O socorro chega

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*** Entramos na segunda fase, e daqui para frente quem vai contar a história será: Jean-Louis, Daniel, Juliette e Cristian. Sei que muitos vão querer matar a autora, mas agora quem se torna o protagonista principal é o nosso menino DANIEL. Vão se emocionar com esse garotinho espirituoso, inteligente e amoroso. *** Boa leitura*** Não esqueçam os lencinhos. ***



Jean-Louis Charpentier

Acordei Sentindo frio, minha cabeça doía, levei a mão a testa, ao longe vi luzes de giroflex girando nas cores vermelhas e azuis, minha visão foi clareando até que me dei conta de que o vidro do carro estava completamente estilhaçado, os pés de Monika estavam para dentro do carro.

- MONIKA... NÃO... MONIKA... - Abri a porta do carro com dificuldade, desci cambaleando desesperado.

Um policial me segurou, o desespero era grande, queria tirar Monika de cima do carro, gritei seu nome várias vezes.

- Calma... Os paramédicos já estão cuidando dela, por favor, se acalme. - Uma paramédica me fez sentar para olhar o ferimento na minha cabeça, o policial que me segurou veio tomar meu depoimento, mal sabia explicar a ele o que houve, eu só queria ver o que faziam com minha esposa.

- Por favor, tente se lembrar. - Pediu o policial.

- Monika. - Me levantei ao vê-la sendo trazida às pressas para a ambulância.

Monika estava desacordada, colar cervical no pescoço rosto muito inchado.

- Temos que ir para o hospital com urgência, precisamos de um batedor.

- Eu abro caminho. - Disse um dos policiais correndo para a viatura.

- Quero ir com vocês... - Pedi entrando na ambulância.

Fecharam as portas, e a ambulância se pôs em movimento, não tinha noção da gravidade, mas sem aviso, os dois médicos começaram o procedimento de cesariana de emergência, e eu tive que assistir tudo, respondendo as perguntas em choque.

Por sorte e por azar, Daniel está com 8 meses de gestação, mesmo assim em risco, o vi nascer, sem movimentos, parecia não respirar, o médico fez o procedimento de ressuscitação no bebê, eu cheguei a pensar que iria perder ele, apenas podia chorar e me perguntar porque tudo aquilo estava acontecendo com a gente, porque não podíamos ser felizes ao menos uma vida.

Eu finalmente estava casado com Monika, mesmo o filho não sendo meu, não era e nem me comparava a Renê, eu amava aquela criança e saberia dar amor como se fosse meu filho legítimo, já fazia planos para o seu futuro, já o imaginava colhendo uvas assim como foi comigo e com Monika.

Vi Daniel chorar fraco, parecia cansado, os médicos riram de felicidade por ele estar vivo, o enrolaram numa manta e me entregaram.

- Parabéns, é um garoto forte, mas segure-o assim, sem apertar, não sabemos se ele sofreu alguma fratura. - O enfermeiro sorriu amável e feliz. - Entendeu?

- Sim! - Disse para ele chorando.

Como um homem podia se sentir feliz com aquela situação onde você vê a vida nascer e a outra  vida em estado grave, em risco de morte, não era fácil.

- Oi Daniel. - Disse baixinho para ele. - Nós vamos ficar bem, a mamãe vai ficar bem, você vai ver.

Desabei a chorar ao escutar aquele monitor a disparar, enfermeiro subir sobre Monika e fazer reanimação, fechei os olhos para não ver aquela cena, era dor demais para isso.

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