"Questionamentos"

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Louis me soltou e o vi voltar para o meu quarto, olhei para para o vazio que era a minha vida, eu tinha quem me amava incondicionalmente, aceita meus defeitos.

Me sentei depois de pegar uma xícara de café, encolhi minhas pernas, pensando em mim e em Christian, eu precisava ser honesta com ele, contar a verdade e ver se meus defeitos e meu passado seria aceito, respirei fundo, uma dor no peito me fez gemer.

Você está bem? - Louis estava vestido, cabelos penteados.

Estou! - O Encarei. - Pegue uma xícara de café...

Foi o que ele fez, pegou uma xícara que estava sobre o balcão, colocou café e se sentou a minha frente, deu um gole generoso.

Dizem que Nova York tem boas casas de show, boa comida...

Bons vinhos... - Dei de ombros rindo. - O que tem em mente?

De um bom show, depois um bom restaurante, vinho...

E ver a sua bunda branca de novo na minha cama?

Gargalhamos e ele concordou.

Até que me comportei bem?

Sim... Como um ótimo amigo. - Dei um gole no meu café.

Como um ótimo amigo... - Ele se recostou no sofá, respirou fundo, ele tinha um sorriso leve. - Porque foi embora daquele jeito?

Torci a cabeça tentando entender o que ele queria saber, que época da minha vida, porque o que eu faço de melhor e fugir.

Há... - Cocei a nuca. - Estava na hora de levantar voo.

É verdade que queriam nos casar? - Louis me olhava curioso.

E você teria adorado que isso tivesse acontecido. - Dei risada.

Não posso negar isso. - Ele deu outro gole no café. - Eu fiquei mal, triste mesmo, achei que depois do que aconteceu com a gente... você estivesse apaixonada por mim, finalmente eu a teria comigo... Porque fez aquilo se não era para ser sério?

Me perdoe... - Me senti tão mal com aquela, me sentei para a ponta do sofá, apoiei a mão em seu joelho. - Não foi para te magoar, usar ou qualquer coisa que passe por sua cabeça, mas eu estava farta das acusações levianas de minha mãe... A proibição de viajar para receber meu premio de fotografia... Tudo juntou e... eu me sentia tão mal amada e você... estava lá... - sacudi a cabeça. - Eu queria me vingar da minha mãe, queria dar verdade ao que dizia sobre mim.

E isso te fez ganhar fama na cidade.

E sinto que te prejudiquei de alguma forma.

Não!... Não mesmo... - Ele riu.

Prejudiquei... Olha só nós dois... - Apontei para nós. - Temos a mesma idade e somos os únicos solteiros, namoramos, tivemos alguns amores, mas casar?!... Não!

Casar é para os fracos que precisam de alguém para sustentar um teto, ser uma pilastra na vida delas... Eu e você somos como aço, fortes, não precisamos de alguém para sustentar um teto.

Apenas concordei com a cabeça, olhei para a minha xícara.

Acho que devemos ir... Você para o seu trabalho e eu para o hotel, preciso trocar de roupa, quero conhecer essa idade e tenho um itinerário para seguir.

Vai dar um de turista sem um guia.

Fazer o que? Eu não tenho uma guia para me levar a esses lugares.

Tome cuidado... - Disse sorrindo. - Tente ficar longe de confusão.

Louis gargalhou alto sacudindo a cabeça.

Olha só quem fala... Confusão não é a minha especialidade...

Não é mesmo!... - Ri com ele.

Me arrumei, deixei Louis no hotel e fui trabalhar, até então não sabia o que tinha rolado entre Ágatha e o médico e para falar a verdade, estava louca para saber, Agatha tinha cara de certinha, mas era um furacão desgovernado.

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