Monika diz que conhece Emma

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Ficamos nos olhando surpresos, pisquei várias vezes, soltei seu pé e ri sem jeito, me sentindo um peixe fora d'água.

- Chris... As coisas não funcionam desta forma... - o olhei ainda me recuperando do choque, ele de ansioso foi para decepcionado. - Me desculpe... Nós não temos como ficar juntos agora... Eu vivo em Nova York, você na França e eu não quero me mudar... tenho uma vida aqui.

- Você não me ama o suficiente para aceitar essa loucura e ficar comigo?

- Amo você... Mas... - Me aproximei dele engatinhando pela grama, passei meu braço por ele, ficando bem à sua frente. - Nós estamos juntos a dois meses, e praticamente passamos duas semanas transando como dois coelhos, depois conversando e... fazendo sexo pela Can... é pouco tempo para querer passar o resto da vida juntos.... isso pode ser um erro fatal, que pode levar a gente de amor louco a ódio extremo.

- Nunca seria capaz de te odiar.

- Muito menos eu seria capaz, mas pode acontecer e acho que estamos muito apaixonados e loucos para não perdermos isso.

- Você diz isso por que foi abandonada, mas eu não vou fazer isso.

- Não vai, eu sei que não. - O beijei. - Mas não vamos ser precipitados, há muita coisa ainda para você conhecer sobre mim e eu de você.

- Eu já sei o suficiente para ficar com você e me casar.

- Não sabe... - O encarei séria

- Quero me mudar para Nova York... Vou continuar correndo, mas em outra equipe.

Franzi o cenho tentando entender o que ele queria fazer.

- Chris... Seu pai deixou a equipe para você... Vai largar tudo assim?

- Ou eu largo e arrumo um carro para pilotar, ou eu vou a falência. - Ele fez um bico, parecia chateado e um misto de fracasso em sua voz. - Está tão ruim assim?

- Está... Eu preciso sair antes que tudo desmorone, não quero perder tudo.

- Não vai. - Sorri compadecida de seu sofrimento. - Então isso não é hora de se casar e sim hora de achar uma solução para o seu carro, sua vida de piloto.

- Quero você ao meu lado.

- Eu não vou estar sempre ao seu lado, Chris... Isso é um pouco difícil para mim como publicitária e fotógrafa.

- Mas eu saberia que quando voltasse, você ainda seria minha, é para a nossa casa que estaria voltando.

- Vai se mudar para cá? - Procurei seus olhos. - Sua mãe aceitaria o nosso relacionamento?

- Eu não tenho que pedir permissão a ela. - Chris tocou nos meus cabelos, bufei.

- Não é bem assim...Por mais que você não ache que tenha que pedir permissão por ser maior de idade, vai ter que passar pela avaliação dela, Porque ela é sua mãe, é a sua família e a avó de nossos futuros filhos se viermos a ter. - Acariciei seu peito. - Eu posso parecer que sou independente de meus pais, mas gostaria que eles estivessem no meu casamento se um dia vier me casar, quero que eles venham na minha casa ver o neto deles se eu os tiver... Isso vai fazer diferença quando ela não estiver por perto para ver sua evolução como homem e chefe de família.

- Ela te odeia.. - disse ele triste, chateado.

- É... eu sei disso... Eu conheço a sua mãe e sei como ela é implacável.

- Você a conhece? - Chris ficou me olhando surpreso.

E fomos interrompidos por um grupo de pessoas que reconheceram Christian, nos fazendo levantar, me afastei para que tirasse foto com o pessoal, todos eram imigrantes franceses que viviam nos estados unidos a muito tempo, eram fãs de Christian, logo me juntei a eles, conversamos como amigos de longa datas, depois voltamos andando para o apartamento, Chris não quis tocar no assunto de sua mãe, simplesmente estava magoado o suficiente para não querer saber nada, apenas disse que conhecia Emma do autódromo Le Mans, ela acompanhava Julian todas as temporadas.

O assunto casamento também ficou no passado, Chris deve ter se convencido de que era recente demais para o que ele queria, sua carreira seria mais importante do que um casamento com uma mulher mais velha e que não mora em Paris.


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