Christian foge dos problemas

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Christian Garrel

Mamãe foi para o meu apartamento logo cedo, não me deixou ficar dormindo, Meredith também chegou com ela e se enfiaram por lá, resolvi dar uma volta, comprar algumas coisas para casa.

Me demorei na rua, e assim que dobrei a esquina, vi Monika saindo do meu prédio, acenou para um táxi que passava, pedalei o mais rápido que pude para alcançá-la, mas em vão, não consegui, assim que o carro dobrou a esquina, o farol fechou, me impedindo de ir atrás, só me restava ir para casa e saber o que ela queria, pois já faria um mês que não nos víamos, mas sei que ela andou doente, assim como eu também. Minha mão ainda ardia pelo tapa que dei nela.

Subi quase correndo com a bicicleta nas costas, entrei em casa e não havia mais ninguém, provavelmente Monika não me achou e foi embora, andei de um lado para o outro pensando se deveria ligar para ela.

Por fim, o celular dela dava como não existente, fiquei chateado, mas era melhor assim, não dava para voltar atrás, principalmente depois de tudo que disse a ela, provavelmente veio me devolver o anel e dizer tudo aquilo que não conseguiu.

Me joguei no sofá desanimado, com o celular na mão, passei os dedos nos cabelos, não sabia mais o que fazer, nem o que pensar.

A porta se abriu, minha mãe entrou com algumas sacolas, ficamos nos olhando.

- Onde esteve? - Ela seguiu para cozinha como se nada tivesse acontecido.

- Fui dar uma volta... - Me levantei. - Cadê Meredith?

- Ela saiu comigo, encontrou algumas amigas e resolveu sair... - Mamãe sorriu tirando algumas coisas da sacola.

- Veio alguém aqui me procurar?

- Que eu saiba não... - ela disse tranquila. - Está esperando por alguém?

- Não!... Eu só achei que tinha visto uma pessoa conhecida sair do prédio, mas acho que me enganei.

- Acho que anda vendo coisas demais. - Mamãe torceu a boca e voltou a guardar os mantimentos que tinha na sacola.

- Eu vou... ver um pouco de TV... Depois os rapazes virão aqui para discutir sobre a corrida.

- Acho que deveria parar de correr e arrumar um emprego de verdade, você está se atolando em dívidas.

- Ainda não estou com dividas, mãe. - A encarei lá do meio da sala, mas por um lado ela tinha razão, eu precisava parar de correr e arrumar um emprego.


Uma semana depois estava na Itália, conversando com o pessoal da Ferrari de F1, seria um dos engenheiros mecânicos, me deu uma dor no coração ter que deixar tudo que vivi para trás, por outro lado eu poderia correr uma ou outra corrida se eu quisesse.

Me mudei para a Itália e perdi qualquer contato que seja com o mundo de Monika, nem Maurice eu tive a chance de conversar. Virar a página do quanto eu amava aquela mulher, foi bem difícil ter que dar as costas, mudar de vida, de lugar, de tudo.

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