Monika liga para Juliette

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Oliver me levou para a casa de Agatha, minhas coisas praticamente estavam todas lá, roupas, pertences, foi uma mudança em tanto, e uma faixa enorme dando boas vinda a mim e ao bebê, tive que rir para minha amiga, pois ela estava mais feliz que eu com a chegada de um herdeiro.

- Temos alguns recados... - Agatha me entregou o bloquinho de notas. - Leia com calma.

- Obrigada Agatha, mas acho que deveria ficar no meu apartamento, já que você e Oliver estão namorando, vou tirar a liberdade de vocês.

- Não se preocupe... Você tem seu quarto e eu o meu e já vivemos juntas para saber como eu sou.

- Safada... louca! - Disse baixinho.

- Dentro de uma semana vamos tirar o DIU... então aproveite que ainda pode andar, mas não pode abusar. - Disse Oliver colocando a mala no chão.

- Sim, senhor! - Bati continência para ele.

Me sentei no sofá para ver os recados, dois erm da minha irmã, quer conversar comigo, torci a boca, pois ela já deveria estar sabendo o que aconteceu na fazenda do Louis, minha mãe deve ter contado. Os demais recados não eram urgentes, respirei fundo sentindo falta de conversar com Christian.

- Vai ligar para sua irmã? - Agatha se sentou ao meu lado assim que trocou de roupa, Oliver se sentou à minha frente. - Vai contar a ela sobre o bebê?

- Não posso... Por enquanto não vou contar.

- Você vai manter a gravidez em segredo? - Oliver franziu o cenho estranhando minha atitude.

- Se eu contar agora, Christian vai ficar sabendo por outra pessoa, e não é isso que eu quero. - Disse. - E tem a questão do aborto, você disse que pode acontecer... Se eu perder, não faço ninguém sofrer, apenas eu mesma vou sentir a perda.

- Está certa... - Agatha apoiou a mão no meu ombro. - Juliette seria capaz de sair correndo e conta a Christian.

- Vamos ao procedimento... vamos ver no que dá... quanto a minha irmã, vou dizer que estou com pneumonia, ela não vai se alarmar tanto para sair da casa dela para vir até a minha.

Agatha esticou o braço pegando o Telefone e me entregou, me levantei agradecendo, segui para o meu quarto e disquei para minha irmã.

- Oi Juliette. - Disse me deitando na cama, puxei uma almofada.

- Monika... Caramba, o que está acontecendo? por que some assim?

- Me desculpa... estava internada...

- Como assim, internada? - Juliette ficou alarmada.

- Nada demais, pneumonia, mas já estou melhor e medicada, agora é repouso e logo volto ao trabalho.

- Maurice disse que Christian também não está nada bem.

- Devo imaginar que não esteja mesmo. - Soltei me sentindo irritada.

- Mana!? É verdade o que a mamãe me contou?

- Qual verdade? - tapei o rosto com a almofada.

- De que você era amante do pai de Christian.

- Não... Nunca fui amante dele... nós moramos juntos, Emma não queria dar o divórcio ao Julian, e ele foi empurrando com a barriga a situação, ela não o deixava contar para os filhos de que estava separado e vivendo com outra mulher... Nunca aceitaria uma situação desta se soubesse que ele vivia bem com a esposa e me usasse como amante, mas a verdade é que Julian morava comigo, trouxe todas suas roupas, suas coisas, deixou os negócios nas mãos do filho para justamente não ter que ter vínculo com Emma.

- E por que Christian nunca soube disso?

- Porque Emma o mandou para a Argentina para trabalhar com uma equipe, Chris passou os dois anos lá e só voltou quando soube da notícia da morte do pai... Emma nessa época já estava na Inglaterra para fugir dos paparazzos, das fofocas e manter o casamento "sólido" como dizia ela para as pessoas, isso atingia diretamente Julian, dificultando ainda mais a conversa com os filhos.

- Julian me pareceu leviano com essa situação.

- É... Talvez o problema tenha sido eu na época. - Disse pesarosa. - Eu devia tê-lo colocado na parede e exigido que resolvesse de uma vez por todas a situação, por fim, me mantive passiva e aproveitando a pessoa por quem estava apaixonada.

- Sinto muito por tudo isso, mana.

- Tudo bem... - Sorri amável. - Isso tudo vai passar, Chris vai me esquecer, vai se apaixonar por outra pessoa.

- E como você está, além da pneumonia?

 Arrasada, triste, mas estou conformada... Como disse, a culpa é minha, eu deveria ter contado desde o início que ficamos juntos.

Conversamos por um longo tempo, ela queria vir a Nova York, mas a impedi, já que não saberia como seria minha vida depois de retirar o DIU, também não queria pensar se eu queria ou não ter aquele bebê, deixaria para o meu corpo decidir se ele ficaria comigo ou expulsaria.

Na semana seguinte fiz os exames e o procedimento, mais uma vez fiquei internada, Oliver disse que foi um sucesso, agora era repouso absoluto e ver como meu corpo reagiria com o passar das semanas, ele seria o meu obstetra e amigo, isso me deixou feliz, pois confiava nele e era namorado da minha melhor amiga.

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