Meredith visita Cristian

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Christian Garrel

Segui completamente desolado para o meu apartamento, me jogando no meu sofá assim que deixei a mala de canto e uma cerveja na mão, tomei mais da metade do líquido, confesso que nunca tinha me sentindo tão mal, tão vazio por dentro quanto me sentia naquele momento.

Se Monika não tivesse me procurado, com certeza eu teria feito isso, teria ido a La Vernése atrás daquela maluca.

O interfone tocou, levei um susto saindo correndo, achando que pudesse ser ela, desistindo de tudo para ficar comigo.

- Christian... - Disse ofegante.

- É a Mell... - Disse minha irmã parecendo empolgada.

- Sobe... - Apertei o botão de destravamento do portão, desliguei o interfone e corri para a porta para recebê-la.

- Onde esteve todos esses dias? - Ela me perguntou depois de se jogar em meu colo.

- Viajei com uma pessoa...

- Uma pessoa ou uma namorada? - Meredith jogou a mochila no sofá e se jogou nele ao mesmo tempo.

- Minha namorada... Monika... - Disse me sentando à sua frente, numa poltrona.

- Mamãe me falou dela, mas não entendi uma coisa... -Ela me encarou. - Onde você achou essa garota?

- Num casamento... ela é irmã da noiva, da Juliette.

- Há... A namorada do Cretino do Maurice. - Ela cruzou os braços.

- Não fala mal do meu amigo... - Respirei fundo. - Não daria certo o namoro de vocês... ele é muito velho pra você.

- Sete anos mais velho que eu, e o que tem haver isso? - Ela abriu os braços indignada, se levantou indo até a geladeira.

- Acontece que você era uma criança na época... - A olhei. Mell levava a garrafa de cerveja a boca.

- Me conta dessa tal Monika...

A encarei assim que voltou para o sofá, tocamos nossas garrafas, demos um gole e contei a ela como a conheci e como foi meu fim de semana, não dei muitos detalhes, nossa diferença de idade, não dei detalhes, mas como toda mulher é curiosa, a pergunta foi inevitável.

- E ela é mais nova que a Juliette? - Mell sorriu maliciosa levando o restinho da cerveja a boca.

- Não... - Passei o dedo na testa me sentindo encabulado. - Ela tem 37 anos.

Simplesmente o líquido escapou da boca de Meredith me dando um banho, apenas fechei os olhos, puxei a barra da camiseta e sequei o rosto. - Obrigado pelo banho!

- Me desculpa... - Disse ela ainda sentada parecendo em choque. - Ela é dez anos mais velha que você?

- É... - Disse arrancando a camiseta e a jogando no chão assim que sequei os braços.

- A mamãe vai surtar... - Mell ainda estava surpresa.

- Qual o problema? - A encarei chateado.

- São 10 anos... você tem noção do que isso significa numa mulher? - Ela me olhou de lado se sentando na beirada do sofá. - Daqui a pouco ela não vai poder te dar filhos, não vai estar linda como era dois anos atrás.

- A mamãe é uma mulher lindíssima... se cuida e nem parece ter cinquenta anos.

- Não estamos falando da mamãe... Estamos falando dessa tal monika....

Bufei me levantando da poltrona, fui até a janela para ver o movimentos, respirei fundo.

- Olha, Chris... Sabe que odeio me meter na sua vida, mas a mamãe não vai aceitar esse namoro e não pense que vai trata-la bem quando aparecer com ela em casa.

- Não pretendo aparecer com ela na casa da mamãe.... - Olhei para minha irmã sobre meu ombro. - A Vida é minha e eu faço dela o que eu quiser, Amo Monika e não tem nada que me faça desistir dela.

- Garanto que a mamãe vai arrumar um jeito. - Ela voltou a se sentar direito no sofá.

- O que faz aqui afinal de contas? - A encarei do ponto onde estava.

- Vim para o show dos Rolling Stones... - Ela riu. - E você vai comigo... é quinta e já comprei ingressos.

- Você foi maldosa agora... - Pulei no sofá e a abracei. - VOcê sabe que é minha banda preferida.

- A mamãe não queria deixar se você não fosse comigo.

Ela ria com os meu beijos em sua bochecha.

- Mentira... Você sabe que eu amo essa banda e não iria sozinha e sem mim... Admita!?

- Admito... 

- ela gargalhou quando fiz cócegas nela.

- Vai ficar comigo até quando?

- Até domingo... Vou ver sua corrida...

Simplesmente minha irmã salvou minha semana de ressaca emocional que iria viver, mesmo assim estava louco para ter notícias de Monika mais tarde. Eu e Mel fomos a um restaurante perto de casa, conversamos e muito, seu último ano de universidade há estava deixando maluca com tantos TCC e trabalhos em grupos, mas estava contente e logo começaria a trabalhar no que gostava, estilista junto com mamãe que depois que deixou de ser modelo, montou uma grife própria.

Arrumei um colchonete no chão para Mell, ela gostava de dormir no meu quarto, mas no cão para relembrar o tempo de criança quando fugia para o meu quarto para ter companhia para dormir, o difícil foi quando entrei na adolescência, os hormônios a flor da pele, a expulsava do meu quarto aos berros, ainda ria do meu jeito explosivo com ela, o bom que isso não afetou a nossa amizade e o nosso amor um pelo outro, mas nunca contei a ela o por que a expulsava.

  Mell foi dormir e eu fui para o computador, deixei o programa de videoconferência aberto para que ea visse que estava online, passei a fuçar na internet, vi minha conta bancária, as vendas da minha marca,o sono foi batendo e não resisti, dormi com o notebook ligado sobre a mesinha da sala. 

  

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