolo, já que a cartola estava dançando em sua cabeça, dei risada ajeitando seus cabelos cacheados agora grande e cantamos parabéns a ele em francês.

 Bon anniversaire, mes vœux les plus sincères

Que ces quelques fleurs vous apportent le bonheur
Que l'année entière vous soit douce et légère
Et que l'an fini, nous soyons tous réunis
Pour chanter en chœur : "Bon Anniversaire !"

Daniel apagou as velinhas, aplaudimos seu entusiasmo, Juliette batia as fotos, todos estavam felizes, menos Maurice que agora parecia assustado.

Depois que todos estavam satisfeitos com o bolo, começaram a ir embora, Juliette e  eu cunhado ficaram em nossa casa para dormir e curtir o dia seguinte, papai também ficou conosco, acabou indo dormir mais cedo como de costume.

Maurice estava sério, longe de tudo, eu, Louis e Juliette riamos enquanto curtíamos uma boa taça de vinho e os restinhos de salgados.

- Amor... - Juliette chamou Maurice para interagir. - Você está distante, você está bem?

- Hã... Sim... estou... - Ele respondeu ainda sério.

- Algum problema, Maurice, pode falar! - Pedi amigável.

- Há... quer saber... - Ele disse mais enérgico, eu e Louis nos olhamos e Maurice disparou para falar. - Eu não sei aqui quem mente pra quem, mas eu estou pasmo com o que eu constatei hoje... e Estou... Verdadeiramente revoltado...

- Do que está falando, Maurice. - Juliette segurou seu braço também não entendendo nada.

- Como você pode ter ficado em silêncio sobre o menino? - Maurice olhou diretamente para mim. - Ele sofreu por você... E você esconde dele.

- Calma... - Pediu Louis se sentando na beirada da cadeira. - Ninguém enganou ou escondeu algo... Monika foi a cada do Chris... ele não estava e a mãe dele disse que Christian jamais ficaria sabendo disso.

- Mas de quem estão falando? - Perguntei, e minha pergunta pareceu um tanto idiota.

- Maurice... Monika não se lembra de nada. - Juliette disse com sua ala doce, ele olhou para minha irmã como se não acreditasse. - Ela nem lembra de você e muito menos do nosso casamento, como quer cobrar algo?

- Eu vi meu amigo correndo por essa sala o dia inteiro... Chris estaria muito feliz em saber que tem um filho parecido com ele... - Maurice soou chateado. - Eu acho que deveria procurar o pai do Daniel... 

- Ela não vai fazer isso... não vamos confundir a cabeça do menino. - Disse Louis enérgico, não gostando nada do que Maurice propunha. - E seu amigo está feliz, tem uma filha, casou-se.... por que quer bagunçar a vida dos dois? E eu sou o pai de Daniel... eu amo esse garoto mais que tudo nessa vida, então é bom ficar de boca calada.

Louis se levantou nervoso e desapareceu de nossas vistas, Maurice fez o mesmo, irritado nem desejou boa noite, nos largando sozinhas.

Juliette com sua paciência me contou de como eu e Christian nos conhecemos, menos a parte de como fomos parar na cama, eu nunca abri minha vida totalmente a minha irmã e creio que a ninguém eu abria, se eu quisesse saber como fui para a cama com uma pessoa bem mais nova que eu, teria que procurar o tal Christian Garrel.

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