Chris conta a Monika que sua mãe sabe dela

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Na manhã seguinte resolvemos fugir de tudo e de todos, peguei meu carro, colocamos nossas mochilas no banco de trás e saímos rumo Saint-Pierre La Mer por causa de uma pista de Kart que ele cismou que eu deveria conhecer.

A viagem para lá foi muito divertida, revezamos no volante cantamos e conversamos e muito, a muitos anos não me sentia tão bem ao lado de uma pessoa como me sentia ao lado de Chris, ele era divertido, inteligente e adoravelmente ótimo amante.

- Vai me dar seu endereço em Nova York? - Perguntou ele me vendo dirigir, a vegetação passava rápido por nós.

- Claro. - Disse sorrindo, mas não estava confortável com essa ideia.

- O que foi? Parece que não gostou da ideia de me ver por lá.

- Não comece... Eu disse que vou te dar o endereço. - Não podia encará-lo por muito tempo, minha atenção tinha que ser para a estrada.

- Gostaria de te apresentar para minha mãe e minha irmã, tenho certeza que gostaria delas.

- Ainda não... - Meu coração foi a boca. - Eu acho que é recente demais para sair por ai­ gritando aos quatro ventos, deixa o tempo passar e quando for a hora, e se der certo o nosso namoro, aí­ quem sabe...

- As vezes você tão durona, por que não se dá uma chance na vida e parar com esse preconceito.

- É fácil para você falar, Christian...  Mas não é bem assim que a sociedade vê... Um homem com uma novinha não tem problema, as pessoas comenta, mas é sempre a mulher que carrega a má fama. - Sorri para ele achando graça.

- Eu acho isso uma tolice.

- Também acho, mas mesmo assim não me sinto confortável.

- Mesmo assim quero que conheça minha mãe, eu já falei de você para ela.

Meu pé afundou no freio, fazendo o carro parar bruscamente chegando a morrer por não desengata-lo, meu coração estava na boca, acelerado e podia ouvi-lo nos meus tímpanos.

- Você fez o quê?

- Você não deveria ter parado desta forma, quase me matou do coração. - Disse ele grudado no banco, engoliu em seco varias vezes e me olhou.

Eu estava em choque, jamais pensei que Chris chegaria ao ponto de falar sobre mim e não acho que venha coisa boa por aí­.

- Monika! Para de bobagem... Você é linda, tem uma vida independente, eu também sou independente e posso muito bem amar quem eu quiser.

- Ela me odeia... - Disse baixo.

- Para com isso! - Ele riu alto. - Acho que você está cansada, me deixa dirigir.

Chris desceu do carro e deu a volta, abrindo a porta do motorista para que eu descesse.

Praticamente me arrastei para fora daquele carro, sete anos e com certeza não iria esquecer meu rosto, suas amarguras, mas também tinha a sorte de ela não contar aos filhos sobre a separação deles e sobre sua segunda mulher.

Me sentei no banco do passageiro, resolvi não estragar aquele fim de semana, deixei fluir os acontecimentos, mas uma coisa eu sei, teria que abrir o jogo para Chris e contar quem realmente era o homem com quem vivi por dois anos envergonhando minha famí­lia depois do escândalo abafado por Ema e o pessoal de Marketing.

Chegamos a pista de Kart, Chris parecia uma criança por estar ali, desci do carro, puxando o óculos de sol ao topo da cabeça, a pista era bem conservada e estava vazia no momento, ninguém estava andando de Kart nela, isso deu um animo para desfrutar uma corrida com Chris.

- Eu vou alugar o equipamento. - Ele pegou na minha mão. - Vem!

- Estou indo chefe. - Brinquei com ele, rimos.

Chris me explicava como funcionava o Kart, era um ótimo professor, me sentei, coloquei as luvas e o capacete, ele fez o mesmo ao meu lado, ainda joguei charme, o rapaz deu a partida em nossos carrinhos e deu a largada.



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