Mudanças de planos na empresa

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Entrei na agencia cumprimentando o pessoal, Agatha saiu da sua sala as pressas, me pegou pelo braço e correu comigo para a sala de reunião.

- Temos coisas urgentes para tratar. - Ela puxou a cadeira para mim.

- Sim! - Me sentei obediente.

Agatha se sentou a minha frente, respirou fundo e me olhou, comecei a rir.

- Você está parecendo uma louca.

- Eu sou louca, não se esqueça disso!

Tive que rir novamente.

- Desembucha... e se eu for brincar de advinha... vou dizer que está gravida e não sabem quem é o pai!

- he, he, he,... Engraçadinha... - Ela mostrou a língua para mim. - Mas o assunto é urgente.

- Então fala logo! - Pedi já começando a ficar aflita.

- Kalil sofreu um acidente... - Agatha soltou rápido.

- Merda!... - É grave? Ele está vivo?

- Está bem... mas a mão dele passou por uma cirurgia muito delicada, vai ficar fora de operação por pelo menos sete meses.

- Ah... era o que me faltava! - Dei um tapa na mesa. - Demitimos o ultimo fotografo, porque esse era incrivelmente perfeito e dava conta do recado, assim podia ficar interna e fotografando aqui no Studio.

- Temos três contratos que não podemos perder, já estão pagos, é só ir r fazer o serviço.

- E não temos fotografo para isso. - Torci a boca.

Agatha me olhou apontando para mim.

- Temos a melhor das melhores e ela está bem na minha frente.

- Agatha... sabe que ainda não estou preparada para ficar correndo atrás de modelo em praias, etc.

- Está mais que preparada, você tem um filho de quatro anos que não para e eu vejo você correndo atrás dele, está na hora de deixar o medo de lado e ir fazer o que sabe de melhor.

- Isso é loucura... Louis não vai concordar. - Sacudi a cabeça.

- Louis vai aonde você for!

Sorrimos, era verdade, onde eu ia, ele ia atrás para me dar apoio em tudo.

- Me deixa ver a agenda e os locais.

Naquela manhã discutimos sobre os locais e clientes, e a campanha que foi escolhido. Por um lado não iria precisar ficar correndo atrás de modelo, elas ficariam bem paradinhas, apenas para catálogos de revistas e propaganda, as filmagens já tinham acontecido, era só dar continuidade e entregar o trabalho dentro de dois meses.

O problema agora era: Louis estaria na Argentina e eu em Los Angeles, e depois na Itália, Louis iria surtar em me ver com Daniel sozinha num lugar deste sem ele, mas eu precisava levantar voo e voltar a ser a fotografa que todos conheciam. já estava afastada a 4 anos de campanhas longas e fora do Studio, isso por um lado era reconfortante para meu marido.

Fechada na minha sala analisando a campanha de Los Angeles, eu via que talvez fosse isso que faltava em mim, essa adrenalina de comandar e fotografar uma grande campanha, meu coração estava animado, meu cérebro então estava a mil, já fazendo poses na minha mente para deixa-las pronta para a hora H.

O telefone tocou, levei um susto e atendi de imediato.

- Monika...

- Sou eu!

- Oi, Louis. - Larguei a papelada a minha frente.

- Marquei com a nossa entrevista na escola as 15 horas, aca que consegue ir?

- Há... - Olhei a minha agenda que estava aberta a minha frente. - Sim... vou adiantar algumas coisas para estar com você.

- Muito bem! - Louis pareceu animado. - Te espero na frente do colégio.

- Perfeito! - Soei contente, mas estava uma pilha de nervos e sabia que Louis iria surtar.

- Até mais tarde.

- Até!

Desligamos juntos e voltei ao trabalho, as 15 horas estava descendo em frente ao colégio internacional, olhei para o prédio, e logo senti alguém segurar meu braço, sorri ao ver Louis parado ao meu lado sorrindo.

- Vamos entrar.

Concordei e enteamos.

De fato a escola tem uma estrutura muito boa e completamente diferente do que estava acostumada, Daniel até que estudava numa escola muito boa, mas perto desta.

- O que achou? - Perguntou Louis assim que deixamos o prédio.

- Ela é... Muito cara... mas eu gostei. - Sorri amável. - Só não sei se Daniel vai se sentir bem.

- Tenho certeza que sim. - Seguimos para o carro.

Louis estava animado com a nova escola e a estrutura que ela tinha, não deixaria de ensinar as duas línguas, mas seria primordial o Francês. No fundo, sabia que Louis só morava em Nova York por nossa causa e por que me recusava a deixar esse País. Nesse ponto, mantive minha vontade de não voltar a La Vernèse.

Chegamos no carro e assim que Louis se sentou, segurei a sua mão para que ele não ligasse o carro, estávamos num estacionamento municipal, não tínhamos pressa para sair dali, meu assunto era mais importante.

Louis me olhou temeroso, era raro esses momentos em que o impedia de fazer algo, nos olhamos, engoli em seco.

- Meu fotografo sofreu um grave acidente... - Comecei.

Contei tudo o que ele precisava saber. A medida que ia contando, Luis ira ficando do surpreso para o carrancudo e vermelho que nem um pimentão, até que terminei e o olhei.

- Louis... Vamos ficar bem! - Peguei em sua perna e sorri.

- Adie essa campanha. - Ele bateu no volante.

- Não posso... viajo amanhã, esta muito em cima da hora para mudar os planos, a modelo pelo que sei já está em Los Angeles a minha espera. - Sacudi a cabeça. - Não dá para cancelar mais.

Louis me olhou furioso, confuso e sabia que não podia fazer nada para me fazer mudar de ideia, e sabia que do estacionamento até em casa e mais um pedaço da noite, ele usaria todos os seus argumentos para que eu desistisse.


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