No apartamento de Chris

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Parei diante da porta que era do apartamento de Chris, olhei no papel para confirmar se era aquele numero mesmo que peguei no arquivo de modelos, suspirei e apertei a campainha, mal tirei o dedo e a porta se abriu.Eu e Chris nos encaramos, ele estava tão lindo e tão sofrido, abri os braços e caí sobre ele.

- Sinto muito... Meus sentimento por sua perda.

Chris a principio parecia temeroso em me abraçar, então ele me envolveu em seus braços e me apertou, afundando o rosto nos meus cabelos, cheirou forte, quando dei por mim, tentei me soltar dele, Louis estava logo atrás de mim, ele estava vendo tudo aquilo, mas Chris não me soltou, e eu escutei ele dizer em meu ouvido.

- Não sinta... Porque eu amo você.

Meu coração foi a mil, era como reacender uma faísca adormecida dentro do meu peito, logo ele me soltou, pegou em meu rosto e jurei que iria me beijar na frente de todos, pois a irmã dele estava atrás dele e Louis atrás de mim.

- Obrigado por terem vindo. - ele sorriu amável. - Louis, seja bem vindo.

Os dois se deram as mãos em um cumprimento, olhei para Louis depois de me recompor ele estava sério, muito sério como se pudesse virar as costas e ir embora com Daniel em seus braços.

- Ei, garotão! - Chris esfregou as costas de Daniel que estava sonolento.

- Tio, Chris. - Daniel estendeu os braços e foi com ele.

Louis o soltou contrariado, fazendo um bico, as mãos foram para os cabelos e Chris levou o garoto para dentro, parando em frente a irmã e fez as apresentações como tia Meredith. A porta do quarto se abriu e uma pequena menina saiu segurando uma fralda de pano na mão e a chupeta na boca, olhei para Louis que me olhou, seu rosto perdeu um pouco da avareza,segurei seu braço e me juntei a ele e assistimos Daniel ser apresentado a pequena Paloma.

Era nítido a semelhança entre os dois, mas ela tinha um pouco mais da mãe do que do pai, Louis me abraçou por trás, senti que era mais por posse do que por ciúmes, segurei seus braços que me envolviam e foi aí que me dei conta dos olhos da irmã de Chris sobre nós dois, sentada no sofá apenas observando, não parecia feliz, intrigada talvez. Ignorei, não a conhecia para puxar assunto e sabia que ela deveria ter um pé atrás comigo por causa do seu pai.

- Sentem-se... - Cris me tirou dos meus devaneios sobre Julis.

- Obrigada. - me desvencilhei dos braços de Louis e me sentei, Louis tratou de se sentar ao meu lado.

- Querem beber alguma coisa? - A irmã de Chris se levantou, não sorria.

- Água se não for incomodo. - Sorri desconcertada.

- Estou feliz que vieram, assim posso ver meu filho. - Chris se sentou bem próximo de nós, na poltrona de couro, o que nos separava, mas não o suficiente para ele poder olhar nos meus olhos. - Paloma gostou dele, vão ser ótimos irmãos.

- Sim... - Olhei para os dois sentados no chão, trocando olhares e brinquedos.

- Não sei se Daniel poderá ter muito contato... - Louis rebateu no mesmo instante, fazendo todos nós o olhar. - Nós não moramos na França... - ele disse me encarando. - Eles moram aqui.

- Louis... Ciúmes agora não. - Olhei para Chris. - Me desculpe... Louis é louco pelo Daniel como já te contei...

- Ei! - Chris apoiou a mão no meu joelho. - Está tudo bem... Eu respeito isso. Não vou interferir, mas não vou abrir mão do convívio com ele, sinto muito Louis. Mas eu quero participar da vida dele, não sei como vai ser, mas também não quero tirar isso de você.

- Eu não vejo como isso vai dar certo. - Louis soou descontente. - Eu o ensino uma coisa, e você vai lá e desconcerta tudo.

- Porque acha isso? - Chris pareceu se revoltar.

- Porque talvez nossas diferenças não sejam apenas de idade e sim de pensamentos e atitudes.

- Ei... Meu irmão não é criança. - A garota estava em pé a nossa frente.

- Tudo bem, Margareth... Eu cuido disso.

- Você é um idiota, sabia! - ela largou a bandeja sobre a mesinha de centro quase jogando. - Você não entendeu que você sempre será o tio?... O pai é ele?

Louis puxou o ar com tanta força que foi audível, o encarei em suplica para ficar ao meu lado enquanto os dois irmãos batiam boca. Não sabia o que fazer, aquilo era constrangedor, e por um ado Chris e a irmã tinham razão, o que queríamos era que Chris fosse presente mas não como um pai, não agora.

- Olha... As crianças estão ouvindo e acho que não seria uma boa hora para discutirmos as posições de cada um nesta família... - Me coloquei de pé, encarei aquela criatura. - Sinto muito pela confusão, mas não era pra ser assim se sua mãe não tivesse escondido...

- Sei de tudo... - Ela cruzou os braços, olhei bem.

- Acho que não adianta tentar esclarecer as coisas, você não quer ouvir.

Uma das coisas que aprendi é que todas as vezes que estiver em uma discussão, não gaste saliva para quem cruza os braços e te olha com desdem, elas não vão te escutar e não vão entender o que quer dizer.

Chris se levantou e segurou no meu braço, Louis automaticamente já estava de pé encarando Chris. entrei meio que em pânico.

- Me deem espaço, por favor! - Me afastei de todos para poder pensar.

apenas escutei a garota dizer algo para o irmão, apanhar a bolsa e sair, agora era hora de determinar as nossas vidas, principalmente de Daniel que não merecia estar no meio daquela confusão. 

"Deus!... estava exausta".

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