SEGREDOS

O mês passa em NY

Monika Brumi

Finalmente chegamos no novo apartamento  - "Pelo Menos para Mim ele era novo" - Louis parecia uma criança mostrando todo o apartamento e dizendo porque escolhemos justamente aquele, seria pela localização por estarmos perto do parque, museus, tralho e entre outros atrativos de que eu gostava, e realmente, eu adorava aquela parte de Manhattan, e pelo que me lembro no tempo que parou na minha cabeça, eu sonhava em um dia morar bem ali naquela região, e olha agora, eu estava lá, naquele cantinho tão amado por mim.

Sorria como uma criança, andando com Daniel nos braços de um lado para o outro para conhecer melhor cada cantinho do apartamento e saber onde esta tudo.

O mais incrível foi ver o quarto de Daniel, isso só comprovava mais ainda de que esperava por ele, roupinhas, estoque de fraldas; Simplesmente eu o esperava, algumas fotos Louis me mostrou, grávida, arrumando quarto com minha amiga Agatha, rindo a toa, eu estava feliz pelas fotos, queria poder me lembrar desse tempo, ainda tinha esperanças de que minha memória voltasse a tona.

Os dias que se seguiram foram de adaptação, Daniel logo começou a andar, indo de móvel em móvel para se apoiar, gritava de felicidade, isso era tão gostoso em ouvir seus gritinhos, ele era pura alegria e deixava nossas vidas mais alegres.

Louis e eu passamos até ter uma vida mais sociável e amorosa, minha agressividade com ele foi diminuindo, pois passei a perceber o quanto ele tinha cuidado com nós dois, mesmo assim, segui o conselho do médico, manter minha terapia psicológica, fisioterápica e exercícios.

Passei a trabalhar meio período ou ficava até a hora que me sentisse bem; A adaptação também não foi fácil, no tempo em que minha mente parou, era eu e mais dois funcionários, agora o escritório era cheio de gente, na minha sala avia um monte de presentinhos e cartinhas de boas vindas, e-mail de clientes e amigos que nem sei quem eram, Agatha teria um trabalhão enorme em me apresentar todos novamente, faria uma lista para poder guardar seus nomes.

Após um mês de adaptação, Louis teve que viajar para a França a negócios, eu e Daniel ficamos, era hora de exercer meu papel de mãe com a ajuda e supervisão de Dammy, a Babá e de Mary, a empregada, então de manhã deixava Daniel em casa, e a tarde eu tinha o tempo ideal para ele.

Numa tarde resolvi dar uma volta no central Park, estava um dia bom, não era calor, mas o sol estava alto, Daniel e eu precisávamos disso, Dammy me seguia, conversamos sobre a vida e sua família, todos do Cansas, Dammy veio em buscar de uma vida melhor, e aqui está, trabalhando de babá, por sorte gostava do que fazia e via a atenção que tinha com Daniel, isso me deixava tranquila.

Arrumamos um lugar na grana, estendi um coberta xadrez no chão, coloquei Daniel sentado com alguns brinquedos, mas ele está naquela fase que não se consegue fazer um bebê ficar parado num lugar, Dammy passou a brincar com ele e eu apenas observar, já que ainda não podia correr, era algo ainda que me trazia estranheza como a perda de equilíbrio.

Daniel e Dammy se afastaram um pouco, mas o suficiente que eu pudesse observar, então escuto uma voz ao meu lado que me faz estremecer, olhei com apreensão e medo, era justamente quem em temia, estava lá, sentada a alguns metros de mim, sorrindo.

- Ele cresceu, está muito bonito... Parece com o pai.

- O que quer, Emma? - A encarei furiosa.

- Ver meu neto... Você me prometeu que me deixaria participar da vida dele.

- Eu não sei em que momento disse isso a você... E se disse esqueça, porque Daniel não é seu neto e nunca vai ser. - Me levantei puxando a manta do chão.

- Você não vai quebrar uma promessa! - Ela tentou me segurar, esquivei o braço.

- Eu não sei do que está falando... - Tirei o chapéu da cabeça e mostrei a profunda cicatriz. -  Eu não conheço você, não conheço ninguém da sua família... Então fique longe, mas bem longe de nós...

Me virei puxando o carrinho de Daniel e indo onde eles estavam, Dammy percebeu que tinha algo de errado, Pegando Daniel no colo mesmo sobre protesto, saímos de lá as pressas, me tranquei no quarto com Daniel, o medo era grande, mas sabia que ali estava segura, por fim, Daniel acabou dormindo deitadinho no meu peito e eu com ele.