Chris
Então era isso. Monika tinha escolhido seu destino e não podia culpa-la, não existia a possibilidade, isso ficou bem claro hoje ao ver os dois juntos, Monika realmente tinha um amor incondicional por Jean-Louis, se entendiam e eram um casal feliz. Ele cheio de ciúmes e ela ceia de cuidados.
Me sentei no sofá com Paloma no meu colo que chupava o dedo da mão, apoiou a cabeça no meu peito descansando, seus olhinhos estavam grudados na porta me fazendo lembrar que nem me despedi do meu filho.
Por dois dias fiquei pensando na proposta de Monika e na cara de Louis pela oferta, Paloma merecia viver perto do irmão, ter uma vida em família. Pensar em La Vernèse me fazia lembrar de coisas boas, de Mario Quintana, do casamento do meu amigo, de Monika linda, e aquele vestidinho tão curto com suas pernas longas, caminhando pelo tapete vermelho. Poderia ama-la, podia estar perto dos dois, seriamos como ex-marido e ex-mulher que se dão bem e moram perto por causa de seus filhos. Podia fazer isso. Podia deixar de ser um piloto fracassado e me transformar em um ajudante de cultivo de uvas e na fabricação de vinhos. Como eu não sei, mas por Monika, Daniel e Paloma, eu os faria felizes da melhor maneira possível.
Vendi O box e realoquei a minha equipe depois de uma semana lutando contra o que realmente precisava fazer para mudar toda a mina vida, Meredith achou loucura o que eu iria fazer. Mas um homem precisava aprender a enxergar a derrota, fazer o certo e parar de fazer o errado.
Novamente aluguei o meu apartamento, mandei mensagem para Monika de que estava indo para La Vernèse em definitivo. Peguei Paloma no colo e saí pela escada de incêndio atrás do edifício onde um táxi nos esperava. As malas Meredith tinha me ajudado a desce-las antes de pegar minha filha.
Foi um alivio em sair daquele lugar sem liberdade, onde nem podia sair com minha filha para ir ao parque para ela se movimentar. As pessoas estavam bravas, zangadas com a morte de Nicole e me culpando sobre seu desequilíbrio. Nunca usei drogas e nunca imaginei ser acusado de ser usuário e incentivar minha esposa a usar drogas. Por sorte o juiz não aceitou esses argumentos e me deixou ficar com Paloma.
Duas horas depois estava em Lá Vernèse, entrando na cidade de carro, Paloma dormia no banco traseiro e meu coração já estava na boca, pronto pra saltar de tanta ansiedade. Depois de passar pela cidade, peguei a estrada novamente seguindo para a fazenda de Louis, Monika disse que estaria a minha espera.
Diminui a velocidade assim que me aproximei da entrada da fazenda, estercei toda a esquerda e entrei parando, pois mina imaginação veio a tona da ultima vez que estive lá, Monika acidentada, dormindo profundamente por estar dopada, o corte e o rosto inchado. A ultima vez que ela se lembrava de mim, o tapa que lhe dei e depois nossa separação. Naquele momento me deu uma vontade incrível de voltar para trás e desconsiderar a possibilidade de viver ali. Mas e Daniel? Eu o queria perto de mim,perto de Paloma e queria os dois juntos, crescendo e protegendo um ao outro.
Engatei o carro e segui até a porta de entrada da grande casa, Monika, Daniel e Louis saíram para nos receber, desci do carro um pouco constrangido, me sentindo um peixe fora D'água. Monia e Daniel vieram ao meu encontro, ela me abraçou com carinho.
- Seja bem vindo. - Nos soltamos e ela sorria para mim.
- Obrigado... Eu nem sei o que dizer. - Passei a mão na nuca completamente envergonhado.
- Não diga nada... Aproveite a nova oportunidade, aqui tenho certeza que você e Paloma irão viver muito bem, com liberdade, que é o mais importante.
Louis nos observava com seus braços cruzados, ainda não satisfeito com aquela mudança tão repentina. Sim!... eu sabia o que se passava em sua cabeça e eu também me sentiria como ele, invadido, temeroso e com a repentina aproximação do ex de minha esposa. De verdade. Surtaria com isso.
- Louis, como vai? - Estendi a mão para ele em um cumprimento.
- Seja bem vindo, vamos entrar.
Me virei para pegar Paloma e Monika tirava a menina do carro, abraçando-a e aninhando como se fosse sua filha em seus braços. Sorriu feliz por segura-la, Daniel estava contente, tagarelando ao seu lado por querer brincar com sua irmã.
Entramos todos e esse dia foi maravilhoso para todos nós, pude conhecer melhor a vida de Monika e como ela vivia, Daniel e sua felicidade de ter mais uma criança em casa, definitivamente, eles eram felizes. Eu precisava respeitar isso, amar Monika em silencio e amar Daniel como ele merecia.
Um ano depois
- Bom dia! - Disse monika saindo do corredor que dá para os quarto.
Ela passou por mim, apoiando a mão em meu ombro.
- Bom dia! - Sorri e lhe dei um beijo.
- Vejo que acordou cedo, caiu da cama?
- Bem... alguém tem que trabalhar nesta casa. - Demos risadas, a encarei. - Temos filmagem e fotografia as 13h no meu antigo apartamento... A Equipe já vai estar toda lá quando chegarmos.
- Muito bem assistente! - Monika foi até a janela e as crianças vieram correndo.
- Mamãe... - Gritou Paloma.
- Meu anjinho... o que faz fora da cama? - Monika a pegou no colo beijando seus cabelos ongos.
Só me restava observar aquele amor incondicional das duas, diria que eram mãe e filha se não não conhecesse a mãe verdadeira de Paloma.
- Bom dia! - Louis me deu um tapa nas costas e seguiu para junto de Monika. - Que horas vão viajar?
- Dentro de duas horas... O Helicóptero vem nos buscar, vamos fazer águas tomadas do alto até o aeroporto.
- Muito bem! - Louis deu um beijo em Monika e acariciou os cabelos da minha filha, desviei o olhar para Daniel que guardava seu material da escola.
- Amanhã a vovó vira ver a minha princesinha. - Monika me lembrou da visita dos avós de Paloma.
Então seria uma chuva de perguntas de que tipo de família nós eramos, pais Daniel chamava a mim de pai e a Louis, Paloma Chamava Monika de mãe e isso deixava minha ex-sogra louca, já tentou tirar Paloma de mim duas vezes. Comecei a rir me lembrando da ultima vez que estiveram naquela casa, Monika cegou a ser desdenhosa e dizer que eramos uma família moderna. Deixando no ar de que Monika, eu e Louis nos relacionávamos. A cara da minha sogra foi de surpresa e pavor. O bom é que meu sogro era mais maleável e aprendeu a não dar bola para o que Monika dizia, sabia que era para aborrecer e chocar.
Praticamente vivia mais com Monika do que com Louis, eu auxiliava os dois no trabalho, era mais assistente de Monika do que de Louis, eramos uma família, aprendemos a nos respeitar, Monika me amava, da forma dela, calada, mas respeitando Louis, o homem por quem ela aceitou em se casar. Eu a amava calado, aprendi a respeitar e esperar por um dia de atenção e carinho. A unica forma de poder ficar perto dela era assim. Amando calado, com o coração, respeitando o espaço de todos. Paloma estava Feliz, Daniel estava feliz, ele sabia quem eu era, e sabia quem Jean-Louis era, isso era o mais importante.
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SEGREDOS
RomansaMonika Brumi é uma fotografa de renome, publicitária e dona de seu próprio negócio e de sua vida, sua mãe costuma dizer que é a ovelha desgarrada da família. Sempre ocupada, mal tem tempo de ter uma vida social e namorar. aos 37 anos s vê perdidamen...