Chris fala sobre seu pai

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As duas primeira voltas eu fiquei bem lá trás, pegando o jeito e perdendo o medo de pilotar aquele carrinho barulhento que fedia a gasolina e óleo queimado.

Praticamente grudei na traseira de Chris, tentei passar por diversas vezes até que numa ultrapassagem ele gritou dizendo que eu estava roubando, gargalhei alto e continuamos a nossa disputa até que com sua destreza de piloto, me venceu numa ultrapassagem linda, aproveitando uma curva por ter diminuído demais a velocidade, definitivamente ele era o meu vencedor predileto.

Descemos do carrinho e me joguei no colo dele, fazendo com que perdesse o equilíbrio e o joga-se no chão e na grama, arranquei meu capacete e o beijei.

- Meu campeão! - Gargalhamos alto e rolamos naquele gramado frio.

Ganhei meu primeiro troféu de segundo lugar na competição, aquela corrida ficaria na história e marcaria minha vida, pois sempre me lembraria dela.

Fomos para um hotel, nos hospedamos por um dia, andamos pela praia com nossos calados nas mãos, sentindo a areia fria debaixo de nossos pés, Chris me contava como começou sua carreira como piloto, ele simplesmente se espelhava em seu pai, Julian era um piloto incrí­vel e até hoje ele culpa os mecânicos por usarem peças desgastadas no carro para diminuir os custos, hoje ele estaria vivo se a barra de direção não tivesse quebrado.

Sua vida de piloto só tomou força depois que Julian morreu, até então, não colocavam fé nele por ser novo e inexperiente, sua vida começou no Kart e por lé ficou por sete anos, assumindo o lugar do pai dois anos antes de seu falecimento.

- Ele alegou que estava cansado e precisava fazer um tratamento nos estados unidos.

- E ele foi para lá. - Disse baixo.

- É... Mas todo mês vinha pra me ver e acompanhar minha corrida.

- Ele ficava com sua mãe?

Chris me olhou achando estranho.

- Eles eram casados, natural que ficassem juntos e matassem a saudade.

Aquela informação me fez repensar na minha situação com Chris, eu deveria ser honesta e contar o que realmente aconteceu, mas minha fala travou e não consegui contar.

Voltamos para o hotel, jantamos e nos jogamos na cama, uma noite de muito amor e carinhos trocados, na manhã seguinte seguimos estrada de volta para La Vernése em Toulouse, e foi o tempo de me esquecer do passado e voltar a ser a Monika que era naqueles tempos.



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