Olaaaaaá! Desculpem o atraso, eu me enrolei aqui.
Obrigada pelos votos e comentários, eles me deixam muito feliz e isso é ótimo porque eu não costumo ser uma pessoa muito feliz.
Não vou enrolar hoje, espero que gostem!
Os olhos de Katherine primeiro captaram os cabelos castanhos longos e ondulados, em seguida a pele bronze descoberta nos ombros, revelando a clavícula saliente e um decote quadrado. O vestido dourado parecia ouro puro e combinava em tom com a coroa na cabeça da mulher de postura rija. Depois a princesa pode observar o rosto em toda a sua magnitude assim que a mulher se voltou pra ela.
A testa tinha um fio teimoso da franja caindo na lateral ao lado do olho e uma coceira se instalou na loira para retirá-lo, mas ela não se moveu. Os olhos eram de um castanho avermelhado vibrante e demonstravam ali um misto de surpresa e confusão que, em um segundo Katherine conseguiu perceber, que seria notável apenas para si. O nariz era redondinho e delicado e os lábios eram medianos e cheios como botões de rosa e pintados de vermelho como se encontravam, aumentavam ainda mais a alusão ao fato.
Já Rebecca notou de cara os olhos verdes brilhantes da princesa, verdes clarinhos que lembravam o tom de uma maçã verde e que demonstravam a soberana que ela sabia tanto sobre si quanto Rebecca sabia sobre ela. Em seguida a mulher viu os lábios cheios e rosados naturalmente – pela ausência de batom – o formato do rosto e o vestido azul celeste que ela vestia, além, claro, dos cabelos loiros quase castanhos brilhando no sol poente que entrava pela janela.
— Rebecca — Carlos fez sua voz ser audível no salão e a soberana forçou seu corpo a desviar os olhos da princesa desconhecida para o homem.
— Carlos — Rebecca assim que o olhou já estava com a expressão vazia de antes.
— É bom ver que está bem — ele disse olhando a mão dela enfaixada.
— Pois é, estou ótima tendo em vista os acontecimentos recentes — a voz da soberana soou fria e levemente sarcástica enquanto seus olhos recaíram sobre Victória.
Um silêncio desconfortável se instalou na sala enquanto Rebecca fitava a consorte e a mulher a ela. Ambas em voltas em uma bolha de disputa territorial assustadoramente pesada. A soberana e a consorte disputado o comando daquela sala, nenhuma disposta a recuar.
— Gostaria de realizar a reunião onde? — Carlos chamou a atenção da sala de novo.
— Na sala de reuniões daqui a dez minutos — Rebecca olhou Carlos e depois voltou o olhar para Victória — sem você.
Virou-se para sair sem dizer mais nada, porém a loira sentada no trono ergueu a voz chamando sua atenção:
— Eu sou a rainha de Ur! — fez uma constatação óbvia com o maxilar trincado.
— Você é a consorte — Rebecca respondeu de pronto apenas olhando-a por sobre o ombro sem dar-lhe muita atenção — uma cobra que andou ganhando muito espaço, mas que eu vim para devolver ao seu lugar. Você só vai participar das reuniões em que eu solicitar sua presença.
Victória se calou enquanto todos estavam com os olhos arregalados. O poder de Rebecca era inquestionável, ainda mais sob monarcas consortes por não serem governantes de sangue. A decisão final era de Rebecca e ela já havia a dado: Victória estava fora.
Ninguém abriu a boca e Rebecca interpretou aquilo como um sim a suas ordens e sem olhar para trás se retirou da sala respirando fundo assim que as portas se fecharam e ela não sentiu mais os olhos verdes sobre si.
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Trilogia A Primeira Fênix - Livro I, II e III
FantasyO mundo é um tabuleiro de xadrez onde somos reis de nossas próprias partidas e peças das partidas que ocorrem a nossa volta. Rebecca acreditava que seu mundo girava em torno de manter-se sã como rainha de um mundo, superar a morte da noiva e evitar...