Monika bebe demais

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A conversa se seguiu, ele mais falava do que eu, quarenta minutos depois, fui chamada para tirar fotos com minha irmã, Foi uma grande farra, brincamos e muito fazendo caretas, até que nos sentamos, todos juntos, Maurice como não estava sabendo, fez novamente as apresentações, Christian riu e se apresentou para mim como se não tínhamos nos falado antes, Louis simplesmente não teve espaço na mesa com a gente, tentou de todas as maneiras, mas ninguém deu importância para sua pessoa.

Louis não era feio, muito menos baixou ou gordo, ele era o típico homem francês do sul da França, cabelos negros ondulados, rosto fino e muito bem feito, ombros largos, pois sempre praticou natação no ginásio esportivo, mas por nunca ter saído de Vernése, seus papos eram sempre sobre agricultura, futebol e fofocar sobre a vida alheia de seus vizinhos e parentes, isso não cabia a mim, que já rodei o mundo, tinha muita coisa para contar, mas Louis não tinha noção da dimensão do que já alcancei fora de Vernése.

Já passava das 3 horas da madrugada, a maioria das pessoas já tinham ido embora, eu e Juliette estávamos completamente bêbadas, por sorte ela tinha uma limusine que a levaria em casa, no meu caso, eu não tinha ninguém.

- Acho que não está em condições de dirigir. - Disse Christian aparecendo atrás de mim quando tentava achar a maçaneta do carro para abrir e entrar.

Deixei a chave cair no chão, me equilibrei na lataria do meu pequeno Fiat 500, girei e o encarei.

- Eu sei o que estou fazendo. - Apontei o dedo para ele. - Você é um menino malcriado, querendo me seduzir e se aproveitar da minha fragilidade.

- Você está bêbada. - Disse ele fazendo uma cara de quem odiou sentir meu bafo.

Me agarrou pela cintura, me puxando para o outro lado, banco do carona, abriu a porta e me colocou sentada, estava tão mole que nem protestei, quando abri os olhos novamente, estávamos na pequena estradinha seguindo para minha casa, ou sei lá para onde.

- Onde está hospedado? - Perguntei com a voz mole, levando a mão ao seus cabelos cacheados. - São tão macios...

Christian me olhou sorrindo.

- Gosta só dos meus cabelos? - Perguntou ele malicioso.

- Não... Você é atraente demais... Pena que é um bebê ainda!

Christian gargalhou muito.

- Um bebê? - ele me olhou rindo. - Assim você me ofende, sabia?

- Eu tenho 37 anos... Você tem 27 anos... - Tirei a mão de seu cabelo, respirei fundo. - Para onde está me levando?

- Para sua casa, sua irmã me deu o endereço... - Nos encaramos.

- Você conhece La Vernése? - Sorri.

- Claro... Maurice me trouxe várias vezes aqui e eu confesso que já dormi na sua casa.

Nem me dei conta do que tinha falado e muito menos que ele sabia o caminho tranquilamente, conhecia minha casa e meus pertences, fechei os olhos novamente.

"Porque fui beber tanto".


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