Na segunda praticamente passamos o dia dentro de casa, cozinhamos juntos, praticamente me sentia casada com ele, era bom demais aquele contato. Revelamos algumas imagens para ele guardar, ficaram lindas e merecia um destaque em seus álbuns.
No final da tarde, arrumei minhas coisas, levei o que tinha sobrado na geladeira para meus pais e entreguei o carro para que voltassem a usa-lo, mamãe achou estranho que Christian ainda estava na cidade e comigo na minha casa, não disse nada, mas percebi pelo seu jeito e olhares que não gostou do que viu.
- Bom preciso ir, amanhã acordamos cedo. - Me levantei.
- Christian vai com você para os Estados Unidos? - Minha mãe perguntou seria.
- Não senhora... Eu fico em Paris.. - Chris riu.
- Estão namorando?
- Mulher!!! - Disse meu pai a repreendendo.
- Estamos. - Disse Chris antes que eu pudesse negar, o olhei, todos olharam para ele.
- Eu... - Me senti exausta de repente.
- Tudo bem, filha. - Papai me abraçou. - Boa viagem.
- Obrigada, pai. - O apertei em meus braços. - Obrigada por cuidar da casa e das minhas coisas.
- Até mais, mãe. - A abracei e como sempre ela foi fria comigo.
- Boa viagem, não se esqueça de nós como tem feito.
- Não vou deixá-la esquecer. - Disse Chris se despedindo dos meus pais.
Saímos de lá andando, não deixe que papai nos levassem em casa, queria poder aproveitar os restinhos de horas que tinha em Vernése, pois não sabia quando voltaria aquele lugar.
- Por que sua mãe é tão diferente com você?
- Vamos dizer que temos problemas do passado mal resolvido... Falta de interesse em perdoar ou aceitar. - Dei de ombros
- Quer me contar? - Ele me olhou de lado enquanto caminhávamos de mãos dadas.
- Não - Disse rindo. - Meu passado nada católico a deixou feliz.
Christian riu gostosamente e eu ri com ele.
- Acho que Jean-Louis é um dos que fazem parte do seu passado.
- Exatamente. - Rimos.
- Vou sentir saudades desta cidade. - Disse Chris me puxando pela cintura.
- Eu também vou sentir, mas mais da minha casa do que da cidade, das pessoas da minha família perfeita de propaganda de margarina, pra quem vê e lindo, mas quem convive, tem vontade de se suicidar.
- Meu Deus!... Você realmente odeia esse lugar. - Chris riu alto e continuamos caminhando em silêncio.
Entramos em casa, Chris subiu para o quarto, um banho, eu fui para a cozinha, peguei alguns legumes para fazer uma sopinha para nós dois, um vinho e uma boa noite de descanso.
Logo ele estava na cozinha, sentando e me olhando cozinhar, o olhei sobre o ombro e sorri.
- Estão muito calado, o que ouve? - Deixei o queijo parmesão de lado que estava ralando e me virei para olha-lo melhor.
- Vou sentir muita a sua falta!
- E eu a sua...Mas nós dois trabalhamos, eu tenho uma empresa para dirigir e que precisa de mim. - Dei de ombros soltando o ar com pesar.
- Como vamos nos ver?
- Eu não sei, mas podemos trocar conversar pelo computador. - Caminhei até ele, puxei a cadeira e me sentei. - Por isso não acho justo namorarmos, eu não tenho uma vida tranquila, não posso viajar a hora que quero e me demorar.
- E eu entro numa temporada frenética de corridas... Não vou poder viajar a hora que eu quiser.
- Então o que esta pensando em fazer?... Terminar e cada um segue seu caminho?
- Não! Não quero abrir mão de você. - Ele sorriu triste. - Nunca pensei que fosse te amar tanto como eu amo.
De repente me senti uma pessoa completamente leviana, jamais deveria ter isso atrás dele em Paris, agora estava sofrendo por antecipação e não sei se esse nosso relacionamento continuaria em segredo, e eu não queria voltar para a França, não queria ir a Paris novamente.
- A gente vai dar um jeito... - Segurei sua mão. - Mas se achar que não dá, me comunique, eu não vou brigar ou implorar para que fique comigo, vou entender perfeitamente.
- Para com isso... Eu já disse que não vou deixar você.
Apenas sorri, dei-lhe um beijo afetuoso e me levantei voltando para a pia e o silêncio novamente reinou até a hora que coloquei a sopa na mesa e ele abriu o vinho para nós dois. O servi com calma, passei o queijo que ralei e me servi.
- Por que não fica mais uma semana? - Seus olhos curiosos e em suplicas estavam sobre mim.
- Eu gostaria muito de ficar... Mas realmente não tenho como. - Respirei fundo. - Eu tenho duas campanhas que dependem de mim para ela ir ao ar... O prazo está acabando e preciso estar na quarta no escritório para dar a finalização no projeto e apresentar ao cliente... Sinto muito, muito mesmo.
- Tudo bem... Eu estou sendo egoísta querendo que fique.
- Não está... Apenas quero ter mais tempo e eu entendo você! - Sorri amável. - Vamos aproveitar bastante essa noite juntos.
- Vamos sim! - Ele sorriu.
Tomamos a sopa e o vinho num papo agradável, ele queria saber das campanhas que eu estava trabalhando, contei com ele com entusiasmo, porque era o que gostava de fazer, aliás era a segunda coisa que gostava de fazer, a primeira era fotografar.
Deixei a louça limpa, panelas lavadas e o lixo no cesto para quando papai viesse em casa o colocaria para mim na rua.
No recolhemos depois de um banho longo, Chris estava sofrendo com antecipação, calado a maioria do tempo, mas iria acabar se acostumando e encontramos um jeito de nos ver.
Na manhã seguinte pegamos nossas malas, iríamos os dois para o aeroporto juntos, chamei o táxi para nos levar até o aeroporto em Toulouse, de lá, fretaríamos um avião com Destino a Paris, ele ficaria e eu seguiria para os estados unidos.
- Pegou tudo? - Ele me perguntou assim que colocou a última mala no portão de casa.
- Sim... Agora é esperar o Táxi e seguir viagem. - Sorri para ele.
- Tem certeza que não pode ficar mais?
Apenas ri deixando meus ombros caírem balançando a cabeça em negativa.
- Foi muito bom o que vivemos, duas semanas incríveis e com autos e baixos. - Rimos, eu estava escoada de um lado do portão e ele do outro, um de frente para o outro.
- Você não é uma pessoa fácil de lidar, acho que se não tivesse bebido tanto, não teria me trazido pra sua cama.
Tapei o rosto envergonhada e ri muito.
- E verdade!... Maldito champanhe!
- Eu adorei o porre!
Gargalhamos e muito, o taxista parou a nossa frente, cada um pegou suas malas e mochilas, guardamos no porta malas e seguimos viagem até Toulouse.
*** & ***
Desculpa pela demora.
Meu Notebook resolveu travar meus arquivos, mas consegui arrumar.
Hoje vimos que Chris chegou a comentar sobre Monika a mãe...
Monika por sua vez se calou diante de Chris... Será que ela pensa que esse namoro vai perder força ao se distanciarem e cada um voltar a sua rotina?
Vamos ver nos próximos capítulos.
Bjus a todos e até Terça!
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SEGREDOS
RomanceMonika Brumi é uma fotografa de renome, publicitária e dona de seu próprio negócio e de sua vida, sua mãe costuma dizer que é a ovelha desgarrada da família. Sempre ocupada, mal tem tempo de ter uma vida social e namorar. aos 37 anos s vê perdidamen...